Notícias

Estudo estima capacidade mundial de produção de vacinas contra a gripe e gripe pandêmica

Segundo o levantamento, produção ocorre em quase todas as regiões do mundo, mas concentra-se em países de renda média e alta

Um estudo publicado em janeiro na revista Vaccine comparou a capacidade global de produção de vacinas contra a gripe em 2019 com estimativas de pesquisas anteriores a fim de entender quais países contam com instalações de produção estabelecidas, incluindo tipo e processo de fabricação, e qual a capacidade global de produção desse tipo de vacina.

Essas estimativas podem ser uma boa aproximação para se analisar os gargalos e a capacidade global de produção de vacinas para a Covid-19.

Os resultados mostram que a capacidade anual estimada de produção de vacina contra influenza sazonal aumentou de 1,47 bilhão, em 2015, para 1,48 bilhão de doses em 2019. A capacidade máxima de produção anual de vacina contra influenza pandêmica, por sua vez, teria aumentado de 6,37 bilhões para 8,31 bilhões de doses no mesmo período, em um cenário otimista. 

No entanto, o estudo destaca que esse potencial depende de premissas que podem impactar o fornecimento, como é o caso da recente produção de vacinas contra a Covid-19. Num cenário menos otimista a projeção é de 4,15 bilhões de doses de vacina contra uma pandemia de gripe, em 12 meses. 

Como as vacinas contra uma pandemia de gripe poderiam levar de quatro a seis meses para os primeiros suprimentos (desenvolvimento da vacina, produção de insumos, ampliação da capacidade etc), o estudo aponta que vários meses a mais devem ser necessários para atingir a capacidade máxima, o que requer esforços contínuos para garantir a sustentabilidade da produção, incluindo pesquisas sobre métodos mais rápidos de produção.

O estudo evidencia ainda a concentração da produção de vacinas no mundo. O levantamento identificou 31 fabricantes com 40 instalações para produção de diferentes vacinas contra influenza em 18 países, com 80% da capacidade localizada em países de alta renda, 19% em países de renda média alta e apenas 1% em países de renda média baixa. O estudo por ser lido na íntegra aqui.