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Idéias que movem o mundo

2005. Ano 2 . Edição 9 - 1/4/2005

por Paulo Roberto de Almeida

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A evolução nas sociedades humanas libertou-se dos constrangimentos do mundo natural e tornou-se essencialmente cultural ou basicamente tecnológica. Os seres humanos, eles mesmos, estão sendo mudados pelas técnicas de intervenção cromossômica e de manipulação genética (ou pelo menos existe capacidade potencial de fazê-lo). A despeito disso tudo, a humanidade continua a ser movida por sentimentos ancestrais, como o desejo sexual, o amor, o ódio, a vontade de poder e outros tantos impulsos mais ou menos nobres ou simplesmente mesquinhos.

Esse livro, do conhecido historiador, professor na Universidade de Londres, identifica e explica quase duas centenas de idéias que influenciaram o destino da humanidade, desde 30 mil anos atrás até a atual era da incerteza. Atento para não parecer "ocidentalocêntrico", o autor buscou em civilizações orientais conceitos e princípios que também se tornaram universais. Mas reconhece que predominam as idéias ocidentais, pois são as que moldaram o mundo tal como o conhecemos hoje. Ele também aceita que a maior parte das mudanças tem origem intelectual e que as idéias são poderosos agentes transformadores. Os conceitos estão cronologicamente organizados em sete partes, desigualmente distribuídas: o primeiro capítulo cobre 20 mil anos, na era dos caçadores primitivos, ao passo que os últimos dois séculos merecem um capítulo cada um. Ainda assim, a maior parte das idéias tidas como importantes tem origens antiquíssimas. Como ele diz na introdução, "é humilhante para o homem moderno admitir que uma parcela tão grande de seu pensamento foi antecipada há muito tempo e que a modernidade acrescentou pouquíssimo a nosso equipamento intelectual básico".

A organização do livro permite uma leitura não linear, e cada página dupla que explora um conceito particular remete a outras idéias a ele vinculadas, assim como sugere leituras adicionais. Verdade que nem todas são idéias, no entendimento habitual do termo, pois comparecem hábitos ancestrais, como o canibalismo, ou práticas de governos que depois foram formalizadas por "filósofos morais", como o mercantilismo. Ainda assim, o livro mapeia um conjunto impressionante de princípios norteadores de nosso tempo, tirados de todas as épocas e várias sociedades. Para os que crêem que o capitalismo é uma noção tipicamente ocidental, desenvolvida nos últimos cinco séculos, vale conferir a defesa que o filósofo indiano fundador do jainismo, Mahavira, do século VI a.C., fez da criação de riqueza, estimando que o rico trabalha "para que muitos desfrutem dos seus ganhos". Esse verbete remete tanto a Karl Marx como a Milton Friedman e Max Weber, cuja tese sobre as "afinidades eletivas" entre capitalismo e protestantismo é considerada "desacreditada".

O livro começa por desmistificar a idéia de que "mentes primitivas" não possam ter idéias brilhantes, relativizando a noção de progresso. Termina pelo conceito de aldeia global, ou seja, a idéia do pluralismo cultural, remetendo ao pensador Isaiah Berlin: para ele existe uma "pluralidade de valores", que são inúmeros mas não infinitos, o que difere do relativismo cultural. Os antiglobalizantes, que lutam contra a dominação mundial do capital, são contrários ao "pensamento único". Suas idéias são provavelmente inexeqüíveis na sociedade capitalista abrangente e multiforme. Esta é a mensagem final do livro: "O pluralismo é obviamente o único futuro prático para um mundo multiforme. Talvez seja o único interesse uniforme que todos têm em comum". Esta é a sociedade humana: unidade na diversidade.

 
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