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A Copa do Mundo, os engenheiros e o desenvolvimento

2011 . Ano 8 . Edição 67 - 20/09/2011

Murilo Celso de Campos Pinheiro

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A realização da Copa de 2014 gera entre a torcida brasileira a mais que justificada expectativa de assistir, em casa, à conquista do heptacampeonato mundial. No entanto, a oportunidade que a realização desse gigantesco evento traz ao País vai além do seu aspecto esportivo. Os preparativos aos jogos, se planejados com esse intuito, podem deixar às cidades-sedes importantes legados, especialmente no que diz respeito à infraestrutura urbana.

Com essa visão, a Federação Nacional dos Engenheiros (FNE) decidiu colocar em discussão as necessidades para que tal anseio se realize por meio do trabalho Cresce Brasil – Copa 2014. A iniciativa integra o projeto Cresce Brasil + Engenharia + Desenvolvimento, lançado ainda em 2006 e bastante exitoso como instrumento de mobilização em torno da bandeira do desenvolvimento nacional e de diálogo com o governo e a sociedade civil. Esse esforço teve desdobramentos de relevância. Foram produzidas: uma análise comparativa com o primeiro Programa de Aceleração do Crescimento (PAC); um estudo específico sobre o desenvolvimento das regiões metropolitanas; e finalmente, uma versão atualizada do trabalho original, que leva em conta a crise financeira internacional que se espalhou pelo mundo no segundo semestre de 2008. Aliando saber à ação política, esses foram debatidos em cerca de duzentos diferentes encontros, envolvendo mais de dez mil participantes em todas as regiões do Brasil.

É esse esforço concentrado que a FNE direciona hoje à realização da Copa do Mundo, tendo em mente que, além dos claros desafios técnicos e financeiros, há que se considerar aspectos que transcendem a engenharia. Em primeiro lugar, é preciso levar em conta o caráter diverso da Copa, em que se interligam estruturas e dinâmicas díspares e até potencialmente conflitantes. Fazem parte dessa equação organismos como a Federação Internacional de Futebol (Fifa) e a Confederação Brasileira de Futebol (CBF); os três entes federativos nacionais; os múltiplos agentes privados e públicos; e finalmente, como dito acima, o expressivo caráter simbólico que as competições de futebol têm entre os brasileiros.

Um cenário dessa natureza implica, necessariamente, o estabelecimento de mecanismos de arbitragem, dinâmicos e reconhecidos, e a preponderância da formação de consensos, para além das soluções tecnicamente ótimas. Em poucas palavras, o sucesso da empreitada está, em boa medida, no êxito da política a se estabelecer na condução de sua preparação e execução.

Um segundo elemento de destaque é a inevitável contaminação político-eleitoral que cerca a realização da Copa. Há desde a coincidência de datas com o processo eleitoral brasileiro de 2014 e a disputa pela direção internacional da Fifa até o impacto direto dos investimentos e obras na vida cotidiana das cidades-sede, passando pelo reconhecido apelo midiático do tema.

Essas componentes políticas exigirão um esforço redobrado de análise, ponderação e triagem de elementos, para permitir que o processo decisório e a escolha de alternativas sejam pertinentes aos fatos e condições objetivas e não, meramente, a intenções e vontades. A bem da seriedade e objetividade, uma primeira tarefa essencial é evitar tanto o complexo de vira-latas quanto o ufanismo.

Nesse sentido, a FNE optou por uma linha de ação básica, segundo duas orientações. A primeira é a busca de informações precisas sobre o estado da arte, significando a quantificação e a qualificação o mais exatas possível sobre cada uma das ações, públicas ou privadas, que devem ser executadas até junho de 2014.

A segunda diz respeito à orientação dos debates. A maior contribuição está na busca de soluções e não no diagnóstico e na repercussão dos eventuais problemas. Sem abrir mão da identificação de gargalos ou de questionamento de opções ou decisões, a ideia é fazer uma intervenção positiva e propositiva, que forneça ao conjunto de agentes envolvidos caminhos e alternativas para a superação de dificuldades e redução de custos e riscos.

A própria segmentação da pauta de discussões proposta, em torno de dez macroáreas de concentração – mobilidade urbana; energia; telecomunicações; segurança; recursos humanos; estrutura portuária e aeroportuária; saneamento; hotelaria e turismo; estádios e estruturas de apoio; e financiamento –, já demonstra a variedade, riqueza e complexidade do evento, exigindo um arsenal robusto de conhecimentos e metodologias criativas e eficazes de gestão. A FNE acredita firmemente que a Copa de 2014 seja uma oportunidade para se dar prosseguimento ao processo contínuo e sustentado do progresso do País.

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Murilo Celso de Campos Pinheiro, engenheiro eletricista, é presidente do SEESP (Sindicato dos Engenheiros no Estado de São Paulo), da FNE (Federação Nacional dos Engenheiros) e da CNTU (Confederação Nacional dos Trabalhadores Liberais Universitários Regulamentados).

 
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