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Indicadores mensais de indústria, comércio e serviços

Por Leonardo M. de Carvalho e José Ronaldo de C. Souza Jr.

Os efeitos da segunda onda da Covid-19 sobre o nível de atividade se mostraram menos intensos e com menor duração em comparação com o período inicial da pandemia, no primeiro semestre do ano passado. Parte disso pode ser atribuída a uma melhor adaptação da economia para lidar com as restrições impostas pela redução de mobilidade. Essa adaptação tem sido importante particularmente para o setor de serviços, em que alguns segmentos, cujas atividades são mais dependentes de interação presencial, ainda se encontram em níveis bastante inferiores aos observados no período pré-pandemia. Sua recuperação ao longo do ano deverá ser um importante driver para o crescimento da demanda doméstica. Para maio, a Diretoria de Estudos e Políticas Macroeconômicas (Dimac) do Ipea estima que a receita de serviços tenha crescido 1,3% na série sem efeitos sazonais. Com isso, o carry-over para o segundo trimestre ficaria em 0,8%.

Apesar deste cenário mais benigno, a lenta recuperação do mercado de trabalho, principalmente em relação aos trabalhadores de baixa qualificação,1 tem afetado negativamente o consumo de bens e serviços pelas famílias, especialmente nas faixas de renda mais baixas, em que o impacto da aceleração inflacionária tem sido mais severo. Nesse contexto, também caracterizado pelo início de um ciclo de normalização das taxas de juros, o governo decidiu retomar alguns programas que haviam sido encerrados, como o auxílio emergencial e o Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda, ambos com início em abril. Um dos possíveis impactos de curto prazo dessa política de transferência de renda é o aumento das vendas do comércio, que, de acordo com a nossa projeção, deve ter uma alta de 3,9% na margem em maio, com crescimento interanual de 25,8%.

O setor manufatureiro segue num processo de ajustamento dos níveis de estoque, que encerraram o ano passado em patamar bastante inferior ao considerado ideal pelos empresários. Esse fator tem sido importante para compensar a falta de estímulos mais significativos da demanda interna, tendo contribuído positivamente para o resultado do PIB no primeiro trimestre. Alguns segmentos com peso relevante na cadeira produtiva, no entanto, ainda apresentam níveis abaixo do planejado. Na esteira desse processo de recomposição dos estoques e mesmo da demanda, a Dimac estima que a produção industrial de maio tenha avançado 1,4% na série sem efeitos sazonais. Ainda assim, o carry-over para o segundo trimestre ficaria em -2,4%.

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Projeção do valor adicionado do setor agropecuário para 2021

Por Pedro Mendes Garcia, Fabio Servo e José Ronaldo de C. Souza Júnior

A Diretoria de Estudos e Políticas Macroeconômicas (Dimac) do Ipea, com base nas estimativas para 2021 do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA), do IBGE, e em projeções próprias para a pecuária a partir dos dados da Pesquisa Trimestral do Abate de Animais, da Produção de Ovos de Galinha e Leite, revisou a estimativa de crescimento do valor adicionado (VA) do setor agropecuário de 2021 de 2,2% (como divulgado na Nota no 24 da Carta de Conjuntura no 50) para 2,6%. Os principais riscos dessa projeção de crescimento estão relacionados à crise hídrica, que pode prejudicar mais que o previsto a produção vegetal, e às incertezas relativas à oferta e à demanda de bovinos.

Gráfico 1

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Visão Geral da Conjuntura

Por José Ronaldo Souza Jr., Marco Cavalcanti, Paulo Levy e Leonardo Carvalho

Dados recentes de janeiro de 2021 e estimativas da Dimac do Ipea para fevereiro mostram que a trajetória de recuperação continuou no primeiro bimestre deste ano na indústria e, principalmente, nos serviços. No entanto, o agravamento recente da pandemia, que culminanou no quadro atual de forte pressão sobre o sistema de saúde, vem motivando os governos estaduais e municipais a reintroduzir medidas impositivas de isolamento social. Se, por um lado, se espera que a nova rodada de restrições possa ajudar a conter o número de novos casos da doença e aliviar o sistema de saúde, por outro lado, aumentam as incertezas em relação ao desempenho da economia no curto prazo. O impacto negativo sobre a atividade econômica tende a ser significativo, mas menor do que no segundo trimestre do ano passado.

O desequilíbrio fiscal é analisado nesta nota na perspectiva do orçamento de 2021 recém-aprovado pelo Congresso, especialmente em relação ao cumprimento do teto de gastos, e do impacto da aprovação da Emenda Constitucional (EC) no 109, derivada da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) Emergencial, sobre a sustentabilidade das contas públicas em prazo mais longo. Argumenta-se que a necessidade de duras medidas de contenção de despesas visando ao cumprimento do teto de gastos em 2021, que já era significativa, foi magnificada pelo Autógrafo do Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) aprovado. Contudo, dado o já relativamente baixo nível das despesas discricionárias, o espaço para o ajuste requerido é estreito, havendo risco de interrupção parcial ou total de algumas atividades ou programas públicos. Faz-se necessária, portanto, a busca por uma solução que envolva a revisão de parte da programação orçamentária aprovada no Autógrafo do PLOA. No que se refere à sustentabilidade da política fiscal no longo prazo, entende-se que a EC no 109 seja um passo importante na direção correta, ao proporcionar instrumentos e reforçar princípios relevantes para o equilíbrio fiscal intertemporal. Um dos determinantes de seus impactos, porém, será a aprovação de leis complementares que regulamentem algumas das alterações constitucionais. Ao longo do tempo, o impacto final da EC no 109 sobre as contas públicas ficará mais claro.

Neste contexto de incertezas de política fiscal e relacionadas à pandemia, a previsão da Dimac/Ipea para o PIB de 2021 é de um crescimento de 3%, com recuo de 0,5% do PIB no primeiro trimestre, na comparação com ajuste sazonal. Ainda que uma nova rodada de medidas fiscais de combate aos efeitos da pandemia esteja programada para começar em abril, o impacto negativo sobre a atividade econômica tende a prevalecer no primeiro semestre, embora em magnitude significativamente menor do que a verificada no ano passado. No segundo semestre, o cenário considerado na projeção é que a cobertura vacinal contra a Covid-19 esteja avançada e permita a retomada do crescimento devido ao aumento da confiança dos consumidores e empresários e à redução de medidas de isolamento social. Para 2022, a Dimac/Ipea projeta um aumento de 2,8% para o PIB. Embora esse resultado do ano seja inferior ao previsto para 2021, o cenário caracteriza-se pela manutenção, ao longo de 2022, da retomada da atividade esperada para o segundo semestre deste ano.

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No que diz respeito à inflação de 2021, projeta-se uma variação de 4,6% do IPCA e de 4,3% do INPC. Essa projeção considera as surpresas inflacionárias adversas do início do ano, especialmente em relação aos preços administrados, bem como o recente período de seca verificado nas principais regiões produtoras de carne e leite, a trajetória observada e esperada para a taxa de câmbio e a continuada aceleração dos preços das matérias-primas no mercado internacional. Contudo, espera-se que, no contexto de uma política monetária mais apertada e sob a hipótese de que as atuais incertezas fiscais sejam controladas, a inflação volte a cair ao longo do ano e permaneça controlada em 2022, atingindo, nesse ano, 3,4% tanto para o IPCA quanto para o INPC.

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Visão Geral da Conjuntura

Por José Ronaldo Souza Jr., Marco Cavalcanti, Paulo Levy e Leonardo Carvalho

A economia brasileira vem se caracterizando por fortes contrastes desde setembro deste ano. Se por um lado a produção e as vendas mostraram reação surpreendente ao choque adverso inicial causado pela pandemia, de modo que a queda do PIB em 2020, que projetamos em 4,3%, será bem menor do que a prevista pela maior parte dos analistas em meados do ano, por outro se observa uma recuperação desigual entre setores, com a indústria e o comércio em níveis médios acima do período pré-crise e os serviços ainda significativamente abaixo. No mercado de trabalho, os efeitos da recuperação, apesar de visíveis, ainda são modestos, e a perspectiva é que a taxa de desemprego ainda aumente antes de começar a cair – devido ao provável aumento da procura por trabalho em 2021. Nos mercados financeiros, muito em função das expectativas, houve fortes oscilações nos juros, na taxa de câmbio e na bolsa de valores, embora com tendência favorável nas últimas semanas. Subjacentes a esses movimentos estão fatores ligados à evolução da própria pandemia, no Brasil e no exterior; ao comportamento da economia mundial e à perspectiva da política econômica nos países avançados; e, principalmente, à política fiscal brasileira. Embora o grau de incerteza ainda se mantenha elevado, supondo que a consolidação fiscal será retomada após esse período de elevados gastos extraordinários em função da emergência de saúde pública, projetamos um crescimento de 4,0% em 2021.

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Visão geral da conjuntura

Por José Ronaldo de C. Souza Júnior, Marco A. F. H. Cavalcanti, Paulo Mansur Levy e Leonardo M. de Carvalho

A economia brasileira manteve, ao longo do terceiro trimestre, a trajetória de recuperação após o choque da pandemia da Covid-19 de março-abril. Além da gradual flexibilização das restrições à mobilidade de pessoas, a extensão do auxílio emergencial, a ampliação do crédito a micro, pequenas e médias empresas (MPMEs) com garantia do Tesouro e a política monetária expansionista ajudam a explicar a retomada observada a partir de maio. Os dados de atividade econômica divulgados desde junho têm basicamente confirmado o cenário discutido anteriormente nesta Carta de Conjuntura, segundo o qual, com a continuidade do processo de flexibilização das restrições à mobilidade e ao funcionamento das atividades econômicas iniciado em junho, a economia voltaria a crescer no terceiro e quarto trimestres de 2020, recuperando parte das perdas do segundo trimestre e encerrando o ano com uma queda de 6%. Contudo, o desempenho observado de parte dos indicadores de atividade econômica nos primeiros meses do terceiro trimestre permite uma expectativa mais otimista acerca do ritmo de recuperação ao longo do restante do ano. Com isso, a queda projetada para o PIB no ano foi revisada de 6% para 5%, enquanto, para 2021, o crescimento projetado foi mantido em 3,6%.

No curto prazo, a intensidade da recuperação ainda depende da evolução da pandemia, em especial da continuidade da trajetória de redução do número de novos casos e mortes. O efetivo controle da disseminação da Covid-19 é particularmente importante para o setor de serviços, que vem apresentando desempenho inferior aos demais devido às restrições ainda em vigor e ao comportamento cauteloso por parte de consumidores.

As perspectivas para a economia dependem também, ou principalmente, da redução das incertezas quanto à política fiscal diante do forte aumento do deficit e da dívida pública resultante das medidas de combate aos efeitos da pandemia, bem como das pressões que vêm se acumulando pelo aumento de gastos. Embora a deterioração fiscal de 2020 seja predominantemente transitória, e seu impacto sobre a dívida pública venha sendo em parte compensado pelas baixas taxas de juros vigentes, aumentou-se a necessidade de implementar medidas estruturais que garantam uma trajetória sustentável para a relação dívida/PIB.

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Visão Geral de Conjuntura

Carta de Conjuntura nº 39

Por José Ronaldo de Castro Souza Júnior, Paulo Mansur Levy e Marco Antônio F. de H. Cavalcanti

A economia brasileira exibiu forte volatilidade ao longo do segundo trimestre. Esse aumento da instabilidade refletiu uma mudança do cenário externo e uma piora das condições internas do país. Os impactos diretos dessas mudanças são o aumento da incerteza e a piora das previsões macroeconômicas, que foram revisadas nesta seção. Na Síntese da Conjuntura de maioCrescimento desacelera no início do ano, mas retomada continua – desta Carta de Conjuntura, divulgada antes da greve dos caminhoneiros, já se registrava que os dados abaixo do esperado no primeiro trimestre deveriam ensejar uma revisão das previsões do Grupo de Conjuntura do Ipea. Porém, as surpresas negativas observadas desde então, que podem ser classificadas como variações exógenas, fizeram com que essas revisões fossem mais intensas do que se esperava inicialmente. Com isso, a previsão para o crescimento do produto interno bruto (PIB) deste ano, condicional ao cenário macroeconômico detalhado nesta seção, foi reduzida de 3% (Visão Geral da Carta de Conjuntura nº 38, divulgada em março de 2018) para 1,7%.

Esta seção Visão Geral da Conjuntura também apresenta as atualiações dos indicadores Ipea de Risco Brasil e de Hiato do Produto.

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Visão Geral de Conjuntura

Carta de Conjuntura nº 36

Por José Ronaldo de Castro Souza Júnior, Paulo Mansur Levy e Marco Antônio F. de H. Cavalcanti

Após a divulgação do Produto Interno Bruto (PIB) do segundo trimestre de 2017 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no início de setembro – que apontou um crescimento de 0,2% na comparação dessazonalizada com o trimestre anterior e de 0,3% ante o segundo trimestre de 2016, a primeira variação interanual positiva depois de 12 trimestres – teve lugar um processo de revisão ampla das projeções de crescimento para este ano e o próximo. Na véspera da divulgação, as medianas das projeções de mercado (captadas pelo Boletim Focus do Banco Central do Brasil – BCB) indicavam crescimento de 0,4% em 2017 e 2,0% em 2018. Passadas três semanas, essas projeções passaram a 0,68% e 2,3%, respectivamente, refletindo tanto o próprio resultado divulgado quanto a mudança de percepção em relação às possíveis consequências do aumento recente da incerteza política, que vem se mostrando menos deletério, do ponto de vista econômico, do que as avaliações iniciais indicavam. O Grupo de Conjuntura do Ipea também reviu suas projeções condicionais a um cenário de relativa estabilidade macroeconômica, a ser detalhado nesta seção da Carta de Conjuntura. Para 2017, o Grupo projeta um crescimento de 0,7%, em linha com as previsões de mercado; para 2018, espera-se que o crescimento aumente para 2,6%, mais que a mediana das projeções do mercado. Inicialmente, esta seção apresenta uma resenha da conjuntura econômica brasileira, que serviu de base para a elaboração do cenário para o período de 2017/2018; em seguida, são discutidas as projeções macroeconômicas.

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CC36_Visão Geral_Tabela 3

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