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Por dentro do Ipea - Parceria com o Fed Atlanta

2009 . Ano 6 . Edição 54 - 30/10/2009

Durante acordo entre o Ipea e o banco central norte-americano, o vice-presidente do Federal Reserve estimou que os EUA precisarão de quatro anos para recuperar os empregos perdidos

Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e o Federal Reserve Bank, de Atlanta, fecharam, no mês passado, acordo de cooperação para o desenvolvimento de pesquisas nas áreas de macroeconomia, bancos regionais, bancarização e impacto econômico da migração. Posteriormente, outros temas poderão ser incluídos no acordo, que foi firmado por meio do Centro das Américas, vinculado ao Banco Central dos Estados Unidos, o Federal Reserve. A iniciativa se enquadra na estratégia do Ipea de ampliar a cooperação com outras instituições mundiais. Na ocasião, o presidente do Ipea, Marcio Pochmann, lembrou que o instituto mantém acordos com diversos organismos de pesquisas e países, mas este é o primeiro acordo com uma instituição financeira.

"O Centro das Américas concentra uma série de atividades, como conferências de pesquisa, análise de tendências econômicas, assistência técnica e acesso público à educação", explicou Stephen Kay, coordenador do Centro. O memorando de cooperação foi assinado por Pochmann e David Altig, vice-presidente sênior e diretor de pesquisa do FED de Atlanta. "Estamos entusiasmados com a parceria. É uma iniciativa estratégica", afirmou Altig, que proferiu a palestra Is it over yet? ("Será que já acabou?") no auditório do Ipea em Brasília. Em sua exposição, ele disse que "parece" que a crise acabou.

Pela previsão do vice-presidente do FED, a economia dos Estados Unidos terá crescimento positivo no terceiro trimestre, embora a situação ainda seja delicada. As vendas ao consumidor, por exemplo, "não estão indo bem, mas não estão piorando". A produção, segundo ele, dá sinais de recuperação e reversão de tendência. Já o emprego continua no fundo do poço, e é "improvável" que volte a se recuperar em breve.

"A realidade do emprego pode ser pior, pois muitos postos em tempo integral se transformaram agora em tempo parcial. Em relação à quantidade de pessoas que trabalham em tempo parcial e gostariam de atuar em tempo integral, esse número está muito acima do registrado em qualquer outra recessão depois da 2ª Guerra Mundial", disse. Nas crises anteriores, o país demorou a recuperar os empregos perdidos. Em 2001, por exemplo, foram necessários quatro anos. Na atual crise, segundo ele, a expectativa é que a recuperação se prolongue por período semelhante.

Com base em dados de crises anteriores, David Altig afirmou que as recessões normalmente são seguidas por períodos de crescimento rápido: "Quanto mais forte a recessão, maior a recuperação". Desta vez, porém, há um novo fator, o comportamento das famílias norte-americanas. A tendência, afirmou ele, é que os americanos passem a poupar mais e sejam mais cautelosos no consumo, até superar o trauma da crise. "É improvável que as famílias voltem a se comportar como antes", comentou.

Além disso, o crédito bancário continuará restrito. "Estamos num momento de repensar o mercado financeiro". Os bancos ainda estão tentando gerenciar os ativos podres. Ele destacou ainda que a dívida pública deve subir de 40% para 70% do Produto Interno Bruto (PIB): "Esse crescimento não é coerente com a estabilização".

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Necessidade comum de reduzir a pobreza

Países mostram avanços em seminário realizado pelo Ipea, que reuniu autoridades brasileiras e do país asiático para discutir programas e iniciativas dos dois governos na promoção e proteção social

O combate à pobreza, reduzindo-a ao mínimo aceitável, é um objetivo comum entre o Brasil e a China. É a condição "para que possam alcançar um patamar de países mais iguais, com o status de desenvolvimento que desejamos", resumiu Mário Theodoro, diretor de Cooperação e Desenvolvimento (Dicod)do Ipea, na abertura do Seminário Internacional China-Brasil: Compartilhando Experiências em Proteção Social. O encontro, promovido pelo Centro Internacional de Políticas para o Crescimento Inclusivo (IPC-IG), órgão ligado às Nações Unidas, reuniu autoridades dos dois países para discutir programas e iniciativas governamentais para promoção e proteção social.

Nos últimos anos, os dois países têm reduzido a pobreza em seus territórios, mas o problema ainda é muito grave. De acordo com Maristela Baioni, assistente do Programa da ONU para o Desenvolvimento (Pnud) no Brasil, "as experiências brasileiras têm apresentado resultados importantes na redução da pobreza". Ela ressaltou que a rede de proteção social do Brasil conta com programas complementares, como o Bolsa Família e os destinados a jovens e idosos. "O país está buscando uma combinação de ações que olhem a pessoas em suas faixas etárias", comentou. As políticas, lembrou, estão organizadas sob o princípio da democracia, com participação social e descentralização.

A China também tem apresentado bons resultados, com crescimento econômico e redução da pobreza, destacou Maristela Baioni. "Não há proteção social sem crescimento econômico". Cui Guozhu, chefe da delegação chinesa, afirmou que "aperfeiçoar o sistema de proteção social é muito importante para garantir o crescimento sustentado da economia". Segundo ele, a China está trabalhando para levar renda básica e assistência médica à população rural. Liu Qiu, diretor do Escritório para o Alívio da Pobreza e Desenvolvimento da Província de Anhui (China), informou: "Os pobres da China representavam 75% da população pobre dos países em desenvolvimento em 1980. De 1990 a 2002, a população chinesa que saiu da pobreza representa 90% do total mundial". Entretanto, segundo ele, anualmente 10% da população com registro de melhoria no padrão de vida volta à miséria. Mesmo diante dos desafios, como desastres naturais e as desigualdades mais patentes em algumas regiões, o Partido Comunista Chinês mantém a meta de eliminar a miséria no país até 2020.

Liu Junwen, diretor-geral adjunto do Escritório para o Alívio da Pobreza e Desenvolvimento do Conselho do Estado da China, expôs detalhes do sistema de proteção social chinês. Ele revelou como é o sistema de aposentadoria (15 anos de contribuição para receber o benefício básico), de seguro-desemprego e de assistência médica nas cidades, entre outros programas - que incluem ainda a assistência para pessoas atingidas por desastre natural.

No Brasil, a proteção e a promoção social integram a rede de proteção social, sob o guarda-chuva da seguridade social. Jorge Abrahão, diretor de Estudos Sociais (Disoc)do Ipea, falou da importância da previdência e do seguro-desemprego e das políticas para promover a igualdade racial. "O sistema de proteção social do Brasil acaba sendo responsável por mover um quarto da economia nacional. De 1990 para cá, tem abarcado cerca de 22% do PIB em gastos diretos", afirmou. Mesmo assim, a realidade ainda é muito desfavorável: no Distrito Federal, com o maior Índice de Desenvolvimento Humano do país, 20% da população ganha menos de meio salário mínimo, afirmou Eliana Pedrosa, secretária de Desenvolvimento Social e Transferência de Renda do Distrito Federal.

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Radar


Sinal de estabilidade no segmento de máquinas e equipamentos

A terceira edição do boletim Radar - Tecnologia, Produção e Comércio Exterior, divulgada em agosto pelo Ipea, indica que o consumo de máquinas e equipamentos alcançou certa estabilidade, superando a fase mais difícil da crise. Fernanda de Negri, diretora-adjunta de Estudos Setoriais do Ipea, lembra que a taxa de investimento caiu bruscamente no terceiro trimestre de 2008 (18,6%) e no primeiro trimestre de 2009 (14,6%). Agora, porém, o setor dá "sinais de estabilidade". Estudos de Divonzir Arthur Gusso e Luiz Dias Bahia, técnicos de planejamento e pesquisa do Ipea, mostram que os primeiros setores a se recuperar normalmente são os de bens de consumo duráveis e de bens de capital. "Isso aconteceu em 1999 e 2000 e também entre 2003 e 2004. Parece ser um padrão que se repete nos momentos de redução da atividade econômica brasileira", comenta Fernanda De Negri.

Por enquanto, a situação é de estabilidade. "O segmento de máquinas e equipamentos foi um dos mais prejudicados pela crise internacional, e enfrenta dificuldade para recuperar a escala produtiva precrise", escreve Bruno Sérgio Araújo, técnico de planejamento e pesquisa do Ipea, no Radar. O temor, ressalta ele, é que a retração do investimento reduza a competitividade das empresas brasileiras.

"O impacto da crise no setor de bens de capital é preocupante do ponto de vista de como será a retomada da economia brasileira, se ocorrerá de maneira suficientemente competitiva, capaz de difundir progresso técnico para o restante da economia nacional", pondera Fernanda de Negri.

Para Divonzir Gusso e Luiz Bahia, ainda não há certeza de uma retomada vigorosa da economia. Houve a dissipação do quadro de incerteza e a recomposição dos estoques. "Contudo, uma retomada de crescimento mais sustentada, estrutural, passa certamente por dois eventos: uma recomposição da fluidez das cadeias produtivas, já que, para frente e para trás, todos frearam abruptamente a produção, e a retomada das exportações de manufaturados", afirmam.

Outro assunto tratado no Radar é o da ciência, tecnologia e inovação como ferramentas para uma melhor inserção da economia nacional. Luís Felipe Giesteira e José Eustáquio Ribeiro Vieira Filho, técnicos de planejamento e pesquisa do Ipea, afirmam que se o Estado não cumprir sua função de "organizar o ambiente institucional promotor do desenvolvimento tecnológico, a aprendizagem empresarial pode ser letárgica". Eles defendem um esforço de empresas e instituições de pesquisa para aumentar a inovação.

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Crise


Oportunidade para pensar um sistema mais justo

Uma crise do tamanho da iniciada em setembro do ano passado pode trazer muitas mudanças e oportunidades, inclusive o estabelecimento de novos modelos de desenvolvimento. Pensar esses modelos torna-se tarefa premente para os governos e a sociedade civil. Essa urgência permeou o seminário Crise como oportunidade, realizado em agosto na sede do Ipea em Brasília. Participaram como palestrantes Ladislau Dowbor, professor de economia e administração da PUC-SP, Paul Singer, titular da Secretaria Nacional de Economia Solidária, ligada ao Ministério do Trabalho, e Silvio Caccia Bava, coordenador-executivo do Instituto Pólis e editor do Le Monde Diplomatique Brasil.

Singer afirmou que a crise proporcionou uma "grande oportunidade". "Todos os governos do mundo simplesmente jogaram fora os ensinamentos da ortodoxia neoliberal e tiraram Keynes da naftalina. Isso significa aumentar o gasto público e o crédito o máximo possível", disse. Segundo o secretário, o Brasil passou de maneira mais fácil pela turbulência por ter quase metade de seu sistema bancário nas mãos do governo federal.

Singer afirmou que a crise proporcionou uma "grande oportunidade". "Todos os governos do mundo simplesmente jogaram fora os ensinamentos da ortodoxia neoliberal e tiraram Keynes da naftalina. Isso significa aumentar o gasto público e o crédito o máximo possível", disse. Segundo o secretário, o Brasil passou de maneira mais fácil pela turbulência por ter quase metade de seu sistema bancário nas mãos do governo federal.

Singer considera que a crise foi superada apenas do ponto de vista financeiro, não na perspectiva social. "A crise definitivamente sacudiu o que era a ortodoxia mundial do neoliberalismo e o enfraquecimento dos estados nacionais, a globalização imposta. A oportunidade que ela nos oferece é de uma outra agenda de prioridades", completou. Segundo ele, a agenda anterior, dos "homens de negócios", tinha como prioridades o controle inflacionário e o equilíbrio fiscal. Agora, ganham relevância a agenda ecológica e a redução das diferenças econômicas e sociais.

Para Ladislau Dowbor, o problema atual não é tanto a produção, mas a melhoria da governança do sistema para que todos tenham um mínimo de qualidade de vida. Dowbor apresentou um gráfico de megatendências sobre população, PIB, espécies em extinção, uso de água, entre outros itens, todos convergindo para uma escalada sem precedentes desde o começo do século passado. "Estamos destruindo o planeta por um sistema que beneficia um terço da população (...) Estruturalmente, estamos amarrados em um processo de desigualdade e destruição ambiental", afirmou, lembrando que 82,7% da produção mundial é consumida por apenas 20% da humanidade.

Segundo ele, a população mundial se comporta como gafanhotos, mas os recursos naturais são finitos. Da mesma forma, não dá para expandir indefinidamente a produção e o consumo. Ele ressaltou ainda que o crescimento do PIB não resulta em melhor satisfação de vida da população: nos Estados Unidos, caíram os indicadores de satisfação enquanto o PIB crescia. Dowbor argumentou ainda que a produção mundial atual é suficiente para a população do planeta. "Nada será legitimamente seu enquanto houver alguém em necessidade", ensinou.

Depois que Singer citou uma volta ao keynesianismo, Caccia Bava levantou dúvidas sobre a possibilidade de a crise erguer uma "social-democracia global", um retorno completo às premissas de Keynes. "Começo a achar que não, pois não vejo atores sociais pressionando por essas posições, por uma agenda mais aberta de alternativas políticas", afirmou. "Então, provavelmente, vamos continuar tendo uma sequência de crises, com mais concentração de poder no sistema financeiro." O seminário foi mediado pelo assessor da Presidência do Ipea Milko Matijascic.

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IQD


Melhora qualidade do desenvolvimento

O Índice de Qualidade do Desenvolvimento (IQD) referente a maio teve evolução positiva, o que comprova a trajetória de melhoria observada desde março. Embora ainda permaneça na zona de instabilidade, o índice calculado pelo Ipea subiu mais de cinco pontos entre abril e maio, chegando a 232,52. Para o país atingir uma qualidade de desenvolvimento considerada "boa", é preciso passar dos 300 pontos.

Dentre os três subíndices que compõem o IQD, o que mais colaborou para o desempenho observado em maio foi o Índice de Qualidade do Bem-Estar (305 pontos). Esse bom resultado se explica pela queda de 1,1% no desemprego, pelo aumento de 0,5% do número de pessoas com rendimento superior a R$ 1.660,00, e pela diminuição de 1,1% do Índice de Gini.

Já o Índice de Qualidade do Crescimento, que em abril havia registrado 200,92, evoluiu no mês seguinte para 201,59. O terceiro subíndice, o de Qualidade da Inserção Externa, passou da classificação "ruim" para a "instável", de 195,95 pontos em abril para 202,70 em maio. Essa melhoria, de acordo com o boletim, é justificada pela evolução nas reservas internacionais e a variação dessazonalizada de -1,2% na renda líquida enviada ao exterior.

Embora ainda esteja longe do patamar alcançado em novembro de 2007, antes da crise internacional (334,20 pontos), o IQD dá demonstrações claras de que as condições de desenvolvimento reagem à turbulência econômica nos países ricos. O índice é calculado todos os meses, e as fontes utilizadas para sua elaboração foram o IBGE, o Banco Central, a FGV, o Inpe e o próprio Ipea.

 
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