resep nasi kuning resep ayam bakar resep puding coklat resep nasi goreng resep kue nastar resep bolu kukus resep puding brownies resep brownies kukus resep kue lapis resep opor ayam bumbu sate kue bolu cara membuat bakso cara membuat es krim resep rendang resep pancake resep ayam goreng resep ikan bakar cara membuat risoles
Olimpíada - Matemática de ouro

2009 . Ano 6 . Edição 54 - 30/10/2009

Matemática de ouro

Equipe brasileira conquista uma medalha de ouro, três de prata e duas de bronze na Olimpíada Internacional de Matemática do ensino médio e coloca o Brasil em 17º lugar no mundial, à frente do Canadá, Reino Unido, França e Argentina

Por Andrea Vieira de Brasília

A equipe brasileira brilhou na mais importante competição de ciências do mundo, a 50ª Olimpíada Internacional de Matemática (IMO), realizada este ano em Bremen, na Alemanha, entre 14 e 21 de julho. Henrique Pondé de Oliveira Pinto, estudante baiano de 18 anos, levou a medalha de ouro e já está nos Estados Unidos para estudar no renomado Massachusetts Institute of Technology (MIT). Na disputa com estudantes do ensino médio de 104 países, os outros cinco integrantes da delegação verde e amarelo também fizeram bonito. Renan Henrique Finder, catarinense de Joinville, Marcelo Tadeu de Sá Oliveira Sales, de Salvador, e Matheus Secco Torres da Silva, do Rio de Janeiro, conquistaram medalha de prata. Marco Antonio Lopes Pedroso, paulista de Santa Izabel, e Davi Lopes Alves de Medeiros, de Fortaleza, levaram bronze.

O desempenho dessas seis mentes brilhantes classificou o Brasil em 17º lugar na disputa. É o terceiro melhor resultado desde 1979, quando o país começou a participar da competição criada em 1959, na Romênia. Em 2008, o Brasil ficou em 16º lugar e em 1985 conquistou a 15ª posição. A IMO é anual, voltada para alunos do ensino médio com até 20 anos de idade e que não tenham ingressado na universidade. Cada país é representado por uma equipe composta por até seis alunos. As provas consistem em seis problemas, cada um valendo sete pontos, sobre qualquer área da matemática do ensino médio, como álgebra, geometria, teoria dos números e análise combinatória. O exame é realizado em dois dias consecutivos, com quatro horas e meia por dia para solução de três questões.

Muito mais do que teoria, as provas exigem habilidade e criatividade dos alunos, que devem combinar técnicas de vários temas da matemática. "As questões parecem situações de pesquisa, em que não é óbvio que ferramenta teórica usar", explica Carlos Gustavo Tamm Moreira, pesquisador do Instituto de Matemática Pura e Aplica (Impa). "Apesar de relativamente elementares, as provas de olimpíadas, muitas vezes, são difíceis até para matemáticos profissionais", conta o doutor em matemática. Os alunos selecionados têm preparação especial e recebem treinamento intensivo nas semanas que antecedem as competições.

Existe no Brasil uma Comissão de Olimpíadas, formada por professores do ensino médio, matemáticos profissionais e vencedores das competições. Os integrantes do grupo são indicados pela Sociedade Brasileira de Matemática que, junto com o Impa (vinculado ao Ministério da Ciência e Tecnologia), promovem os jogos. O projeto é custeado em sua maior parte pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), a agência financiadora do MCT. O objetivo dessas instituições é despertar o interesse pelo estudo da matemática, visando melhorar a qualidade do ensino da disciplina no país e descobrir talentos precoces para as ciências em geral.

Para chegar à competição internacional, os alunos precisam enfrentar desafi os internos, como a Olimpíada Brasileira de Matemática (OBM), destinada a alunos do sexto ano do ensino fundamental ao terceiro ano do nível médio de escolas públicas e particulares. Os vencedores de medalhas nessa disputa podem se inscrever para brigar por uma vaga na equipe que vai representar o Brasil na IMO e em outras disputas internacionais, como a Olimpíada de Matemática do Cone Sul e a Olimpíada Iberoamericana de Matemática.

Genildo Alves Marinho, coordenador regional da OBM no Distrito Federal, observa que a competição tem estimulado os alunos, despertando o interesse não só pela matemática, mas pelo ensino de modo geral. "Os alunos participam, por livre e espontânea vontade, de aulas extras, resolvem desafios e também apresentam resultados melhores em outras matérias", conta o professor. O resultado da equipe brasileira na IMO é motivo de orgulho para Marinho, professor de matemática há 17 anos. Porém, ele ressalta que o desempenho geral dos estudantes brasileiros em matemática é muito ruim, principalmente nas escolas públicas. "O que o resultado das olimpíadas mostra é que temos alunos excelentes, equiparados aos melhores do mundo", conclui o professor.

Jovens talentos nas escolas públicas

Os alunos das escolas públicas têm uma competição específica. É a Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (OBMEP). Promovida pelos ministérios da Educação e da Ciência e Tecnologia, com realização do Instituto Nacional de Matemática Pura e Aplicada (Impa), a competição é a maior do mundo no gênero. Este ano 19,2 milhões de alunos de 43,8 mil escolas se inscreveram. A primeira etapa aconteceu no último dia 25 de agosto, com provas nas próprias escolas dos participantes. Cinco por cento dos alunos que receberam as melhores notas no exame vão participar da segunda fase, marcada para o dia 24 de outubro. Os vencedores serão conhecidos no dia 11 de dezembro.

Os irmãos Victor Hugo, 15, e Marcos Paulo Soares Costa, 13, alunos do Colégio Militar de Brasília, conquistaram ouro na OBMEP 2008. Marcos Paulo acredita que seu bom desempenho não está diretamente relacionado à intensidade de estudo. "Não estudo muito, é mais uma questão de facilidade", afirma o estudante do 8º ano, que também faturou o ouro em 2007. O irmão mais velho concorda. "Presto muita atenção nas aulas e resolvo todos os problemas, inclusive desafios que encontro na internet, mas não estudo muito", garante Victor Hugo. Chamados de "nerd" pelos amigos, os irmãos rejeitam o título de extremamente estudiosos, porque ambos tocam instrumentos musicais, saem com os amigos, praticam esportes e passam horas jogando videogame.

Como parte da premiação, os dois estudantes ganharam um curso de iniciação científi ca na Universidade de Brasília, que acompanha uma bolsa de R$ 100 por mês. Também foram contemplados com uma viagem ao Rio de Janeiro para uma semana de aulas e diversão junto com outros medalhistas. Marcos Paulo comemora: ganhou, ao todo, R$ 4,2 mil, dinheiro que investiu na compra de um videogame e um celular de última geração. Apaixonados por matemática, nenhum dos dois sabe ainda que profissão seguir. Mas compartilham um objetivo: conquistar medalha de ouro na olimpíada internacional.

O governo federal financia as olimpíadas justamente para estimular nos jovens o interesse pela matemática e por outras disciplinas que também têm olimpíadas, como português, física, química, biologia, história, astronomia e robótica. "Mas há outro objetivo maior que é colaborar com a melhoria do ensino porque a competição envolve os professores, capacitando e premiando os profissionais que se destacam", explica Ildeu de Castro Moreira, diretor de Popularização e Difusão da Ciência e Tecnologia do MCT.

 

 
Copyright © 2007 - DESAFIOS DO DESENVOLVIMENTO
É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação sem autorização.
Revista Desafios do Desenvolvimento - SBS, Quadra 01, Edifício BNDES, sala 1515 - Brasília - DF - Fone: (61) 2026-5334