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Perfil - Nelson Werneck Sodré

2011 . Ano 8 . Edição 68 - 16/10/2011

Nelson Werneck Sodré

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A vida de Nelson Werneck Sodré é um compêndio de contradições: militar, comunista e marxista. Pesquisou e escreveu sobre a história do Brasil, tendo publicado dezenas de livros que se tornaram obras de referência para os historiadores e estudiosos do país. Em abril de 2011, completaria 100 anos

Militar e historiador. Mais historiador do que militar, Nelson Werneck Sodré nasceu no Rio de Janeiro, em 27 de abril de 1911, na então capital federal do país, a cidade o Rio de Janeiro. Sodré conciliou a carreira no Exército, na qual alcançou o posto de general-de-brigada, à formação como sociólogo e historiador de orientação marxista. Trabalhou também como crítico literário e considerava-se um profissional da imprensa.

Após estudar em escolas públicas e em alguns internatos, ingressou no Colégio Militar do Rio de Janeiro, em 1924, com 13 anos de idade, e na Escola Militar do Realengo, seis anos depois. Concluído o curso, Sodré fez a ‘declaração de aspirantes’ em janeiro de 1934 e logo em seguida foi designado para servir no Regimento de Artilharia de Itu, o tradicional Regimento Deodoro. Foi também em Itu que conheceu Yolanda Frugoli, com quem se casou.

Como historiador, além das diversas publicações, participou ativamente da fundação e consolidação do Instituto de Estudos Brasileiros. Entre os anos de 1938 e 1945 publicou centenas de artigos e algumas de suas principais obras. Alguns títulos de sua bibliografia, como História da Imprensa no Brasil, História da Literatura Brasileira e História Militar do Brasil tornaram-se obras essenciais de referência, quer pelas particularidades temáticas, quer pelas criteriosas pesquisas que o levaram à minuciosa coleta de dados.

Em sua tentativa de compreender os processos históricos que deram origem às diversas classes sociais brasileiras, em especial à burguesia nacional e suas relações com as demais classes, Sodré se apoia na visão econômica de tradição marxista, utilizando a categoria modo de produção como base da análise. Tanto sua linha de pesquisa, quanto as ações políticas aproximam-se do comunismo.

A estreia na grande imprensa ocorreu em 1929, com a publicação do conto “Satânia”, veiculado pela revista O Cruzeiro. Em outubro de 1934, Sodré começou a colaborar no Correio Paulistano, assinando o rodapé de crítica literária.

Em paralelo aos estudos e publicações, até o início da década de 1950 Nelson Werneck Sodré traçava sua carreira militar: chegou a ser instrutor na Escola de Comando e Estado-Maior do Exército, onde lecionava História Militar. Em 1951 foi desligado da Escola devido às posições políticas que assumiu publicamente – desde o início aliou-se à esquerda militar – por participar da diretoria do Clube Militar, empenhada na luta pelo monopólio estatal da pesquisa e exploração do petróleo no Brasil. Outra atitude que desagradou os militares mais conservadores foi a publicação, sob pseudônimo, de um artigo na Revista do Clube Militar, claramente identificado com as posições sustentadas à época pelo Partido Comunista do Brasil (PCB), contrárias à participação do Brasil na Guerra da Coreia.

Depois do desligamento e apesar de suas ligações com o então Ministro da Guerra, general Newton Estillac Leal, que presidira o Clube Militar durante a Campanha do Petróleo, Sodré teve que se conformar com postos com postos pouco relevantes, como, por exemplo, oficial de artilharia numa guarnição em Cruz Alta, interior do Rio Grande do Sul.

Em agosto de 1961, o historiador militar foi promovido, por antiguidade, a coronel, último posto da carreira no Exército. Duas semanas após o golpe de 1964 Sodré teve os seus direitos políticos cassados por dez anos pela Junta Militar que assumiu o poder. A cassação não tinha apenas objetivos político-eleitorais, pois a posterior regulamentação das punições ampliou o impediu de lecionar e de escrever artigos para a imprensa.

Em suas dezenas de obras publicadas, Sodré mostrou, por meio de uma análise conjuntural, que a História era um processo, e que os homens também mudavam, sendo a subjetividade parte integrante do conhecimento objetivo. O historiador, comunista, militar e crítico literário faleceu em 1999, na cidade de Itu, em São Paulo. Completaria 100 anos, no dia 27 de abril de 2011.

 
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