2005. Ano 2 . Edição 8 - 1/3/2005

Cartas

A correspondência para a redação deve ser env iada para Este endereço de e-mail está protegido contra spambots. Você deve habilitar o JavaScript para visualizá-lo. ou para SBS Quadra 01 - Edifício BNDES - Sala 801 - CEP: 70076-900 - Brasília DF

Recebi ontem a revista Desafios e estou escrevendo para parabenizá- los pelo excelente trabalho. Sou coordenador do curso de Hotelaria da Universidade São Marcos e tenho dois alunos fazendo o trabalho de conclusão de curso sobre “Hospitalidade e hospedagem em ambientes carcerários”, dessa forma a matéria “Crime e castigo” (edição n° 7, de fevereiro de 2005) contribuirá para a pesquisa bibliográfica. Desde já agradeço e aproveito para nos colocar à disposição para a divulgação da revista.

Guilherme Prados,
Coordenador de Hotelaria da Universidade São Marcos
São Paulo - SP

Li a reportagem “Tecnologia na veia”(janeiro de 2005), sobre o projeto de inclusão digital no município de Piraí e gostaria de fazer alguns comentários. A matéria tem a louvável virtude de contextualizar a cidade, principalmente do ponto de vista histórico e geográfico, com dados sociais, econômicos e demográficos. Porém, ela busca legitimar o Piraí Digital em função de reconhecimento externo (dos prêmios ganhos pelo projeto, do trabalho jornalístico de uma revista internacional) e há um enfoque excessivamente entusiasta com relação à política e à tecnologia. Tais prêmios têm sido concedidos a diversas iniciativas de políticas públicas sérias de inclusão digital, de norte a sul do país.Diversas passagens do texto também reforçam a figura do prefeito como promotor quase isolado do projeto. O processo de construção de uma política pública fica, dessa forma, reduzido ao comportamento pessoal do chefe do Executivo municipal.

Por fim,a matéria vende os encantamentos da tecnologia de forma tal que a noção de inclusão digital fica ofuscada. As opções tecnológicas são muito importantes, mas não garantem a construção de conhecimentos nem conformam sozinhas um plano de inclusão digital.Nesse sentido, a reportagem destaca muito propriamente o caráter inovador da proposta de Piraí (“substituía o conceito tradicional de inclusão ponto a ponto por uma inclusão total e simultânea”) e seu efeito direto nas contas públicas (a rede híbrida “diminuiu os custos para um sexto do valor original, ou seja, para pouco mais de 300 mil reais”). Mas deixa de questionar como o acesso a essas novas tecnologias pode promover a inclusão social.De todo modo, é muito importante que a temática da inclusão digital apareça com cada vez mais freqüência em publicações voltadas para o desenvolvimento de nosso país.

Thiago Guimarães
São Paulo - SP

Caro Thiago, agradecemos muito sua avaliação, que é sempre bemvinda, e esclarecemos:
As reportagens e os prêmios mencionados servem para mostrar que organismos neutros e especializados deram seu aval ao projeto Piraí Digital, o que afasta qualquer suspeita de que se trate de uma ação superficial com fins políticos.

É claro que um projeto do porte do Piraí Digital só se torna realidade mediante a iniciativa e o trabalho de muitas pessoas. Conversamos com diversos desses profissionais, de vários escalões, e todos demonstraram uma grande admiração pela atuação do prefeito. Se esse entusiasmo transpareceu de forma excessiva na reportagem, pedimos desculpas.

A reportagem apresenta vários exemplos de como a tecnologia está ajudando o processo de inclusão social. Entre eles, cita o efeito dos quiosques de livre acesso sobre as crianças, fala que todas as escolas públicas (que são maioria na cidade) estão em processo de receber computadores para uso dos alunos, menciona os telecentros comunitários, inclusive o do Núcleo da Terceira Idade, e apresenta o único centro de ensino superior existente na cidade, que dá cursos a distância, através da internet.

Achei muito interessante a matéria (revista número 7) relativa às empresas do tipo Novo Mercado porque esclarece um ponto que vinha despertando minha curiosidade. Com efeito, as discussões sobre a privatização das estatais centradas em atividades consideradas como vitais aos interesses nacionais contaram com o anúncio da manutenção da “golden share”. Recentemente, contudo, revelou- se que a tal “golden”, que garantia o controle das questões vitais pelo governo brasileiro, tinha vigência temporária, ao contrário do que foi divulgado. A reportagem esclarece dois mistérios: se desfez o mito de que o controle da maior parte das ações ordinárias garantiria o controle das decisões estratégicas e revela como a opinião pública foi enganada por meio de uma manobra tortuosa e contornando as supostas garantias da lei das sociedades por ações. Sugiro que seja feita uma reportagem sobre o ágio na venda das estatais.Aquele formidável ágio anunciado todas as vezes que se vendia uma estatal era propalado como uma grande vitória. No entanto, tem sido divulgado de forma discreta que os contratos envolviam a devolução do ágio pelo governo através da compensação no pagamento dos impostos. Em suma, o suposto ágio seria reembolsável.

João José Sady
São Paulo - SP

Erramos
- Diferentemente do que foi publicado na matéria “O combustível do futuro”, edição nº 7, o biodiesel será misturado ao diesel, e não à gasolina.
- O artigo publicado na página 59 da edição nº 7 foi escrito por Luana Simões Pinheiro, pesquisadora do Ipea, e Vera Soares, coordenadora do Programa Igualdade de Gênero e Raça, do Fundo de Desenvolvimento das Nações Unidas para a Mulher (Unifem).