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Inflação

Por Maria Andreia P. Lameiras e Marcelo L. de Moraes

A inflação mantém-se baixa neste ano, mas, no terceiro trimestre, o cenário do IPCA vem sendo marcado por uma significativa aceleração dos preços dos alimentos. Nos últimos doze meses, encerrados em agosto, os preços dos alimentos no domicílio, medidos pelo IPCA, apresentaram variação de 11,4%, respondendo por 70% de toda a variação registrada por esse índice no período (2,4%).

Para os próximos meses, a expectativa é que, este cenário de inflação, que conjuga alta de preços de alimentos e descompressão de preços monitorados e de serviços, se mantenha. As projeções de inflação realizadas pelo Grupo de Conjuntura da Dimac/Ipea para 2020 foram revistas, passando de 1,8% para 2,3%. A principal mudança veio da estimativa da inflação de alimentos cuja taxa de variação, projetada na Carta de Conjuntura nº 47, avançou de 3,0% para 11,0%. Em relação aos demais bens livres, manteve-se a projeção de alta de 1,0% para o ano. Já para os serviços as expectativas foram ajustadas para baixo, sobretudo por conta das quedas das mensalidades escolares nos últimos meses, fazendo com que a inflação de serviços educacionais projetada para o ano recuasse de 5,0% para 1,2%. No caso dos demais serviços livres, embora a expectativa seja de alguma leve aceleração na margem – principalmente nos segmentos de serviços pessoais, recreação e alimentação fora do domicílio –, a constatação de que as medidas de isolamento social se estenderam por um período maior que o previsto no trimestre anterior gerou uma queda da taxa projetada de 2,0% para 0,7%. Por fim, a revisão para baixo dos preços monitorados, cuja variação esperada recuou de 1,2% para 1,0%, é decorrente de uma trajetória mais benevolente dos combustíveis, com retração de 6,0% nos primeiros oito meses do ano, e é balizada pelo pressuposto de estabilidade nos preços do barril de petróleo em níveis baixos.

Para 2021, a taxa de inflação estimada pelo Grupo de Conjuntura da Dimac/Ipea é de 3,3%, considerando que, mesmo diante da expectativa de um comportamento mais favorável dos alimentos, haverá uma pressão maior vinda tanto dos demais preços livres quanto dos administrados, compatível com um cenário de atividade econômica mais dinâmico em 2021.

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Inflação

Por Maria Andréia Parente Lameiras

Os dados mais recentes indicam que, após uma aceleração em novembro e dezembro, os resultados favoráveis dos principais índices de preços em janeiro, aliados à melhora nas expectativas em relação a fatores importantes para a dinâmica inflacionária, sinalizam um cenário de inflação confortável em 2020, cuja trajetória esperada para o ano é ainda mais benigna que a prevista anteriormente. De acordo com o modelo de projeção do Grupo de Conjuntura da Dimac, a inflação medida pelo IPCA deve encerrar o ano em 3,28%, evidenciando não só uma desaceleração em relação ao observado em 2019 (4,31%), como também em relação ao projetado na Visão Geral da Carta de Conjuntura de dezembro (3,76%).

Em janeiro, o IPCA registrou alta de 0,21%, surpreendendo positivamente ao ficar abaixo do esperado, repercutindo uma reversão mais intensa dos preços dos alimentos, que deve se prolongar nos próximos meses. Por certo, o fim do impacto da alta dos preços das carnes e a estimativa de uma safra brasileira recorde, 2,2% superior à registrada no ano passado, devem contribuir para uma inflação de alimentos em 2020 da ordem de 4,2%, ou seja, 3,6 pontos percentuais (p.p.) menor que a de 2019. De modo semelhante, a previsão do Grupo de Conjuntura da Dimac aponta um comportamento mais favorável dos preços administrados, cuja inflação projetada, de 3,9% em 2020, situa-se bem abaixo dos 5,5% registrados em 2019. A percepção de menor risco hidrológico, a redução do patamar de reajustes e revisões das tarifas de energia, a perspectiva de estabilidade do preço do petróleo e a baixa probabilidade dos aumentos de tarifas de ônibus urbano em anos de eleição devem contribuir conjuntamente para a manutenção dos preços administrados em patamares mais confortáveis.

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Inflação

Por Maria Andréia Parente Lameiras

Ao contrário do verificado no primeiro trimestre do ano, os principais índices de preços mostram que, nos últimos meses, a inflação brasileira não apenas reverteu sua trajetória de aceleração, como também vem apresentando sinais de arrefecimento maior do que se esperava. A recente desaceleração da alta dos alimentos e o comportamento mais benevolente dos preços administrados contribuíram para um significativo recuo da inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que acumula apenas 3,2% em doze meses, até julho. Com essa melhora do quadro atual, a projeção do Grupo de Conjuntura da Diretoria de Estudos e Políticas Macroeconômicas (Dimac) do Ipea para o IPCA de 2019 passou de 3,9% (projeção feita em junho, na edição anterior da Carta de Conjuntura) para 3,75%.

Dentro desse contexto de alívio inflacionário, o Indicador Ipea de Inflação por Faixa de Renda também aponta um recuo da inflação em doze meses para todas as faixas pesquisadas. No entanto, essa queda vem ocorrendo mais significativamente entre as famílias de maior poder aquisitivo. De fato, embora em desaceleração, os preços dos alimentos e as tarifas de ônibus – dois itens de grande peso na inflação dos mais pobres – ainda apresentam variação relativamente alta no período, com taxas de 4,7% e 6,8%, respectivamente. Todavia, a deflação de 2,8% dos combustíveis, no acumulado em doze meses, vem contribuindo para uma desaceleração inflacionária um pouco maior para as classes de renda mais alta. No acumulado até julho, enquanto a inflação da faixa de renda mais baixa aponta alta de 3,4%, a das camadas mais ricas encontra-se em patamar levemente inferior (3,2%).

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