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Perfil - Lucio Costa

2010 . Ano 7 . Edição 58 - 26/02/2010

Os 50 anos da capital também são dele


Lucio Costa

Ruas cheias, gente e carros correndo, prédios disputando espaço com o céu. Hoje ela tem um quê de metrópole, mas há cinco décadas, não passava de um ponto no meio do cerrado. Prestes a completar seu 50º aniversário, Brasília se prepara para agradecer não só os cumprimentos, mas acima de tudo, ao responsável por tê-la inventado: Lucio Costa

Pedro Barreto - de Brasília


A um arquiteto que dominava não só as formas, mas também as palavras. Um intelectual que colocava a simplicidade à frente de suas capacidades. Lúcio Costa foi um dos maiores nomes da identidade brasileira no século XX. Suas idéias, projetos e interpretações sobre nossa cultura o tornaram uma das mais admiradas expressões da História de nosso País.

Nascido em Toulon, França, em 1902, Lucio Costa viveu na Inglaterra e na Suíça antes de chegar ao Rio de Janeiro, para estudar na Escola Nacional de Belas Artes. "Meu pai, sem me consultar, me matriculou e deu início a tudo", ele recordou certa vez. Formou-se em 1924 e logo se tornou um dos arquitetos de maior prestígio da época. Com uma linguagem moderna, que demonstrava um entusiasmo diferenciado por cada projeto que tinha seu toque, ele mudou o rumo do urbanismo e da arquitetura brasileira.

Foi a partir da década de 1930 que sua atuação passou a ganhar destaque. Em 1936, foi indicado pelo presidente Getúlio Vargas para reformar o ensino na Escola Nacional de Belas Artes. Entre os alunos, estava Oscar Niemeyer, grande parceiro de obras futuras. Pouco depois, Lucio Costa seria o responsável pelo projeto do Ministério da Educação e Saúde, no Rio de Janeiro. Reuniu nomes consagrados para a tarefa: além de Niemeyer, Roberto Burle Marx e o arquiteto francês Le Corbusier.

"Ele soube reconhecer pessoas que hoje sabemos que foram fundamentais para o Brasil e para a história mundial. É como se o seu pensamento estivesse um pouco mais à frente, sempre pronto para trazer inovações que significariam um grandioso legado. Lucio Costa foi um intelectual com um quilate diferenciado, que representou o DNA de nossa arquitetura", afirma Hugo Massaki Segawa, professor do Departamento de História da Arquitetura e Estética do Projeto, da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (USP).

Além de coordenar vários planos urbanísticos no Brasil e no exterior, Lucio Costa deu grande contribuição à defesa do patrimônio artístico e arquitetônico. Em 1937, ingressou no Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, onde permaneceu até se aposentar, em 1972. Ganhou títulos importantes como Doutor Honoris Causa, pela Universidade de Harvard, em 1960, e condecorações em países como França e Inglaterra.

No entanto, foi em 1957 que sua história receberia a coroação mais alta. Participante de última hora, o projeto de Lucio Costa venceu o concurso público para o plano urbanístico do Plano Piloto da Nova Capital. A invenção superou as expectativas do júri, como contou na época, à revista Manchete, Flávio Aquino, arquiteto que trabalhava com Oscar Niemeyer, um dos jurados:

"O clima era de desolação. Lamentávamos que os trabalhos até então entregues não estivessem à altura (...) de uma grande capital. Niemeyer sentou-se num caixote, a cabeça entre as mãos. Mas o presidente da comissão julgadora, Sir William Holford, começou a estudar as pranchas (...) De vez em quando perguntava o significado de uma palavra. De repente exclamou, entusiasmado: "Mas esta é a maior contribuição urbanística do século XX!"

Falecido aos 96 anos de idade, na capital fluminense, Lucio Costa pôde ver sua grande criação ser tombada pela Unesco como patrimônio cultural da humanidade. As festividades na grande data, em 21 de abril de 2010, serão uma comemoração a Brasília e, em consequência, à obra de Lucio Costa.

 
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