Arquivo da tag: Previsões macroeconômicas

Indicadores mensais de indústria, comércio e serviços: janeiro e fevereiro de 2022

Por Leonardo M. de Carvalho e José Ronaldo de C. Souza Jr.

O desempenho recente dos indicadores setoriais de atividade econômica indica que, após encerrar 2021 com crescimento, todos os três setores produtivos apresentaram acomodação no mês de janeiro. Em relação aos resultados referentes ao mês de fevereiro, a Dimac/Ipea projeta uma melhora generalizada no desempenho da atividade econômica, com altas para os três principais setores da atividade (indústria, comércio e serviços) na comparação dessazonalizada. Entre eles, o destaque ficaria por conta do setor de serviços, que retomaria sua trajetória de recuperação, após ter ficado praticamente estável no mês de janeiro, quando foi afetado negativamente pela queda temporária nos níveis de mobilidade urbana. Com isso, nossa estimativa de crescimento de 1% na margem para o Monitor do PIB em fevereiro melhora o carregamento estatístico para o primeiro trimestre de 2022.

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Visão Geral da Conjuntura

Por José Ronaldo de C. Souza Júnior, Marco A. F. H. Cavalcanti,  Leonardo Mello de Carvalho, Estêvão Kopschitz X. Bastos, Francisco E. de Luna A. Santos e Maria Andréia Parente Lameiras

Esta nota analisa a conjuntura brasileira e internacional, com destaque para a questão fiscal, e apresenta previsões macroeconômicas de PIB e inflação para 2021 e 2022.

A previsão da Dimac/Ipea para o crescimento do PIB em 2021 é de 4,5%, menor do que a previsão anterior, de 4,8%. O resultado decorre do menor dinamismo da economia brasileira, com reflexos em nossas expectativas de crescimento para o quarto trimestre, que fecha 2021. No quarto trimestre, a previsão é de alta de 0,1% na comparação com o terceiro com ajuste sazonal e de 1% na comparação interanual. Também foi revista a previsão para o crescimento do PIB em 2022, que passou de 1,8% para 1,1%. Por um lado, o efeito negativo da combinação entre inflação alta e ciclo de aperto monetário será importante ao longo de 2022, principalmente no setor industrial. Por outro lado, esperamos que a agropecuária tenha desempenho positivo e que os problemas de gargalo na oferta sejam progressivamente equacionados ao longo do ano. Os fatores aqui citados já estavam no radar das projeções da carta passada, mas alguns tiveram desempenho pior do que o esperado. A projeção para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 2021 é de 10,0% e, para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), de 10,2%. O aumento nas projeções de 2021 decorre da dinâmica recente da inflação nos últimos três meses, com maior pressão no setor de serviços e nos preços monitorados. Para 2022, as projeções para o IPCA e o INPC foram mantidas em 4,9% e 4,6%, respectivamente.211222_cc_53_nota_27_visao_geral_tabela_4

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Atividade econômica: dados recentes e previsões para 2021 e 2022

Por Leonardo M. de Carvalho e José Ronaldo de C. Souza Jr.

A análise recente dos indicadores de atividade econômica corrobora, em grande medida, as expectativas da Diretoria de Estudos e Políticas Macroeconômicas (Dimac) do Ipea em relação aos cenários de curto e médio prazo para a economia brasileira – discutidos em junho deste ano na visão geral da Carta de Conjuntura no 51. Conforme prevíamos, apesar da melhora no ambiente macroeconômico, refletida no aumento generalizado dos indicadores de confiança nos últimos meses, o produto interno bruto (PIB) deverá apresentar um resultado próximo à estabilidade no segundo trimestre, quando comparado aos primeiros três meses do ano. Enquanto os resultados do Monitor do PIB, da Fundação Getúlio Vargas (FGV), indicam uma contração de 0,3% na margem do PIB no segundo trimestre, o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) estima crescimento de 0,1% da atividade econômica no mesmo período. De um lado, os efeitos do recrudescimento da pandemia de Covid-19 sobre o nível de atividade no início de 2021 se mostraram menos intensos do que no início da crise sanitária – como discutido na Carta de Conjuntura no 51. De outro lado, a indústria de transformação continuou enfrentando escassez de matéria-prima, o que restringiu a oferta em alguns segmentos. Além disso, o ritmo de recuperação ainda modesto observado nos indicadores de mercado de trabalho, juntamente com a aceleração da inflação, constituiu dificuldades para um crescimento mais robusto da demanda interna.

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Esta nota analisa indicadores desagregados de indústria, comércio e serviços e mostra que os indicadores dos dois primeiros setores vieram, até agora, em linha com o nosso cenário detalhado na visão geral (de junho), ao passo que os serviços têm apresentado desempenho um pouco melhor que o previsto anteriormente. Essa melhora dos serviços tende a ser compensada pela menor expectativa de crescimento do valor adicionado do setor da agropecuária, conforme ressaltado na Nota de Conjuntura no 18. Diante desse cenário, nossas previsões de crescimento para 2021 (4,8%) e 2022 (2%) permanecem inalteradas. Cabe destacar, contudo, vários fatores de risco para esse cenário; em particular, a atual crise hídrica e a recente piora no quadro de contágio da Covid-19 em função da variante delta, no país e no mundo.

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Projeção do valor adicionado do setor agropecuário para 2021 e 2022

Por Pedro M. Garcia, Fabio Servo e José Ronaldo de C. Souza Jr.

A Dimac do Ipea, com base nas projeções para 2021 do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA), do IBGE, e em projeções próprias para a pecuária, a partir dos dados da Pesquisa Trimestral do Abate de Animais, da Produção de Ovos de Galinha e Leite, revisou a estimativa de crescimento do valor adicionado (VA) do setor agropecuário de 2021 de 2,6% (como divulgado na Nota no 30 da Carta de Conjuntura no 51) para 1,7%. Os principais motivos para esse ajuste nas projeções são a redução nas estimativas de produtividade e produção de culturas importantes – como a do milho – e um cenário pior para a produção de bovinos – em função de surpresas negativas nos dados mais recentes.

Para 2022, baseada nos prognósticos iniciais da Conab para alguns segmentos da produção vegetal e em projeções próprias para a produção animal, a Dimac prevê um crescimento de 3,3% para o VA do setor agropecuário. Os principais fatores determinantes dessa perspectiva positiva para o ano que vem são as expectativas de crescimento em culturas importantes como soja e milho e de recuperação para a produção de bovinos, após dois anos consecutivos de queda na produção.

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Visão geral da conjuntura

Por José Ronaldo de C. Souza Júnior, Marco A. F. H. Cavalcanti e Paulo Mansur Levy

Esta seção apresenta uma análise da conjuntura econômica internacional e brasileira por meio de um amplo conjunto de indicadores e projeções. A despeito da forte redução da atividade econômica observada no final de março e ao longo de abril, vários indicadores apontam no sentido de que a atividade econômica voltou a crescer a partir de maio. Um fator importante para essa recuperação é a implementação efetiva do auxílio emergencial, que parece ter coberto parcela substancial da renda dos trabalhadores informais e em condição de vulnerabilidade. Sob a hipótese de que o processo de flexibilização gradual das restrições à mobilidade e ao funcionamento das atividades econômicas iniciado em junho se manterá, projeta-se a recuperação gradual do PIB no terceiro e quarto trimestres. A queda projetada para o ano é de 6%, mas a trajetória de recuperação no segundo semestre deixará um carry-over de quase 2% para 2021, cujo crescimento projetado é de 3,6%.

A pandemia interrompeu temporariamente o processo de consolidação fiscal pelo qual passava a economia brasileira. Durante o período de crise sanitária e econômica, a prioridade passou a ser, evidentemente, a proteção da vida e da saúde das pessoas, bem como a preservação de empregos, renda e empresas. Assim, o governo lançou um amplo conjunto de medidas emergenciais de apoio à saúde e à economia, muitas das quais envolvem um custo fiscal significativo, tanto pelo lado da despesa como pelo lado da receita. Espera-se que, em função da deterioração fiscal causada pela pandemia, a dívida bruta do governo geral (DBGG) em proporção do PIB aumente de 75,8% no final de 2019 para 93,7% no final de 2020. Apesar da expectativa de que as medidas emergenciais não se estendam além de 2020, a crise da Covid-19 aumentou também para o futuro os desafios fiscais do país, que sairá da crise com uma dívida pública muito mais alta, e níveis de produção e arrecadação muito mais baixos que antes. Logo, o esforço fiscal que vinha sendo realizado terá que ser reforçado, visando reafirmar o compromisso com o equilíbrio das contas públicas e com uma trajetória sustentável para a dívida pública.​

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Atividade econômica: revisão das previsões de crescimento 2020/2021

José Ronaldo de C. Souza Júnior, Marco A. F. H. Cavalcanti, Paulo Mansur Levy, Leonardo Mello de Carvalho, Marcelo Lima de Moraes e Pedro Mendes Garcia

A pandemia da Covid-19 afetou profundamente a trajetória esperada para a economia brasileira ao longo de 2020 e de 2021. Persiste um elevado grau de incerteza quanto ao ritmo de disseminação do SARS-Cov-2 no país e à magnitude e extensão das medidas de isolamento social requeridas para atenuar seus impactos adversos na população, mas não há dúvida de que o PIB brasileiro sofrerá uma forte queda este ano. Neste texto, a Dimac/Ipea apresenta uma revisão das previsões de crescimento econômico para 2020 e 2021. Primeiro, estima-se o tamanho da queda esperada do PIB no segundo trimestre por meio de um amplo conjunto de dados setoriais e de indicadores coincidentes. Tendo por base essas estimativas, e sob a hipótese de início de um processo de flexibilização gradual das restrições à mobilidade e ao funcionamento das atividades econômicas a partir de junho, projeta-se uma queda do PIB de 10,5% no segundo trimestre, seguida por crescimento no terceiro e quarto trimestres. A recuperação da atividade, iniciada para alguns setores já em maio e que tende a disseminar-se para a maioria dos demais setores nos próximos meses, deve-se, em parte, à adoção de um conjunto de medidas de preservação de renda, empregos e produção implementado para atenuar os impactos da crise. Para o ano, a queda projetada é de 6%, mas a trajetória de recuperação no segundo semestre deixará um carry-over de quase 2% para 2021, cujo crescimento projetado é de 3,6%. É importante destacar que essas projeções estão sujeitas a grande incerteza, tanto no que se refere à estimativa do impacto da pandemia sobre a atividade econômica corrente, como no que tange às hipóteses subjacentes ao ritmo esperado de recuperação no restante do ano. O cenário econômico continuará sendo avaliado, e as previsões poderão ser revistas à luz de novas informações.

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Visão geral da Conjuntura

Por José Ronaldo de C. Souza Júnior, Paulo Mansur Levy, Francisco Eduardo de L. A. Santos e Leonardo Mello de Carvalho

A situação mundial passou por uma mudança radical de perspectivas desde que a epidemia do novo coronavírus, inicialmente circunscrita a uma região da China, adquiriu caráter global, transformando-se numa pandemia. O impacto econômico inicial, até meados de fevereiro, ocorreu principalmente no país de origem, porém rapidamente estendeu-se aos mercados financeiros mundiais. Hoje, medidas de isolamento social ou quarentena abrangem quase todos os países, numa escala e velocidade nunca antes vista, nem mesmo em períodos de guerra.

Dado o ineditismo do choque sobre a economia mundial, fazer projeções macroeconômicas com um nível razoável de confiança tornou-se tarefa muito difícil. O grau de incerteza ainda é muito grande mesmo em relação aos aspectos epidemiológicos associados à Covid-19. Nesta visão geral da Carta de Conjuntura, não se pretende avaliar modelos epidemiológicos nem fazer juízo de valor sobre os tipos de medidas de isolamento social implantadas. O objetivo é fazer um diagnóstico da conjuntura econômica, analisar as medidas de política econômica apresentadas para mitigar os efeitos da crise aguda e apresentar previsões para a economia brasileira condicionais a cenários. Em todos os três cenários avaliados, mantemos fixa a hipótese de rápida recuperação parcial da atividade econômica já no terceiro trimestre deste ano. Esta hipótese depende da efetividade das políticas econômicas mitigadoras sendo adotadas no Brasil e no mundo, e de um relativamente rápido avanço no controle da pandemia, que permitiria a retirada gradual das medidas restritivas. O que varia entre os cenários analisados é o tempo necessário de isolamento social. No cenário em que o isolamento duraria mais um mês (até o final de abril), a previsão é que o PIB feche o ano com uma queda de 0,4%. Nos cenários com isolamento por dois e três meses, as quedas do PIB em 2020 seriam ainda maiores, de 0,9% e 1,8%, respectivamente. O custo em termos de PIB é crescente porque, mesmo com meditas mitigadoras bem sucedidas, os riscos de falências e de demissões aumentam quanto maior for o tempo em que as empresas ficam com perda muito grande (ou total) de faturamento.

Veja também, nesta seção, uma síntese da conjuntura econômica internacional e brasileira, uma análise da política econômica em resposta à crise da Covid-19 e a análise completa das previsões macroeconômicas condicionadas aos três cenários.

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Visão Geral da Conjuntura

Por José Ronaldo de C. Souza Júnior, Paulo Mansur Levy, Francisco Eduardo de L. A. Santos  e Leonardo Mello de Carvalho

A economia brasileira acelerou o crescimento no terceiro trimestre, surpreendendo a maioria das previsões, inclusive as da Dimac/Ipea. O consumo das famílias foi o principal determinante dessa aceleração, enquanto o investimento manteve ritmo firme de expansão. Os dados mais recentes da atividade econômica, de outubro, indicam continuidade do crescimento no último trimestre do ano, embora estimativas para novembro mostrem algum recuo na indústria – muito influenciada pela queda na produção do setor automobilístico. A previsão da Dimac/Ipea é de que o crescimento no 4º trimestre seja de 0,4% ante o trimestre anterior e de 1,5% ante o 4º trimestre de 2018. Com isso, o crescimento do PIB neste ano será de 1,1%.

As projeções da Dimac/Ipea para 2020 indicam aceleração do crescimento do PIB, para 2,3%. Pelo lado da oferta, todos os setores terão aumento em sua taxa de crescimento, com destaque para a agropecuária, que deve crescer 3,8%. Pelo lado da demanda, prevê-se forte aceleração do investimento e do consumo das famílias, enquanto as exportações líquidas novamente absorverão esse aumento da demanda doméstica, a exemplo do aconteceu em 2019. A inflação prevista para 2019 é 3,7% e a de 2020, 3,8%. O choque do preço das carnes tende a se dissipar, e a inflação de alimentos cairia de 4,2% em 2019 para 3,1% em 2020. Nos dois anos, a variação de preços monitorados será superior à média: 5,7% em 2019 e 5,5% em 2020. A inflação dentro da meta reflete, entre outros fatores, a existência de recursos ociosos na economia, permitindo uma aceleração do crescimento sem pressões inflacionárias. A estimativa para o hiato do produto é de que ele termine 2019 em 2,8%, caindo para 2,0% ao final de 2020 – o que indica que ainda haveria ociosidade mesmo com a aceleração do crescimento.

Esta Visão Geral da Conjuntura está dividida da seguinte forma: na primeira parte, é feita uma análise do desempenho recente da economia brasileira, com dados gerais da  conjuntura; a segunda parte é dedicada à questão fiscal, com destaque para as perspectivas para o período 2020-2023 em relação ao espaço fiscal para despesas discricionárias limitadas pelo teto dos gastos; na terceira e última parte, analisam-se as previsões de crescimento e inflação para 2019 e 2020.

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Visão Geral da Conjuntura

Por José Ronaldo de C. Souza Júnior, Paulo Mansur Levy, Francisco Eduardo de L. A. Santos e Leonardo Mello de Carvalho

Esta seção faz uma síntese da conjuntura econômica brasileira e apresenta previsões macroeconômicas para 2019 e 2020.

Em relação às previsões, os dados mais recentes de atividade, divulgados entre junho e setembro de 2019, apontam para uma variação dessazonalizada de 0,2% no terceiro trimestre, menor do que a variação de 0,4% observada no trimestre anterior. Com relação à revisão das previsões anuais, a taxa de crescimento do PIB esperada para 2019 foi mantida em 0,8%, mesma previsão na Carta de Conjuntura nº 43. Espera-se, por um lado, efeitos positivos advindos principalmente da política de saque do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e, em menor grau, do ciclo de redução dos juros. Por outro lado, os efeitos negativos do cenário externo mais desafiador reforçam as evidências de uma recuperação em ritmo ainda lento. Para 2020, a previsão é de aceleração do crescimento, para 2,1%. Projetamos um ritmo mais acelerado de redução de taxa de juros, de forma que a taxa de juros real ex-post deve ficar estável em cerca de 1% ao ano (a.a.) no ano que vem. Tal interpretação está em linha com as últimas comunicações do Banco Central do Brasil (BCB), que indicam a continuidade do ciclo de redução de juros.

Essa flexibilização da política monetária é compatível com o significativo grau de ociosidade da economia brasileira. O Indicador Ipea de Hiato do Produto está estimado em 3,0% atualmente e, caso nosso cenário macroeconômico se concretize, ele deve fechar 2020 em 2,0%. Temos, portanto, as duas condições mais fundamentais para a validação do ciclo de redução de taxa de juros: inflação esperada inferior à meta e hiato do produto negativo. Nesse contexto, é importante ressaltar que a redução na meta de inflação nos próximos anos reduz a folga na inflação esperada, o que explicaria uma eventual reversão no atual ciclo de expansão monetária no fim de 2020.

Tabela 2

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Visão Geral da Conjuntura

Por José Ronaldo de C. Souza Júnior, Paulo Mansur Levy, Francisco Eduardo de L. A. Santos e Leonardo Mello de Carvalho

Esta seção analisa as seguintes questões: o desempenho recente da economia brasileira; algumas razões para o baixo crescimento; simulações de espaço fiscal com o teto dos gastos públicos (com destaque para os gastos com saúde e educação e para os efeitos da Reforma da Previdência); e projeções macroeconômicas 2019/2020 (com destaque para as estimativas de hiato do produto).

Quando se diz que a demanda está fraca, normalmente pensa-se no consumo em primeiro lugar: esse, de fato, desacelerou-se em relação às taxas de crescimento observadas em meados de 2017, quando a recuperação ganhava corpo, mas o crescimento recente tem se mantido positivo, e pode mesmo acelerar com a perspectiva de redução dos preços de alimentos – cuja alta nos primeiros meses de 2019 pode ter “roubado espaço” dos demais bens e serviços nos orçamentos das famílias, especialmente as de renda mais baixa. Argumenta-se também que o consumo está fraco devido ao elevado desemprego, o que é verdade, mas não ajuda muito a compreender a dinâmica da economia na medida em que a taxa de desemprego, assim como o consumo, são variáveis endógenas. Medidas localizadas, como a liberação parcial dos saldos de contas do Fundo de Garantia de Tempo de Serviço (FGTS), podem estimular o consumo – e tiveram papel no segundo trimestre de 2017 nesse sentido –, mas o choque que pode tirar a economia do ciclo vicioso em que se encontra deve vir das expectativas, isto é, do aumento da confiança, começando pelo equacionamento do problema fiscal.

Nesse contexto, o aumento da confiança é justamente a base de nossos modelos de previsão, que apontam para uma aceleração do crescimento, em 2020, para 2,5%. Além disso, assumimos que a taxa de juros básica será reduzida a partir do segundo semestre de 2019 e que, em conjunto com a melhora nos índices de confiança, contribuirá para um ambiente econômico que induza mais investimentos e consumo. Segundo os mesmos modelos, o crescimento em 2019 será de 0,8%. Para o segundo trimestre de 2019, estimamos um crescimento de 0,5% em relação ao trimestre anterior.

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