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Caravana da saúde - Programa de Saúde Indígena de Boa Vista leva profissionais em ônibus adaptado para atender às comunidades do entorno da cidade, respeitando tradições e diversidade cutural

2010 . Ano 7 . Edição 63 - 19/11/2010

Programa de Saúde Indígena de Boa Vista leva profissionais em ônibus adaptado para atender às comunidades do entorno da cidade, respeitando tradições e diversidade cultural

Vencedor da terceira edição do Prêmio Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM), o Programa de Saúde Indígena de Boa Vista (RR), implantado pela prefeitura em 2006, mudou uma triste realidade das 16 comunidades indígenas das etnias macuxi e wapixana que vivem há 85 km da capital do estado. Embora localizadas perto do centro de Boa Vista, os habitantes dessas comunidades não tinham o costume de ir até aos hospitais e clínicas da cidade para cuidar da saúde e ter atendimento médico. A mortalidade infantil e a saúde das mulheres grávidas despontavam como os maiores problemas dessas aldeias.

Em um ônibus adaptado com consultório clínico, odontológico e gerador de energia, equipes de profissionais da saúde prestam o atendimento à comunidade no próprio local, com acesso à atenção integral à saúde, de acordo com os princípios do Sistema Único de Saúde (SUS), com respeito à diversidade social, cultural, geográfica, histórica e política da população.

A equipe é composta por um médico, enfermeiro, auxiliar de enfermagem, laboratorista e dentista, treinados para aliar o cuidado médico às tradições dos povos macuxi e wapixana. A cada três meses trabalhadores indígenas do subsistema de saúde e usuários do programa reúnem-se com a equipe do Programa em um Conselho Local de Saúde para estruturar e renovar o planejamento de ação. As reuniões são realizadas nas próprias comunidades.

Do total das comunidades indígenas atendidas, 66% estão localizadas na margem esquerda do Rio Uraricoera e, por isso, o ônibus adaptado precisa atravessá-lo de balsa. Todas as 2.500 pessoas atendidas são residentes nas 16 comunidades indígenas do município, sendo que dez estão na Terra Indígena São Marcos, três na Terra Indígena Serra da Moça, uma na Terra Indígena Truaru e uma em terras da União, ainda não demarcadas

A implantação do Programa proporcionou uma redução de 65,57% na mortalidade infantil das comunidades atendidas. De acordo com dados da prefeitura de Boa Vista, em 2008 foram realizadas 3,87 consultas por gestante, número que chega muito próximo ao recomendado pelo Ministério da Saúde, que é de pelo menos quatro consultas durante a gestação. A incidência de verminoses e doenças de pele entre os mais jovens da comunidade ainda é muito comum. "Isso se deve à baixa cobertura de sistemas de abastecimento de água, que chega a apenas 49% das comunidades, o que pode agravar essas doenças", explica Emmanuel Porto, técnico do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), que acompanhou o trabalho da equipe de saúde nas comunidades.

O atendimento médico é feito na forma de rodízio nas comunidades, com cronograma previamente divulgado. Nas áreas de clínica médica e enfermagem são realizadas consultas de pré-natal, acompanhamento pediátrico, monitoramento dos casos de hipertensão e diabetes, diagnósticos, além de tratamentos ou encaminhamentos em casos de doenças mais graves, como as doenças sexualmente transmissíveis. As coletas de amostras para exames laboratoriais também são realizadas na clínica adaptada. Na área de odontologia é priorizada a atenção preventiva, com a distribuição de kits (escova e creme dental), aplicação tópica de flúor em toda a população infantil a cada três meses, bem como serviços de extração e dentes.

Dados levantados pela equipe de saúde mostram que em 2008 foram realizados 6.235 atendimentos nas diversas modalidades e foram também distribuídos 200 óculos de grau. Em 2009 o programa de Saúde Indígena de Boa Vista teve um aumento de 33% no total de consultas realizadas: 8.100, o que representa 3,24 consultas por habitante durante o ano passado.

Para Porto, existe um entusiasmo muito grande por parte dos profissionais que trabalham no projeto: "tivemos a oportunidade de observar que, apesar das dificuldades de logística (condições precárias das estradas, manutenção dos veículos) e dificuldades financeiras, o programa é conduzido de forma bastante eficiente, com boa cobertura e periodicidade de atendimento", afirma.

 
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