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Repassando conhecimento - Reativação de cursos de mestrados

2009 . Ano 6 . Edição 52 - 05/07/2009

Reativação de cursos de mestrado é o resgate de uma das tradicionais funções do Ipea, que já preparou quadros para diversos órgãos públicos

O Ipea está retomando a tradição de formação de quadros para o serviço público: montou um curso de mestrado em políticas públicas para a qualificação de funcionários da União, estados e municípios, e também oferece cursos de curta duração nessa área. O diretor de Cooperação e Desenvolvimento do Ipea, Mário Theodoro, explica que tudo começou com um minicurso de planejamento, com duração de seis semanas, realizado nos meses de outubro e novembro do ano passado. Foram convidados técnicos de vários ministérios para discutir o papel do Estado no planejamento e no desenvolvimento.

"As pessoas gostaram muito. Então nós partimos para um projeto mais ambicioso de montar um mestrado em políticas públicas", explica. Na verdade, o Ipea já desempenhou antes a função de formar quadros profissionais para a burocracia estatal nas três esferas de poder. "A formação de quadros era uma atividade ordinária do Ipea", conta Mário Theodoro. Até a década de 1990, a instituição formou pessoal para estados, municípios e diversos órgãos públicos. Mantinha cursos de planejamento e de pós graduação lato senso em várias áreas. "No planejamento estratégico, feito em 2007 e 2008, foi levantada como importante a idéia de compartilhar conhecimentos com outros órgãos e instituições. E esse compartilhamento seria feito resgatando a idéia de curso", conta.

O curso de pós-graduação é feito em parceria com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), que já dispõe de curso semelhante, só que voltado para a área de saúde pública, e tem o apoio da Universidade Federal de Uberlândia (MG), que participou na organização do minicurso. Os técnicos do Ipea ajudaram no desenho das políticas públicas que são estudadas durante o curso.

O mestrado funciona nas instalações da Fiocruz, em Brasília, mas o Ipea já está negociando com alguns parceiros, especialmente a Universidade de Brasília (UnB), um espaço maior para instalação do curso. A primeira turma conta com 33 alunos de vários órgãos do governo federal. "A idéia de longo prazo é que na nova sede do Ipea tenha um espaço grande para formação e capacitação, mas nesse primeiro momento nós estamos conversando com a pró-reitora da UnB para ver a possibilidade de termos um espaço no campus", explica Theodoro. O mestrado oferecido pelo Ipea está em processo de reconhecimento pelo Ministério da Educação.

O diretor aponta como diferencial do mestrado oferecido pelo Ipea a possibilidade de aliar a teoria à prática, pois o órgão dialoga com a área acadêmica e com a burocracia estatal. "O grande ganho do nosso mestrado é que falamos de planejamento, de gestão de políticas públicas com conhecimento de causa. Os técnicos têm mais do que domínio teórico, eles têm participado da discussão, do desenho, da formatação, da gestão pública do País", comenta.

Nesse primeiro momento, até por uma questão de logística, o curso é limitado a servidores públicos, mas a ideia é que nos próximos anos ele seja aberto a pessoas ligadas a instituições não governamentais que se interessem por políticas públicas, desde que paguem pelo curso.

O Ipea também está negociando com alguns países a exportação de seus cursos, principalmente os de língua portuguesa, como Angola e Moçambique. Theodoro conta que estão sendo feitos contatos com as universidades desses países para que professores de lá ministrem a parte de história econômica. "Além disso, nós temos também a possibilidade de avançarmos e darmos cursos nos países do Mercosul", diz. Técnicos do Paraguai e de outros países da América Latina devem vir ao Brasil para o próximo curso.


Sensor

Nem recessão nem crescimento

O setor produtivo brasileiro não acredita em recessão em 2009. Nem em crescimento. Espera até um bom desempenho na agricultura, comércio e serviços, de acordo com o Sensor Econômico, indicador de expectativas produzido pelo Ipea. A 5ª edição da pesquisa, feita com 115 entidades das empresas e dos trabalhadores - representantes de 80% do PIB nacional - mostrou também redução no grau de apreensão das empresas, de 4,57 pontos, em março, para 7,79 pontos, em maio (quanto maior a pontuação, menor a apreensão).

De acordo com Ricardo Amorim, assessor técnico da Presidência do Ipea, a evolução dos dados mostra uma "tendência consistente de melhora". Em outubro o setor produtivo deve "superar o medo e tornar-se mais confiante". O setor agropecuário, antes o mais pessimista, "está cada vez mais confiante de que não haverá recessão neste ano". A maior apreensão ainda concentra-se na indústria.

O Sensor indica também uma melhora significativa nas expectativas de acesso ao crédito (de 2,9 pontos em abril para 13,56 pontos em maio). "As empresas estão perdendo o medo em relação à demanda, ao crédito e ao lucro", afirmou Amorim. "Não quer dizer que estejam bem, estão perdendo o medo", explicou. "Há perspectiva de melhora em relação à demanda", confirmou Diones Cerqueira, representante da Federação das Indústrias do Distrito Federal (Fibra), que participou de debate no Ipea sobre as "Perspectivas da Economia Brasileira para 2009 e 2010". Segundo ele, "o momento agora é de menos incerteza, mas não ainda de recuperação".

De acordo com o Sensor, as empresas continuam apreensivas também em relação aos aspectos sociais, mas já acreditam, por exemplo, que a massa salarial deve fechar o ano sem queda (em fevereiro esperavam redução de 2%). Levantamento do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) também aponta nessa direção, informou Rosane de Almeida, assessora técnica da entidade. Nos primeiros quatro meses do ano, segundo ela, o resultado das negociações salariais foram semelhantes ao do mesmo período do ano passado. "O impacto da crise tem se dado mais sobre o emprego do que sobre o salário", disse.

Um terço da economia está em recessão

A indústria brasileira está em recessão. Comércio e serviços e agricultura, não. Isso fica evidente na análise dos dados de queda do produto interno bruto (PIB) dos últimos dois trimestres. "Percebe- se que o Brasil viveu uma recessão industrial", afirmou Ricardo Amorim, assessor da Presidência do Ipea, durante a divulgação do Sensor. Embora os outros dois setores não tenham entrado em recessão, ele ressalta que a indústria representa um terço da economia brasileira - em torno de 30% da produção e de 22% do emprego. "Significa dizer que um terço da economia está em recessão", comenta.

Para Diones Cerqueira, representante da Fibra, a concentração da crise em um único setor tem a vantagem de permitir ao governo adotar medidas anticíclicas focadas na indústria e, assim, conduzir o processo para uma recuperação mais rápida. "Não é simples a resolução da situação da indústria", discordou Amorim, lembrando que, além de representar um terço da economia, a indústria é a força motriz da economia.

O impacto diverso nos setores econômicos, segundo o presidente do Ipea, permite concluir que a indústria foi mais afetada pela crise porque o setor tem alto grau de internacionalização, enquanto serviços e comércio são mais dependentes do mercado doméstico. No setor industrial, há grandes empresas multinacionais que, ao entrar em crise em outros países, contaminam o Brasil.

"Antes da crise já havia maior remessa de lucro para as matrizes. Isso revela o quanto esse setor é vinculado às transnacionais", explicou Amorim. Além das decisões dessas empresas serem tomadas fora do Brasil, ele ressaltou que 25% do crédito brasileiro depende de recursos externos, o que aumenta a dificuldade de solucionar a crise.

 
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