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Livro do Ano Educação - Sem educação não há solução

2006. Ano 3 . Edição 25 - 3/08/2006

A má qualidade do ensino gera trabalhadores de baixa capacitação, que levam essa marca por toda a vida. Quando se ergue sobre um alicerce firme de escolaridade básica, a formação profissional é mais eficiente, eficaz e funcional

Por Lia Vasconcelos de brasília

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Avaliar o impacto da educação sobre o crescimento econômico é o objetivo do capítulo que analisa a relação entre estudo e mercado de trabalho no livro Brasil:O Estado de uma Nação. O coordenador do texto,Cláudio Moura Castro,economista especializado no tema que já foi pesquisador do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea),atuou na Organização Internacional do Trabalho,no Banco Mundial e no Banco Interamericano de Desenvolvimento,e hoje preside a rede de ensino Pitágoras,parte do princípio de que deficiências na quantidade e na qualidade da educação são duas causas relevantes do baixo crescimento econômico registrado no país.Também credita à educação as imensas diferenças salariais existentes no mercado. Segundo ele, cerca de 40% da disparidade salarial no Brasil pode ser atribuída aos desníveis na formação da mãode- obra.Aqueles que possuem diploma superior, por exemplo, ganham, em média, três vezes mais por hora de trabalho do que os que têm de nove a onze anos de estudo - o que corresponde ao nível médio incompleto (veja gráfico ao lado). E mais: 26% das diferenças na receita geral da população, não apenas as relativas ao trabalho, também são provocadas pela desigualdade na formação.

Moura Castro afirma que o peso da educação tende a crescer, pois o aumento da complexidade do processo produtivo gera a necessidade de uma força de trabalho mais bem preparada.Assim, como a tecnologia evolui rápida e permanentemente, a capacidade e a velocidade de adaptação das pessoas depende do seu nível de escolaridade.“ A educação é o que nos concede maior facilidade para aprender ao longo da vida. Se a tecnologia e as máquinas evoluem o tempo todo,só quem estudou mais consegue aprender o novo num ritmo aceitável”, explica.Para ele,a educação é o equipamento intelectual que permite às pessoas transformar experiência em produtividade.

Os caminhos para o progresso individual sem escolaridade são estreitos.“Com a universalização do ensino,o principal filtro está dentro das escolas,e não no acesso a elas.

O miolo da diferença está na qualidade da educação oferecida. Os mais pobres não apenas freqüentam escolas piores,mas têm maior dificuldade em aprender e avançar no sistema.Até o uso de computadores requer um nível de escolaridade acima da média de sete anos da força de trabalho brasileira”,diz (veja gráfico ao lado).Assim, a melhoria da educação básica não é só um imperativo econômico, mas também uma urgência social,no sentido da redução das desigualdades,já que a mobilidade das pessoas no mercado de trabalho depende,de forma cada vez mais imediata e fundamental, de boas escolas.

Se a melhoria do ensino básico é um dos maiores desafios do país,os cursos de pós-graduação, jóias da coroa do sistema educacional, também apresentam problemas. Para o autor,mesmo que a pós-graduação abasteça as universidades com mestres e doutores qualificados,os cursos demoram a redirecionar seu foco para o setor produtivo e têm dificuldade de converter ciência em tecnologia. São pouco eficientes no que diz respeito à geração de crescimento econômico.

Há outro pé manco nesse sistema.Falta de qualidade na base e necessidade de atualização geram uma imensa procura por educação permanente - e não existe oferta que satisfaça a demanda.Os cursos de formação profissional e técnica, numa rede de 40 mil estabelecimentos,alcançam cerca de 35 milhões de matrículas anuais. Pelos cálculos de Moura Castro, a concessão de 39 milhões de vagas por ano representaria alguma oportunidade de treinamento para 40% da população economicamente ativa (PEA), estimada em 91 milhões de pessoas em 2004 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). “Se a oferta,em hipótese otimista,chegasse a 20% da PEA,cada trabalhador teria uma chance de treinamento a cada cinco anos, intervalo muito longo diante do ritmo de mudanças e inovações”, afirma o especialista. E ainda assim a questão não seria de todo solucionada,“uma vez que os casos de sucesso mostram que a formação profissional funciona melhor, com mais foco e eficácia,quando parte de um bom alicerce de escolaridade básica.Depois que se sabe ler, escrever, calcular e pensar, tudo o mais se aprende com rapidez e facilidade”.

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Fonte: Schwartzman, S. 2001. A Revolução Silenciosa do Ensino Superior, em Eunice Ribeiro Durham e Helena Sampaio, O Ensino Superior em Transformação, São Paulo, Nupes/USP e Cebrap, pp. 13-30.

 
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