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Boletim de Expectativas

Por Estêvão Kopschitz Xavier Bastos

Este boletim apresenta uma compilação de expectativas para diversas variáveis econômicas, coletadas de diferentes fontes. Esta edição dá ênfase às projeções do FMI para a economia brasileira, constantes do relatório anual sobre o país divulgado pelo Fundo em 2 de dezembro. Suas previsões para nível de atividade, finanças públicas e setor externo são apresentadas em comparação com projeções feitas no Brasil. De maneira geral, os números não divergem muito das médias das projeções elaboradas por instituições brasileiras, corroborando o cenário em que: i) o PIB volta a crescer entre 2% e 2,5% a partir de 2022, depois de uma taxa maior em 2021; ii) a taxa de desemprego continua aumentando em 2021, apesar do crescimento do PIB, e cai a partir de 2022, atingindo nível inferior ao de 2019 em 2024; iii) a taxa de poupança nacional privada subiu em 2020, mais do que compensando o aumento da poupança negativa do setor público para combater a Covid-19, refletindo-se em resultado em transações correntes do balanço de pagamentos perto do equilíbrio este ano; iv) redução paulatina do deficit fiscal primário do setor público, chegando ao equilíbrio em 2025; e v) após o salto em 2020, continuidade, a partir de 2021, do crescimento da dívida pública como porcentagem do PIB no conceito de dívida líquida do setor público e no de dívida bruta do governo geral (DBGG), como calculado pelo governo brasileiro, e estabilidade no conceito de DBGG do FMI.

A seção sobre juros e inflação, já sem as projeções do FMI, mostra como, em dezembro, os juros de mercado vêm caindo, de acordo com vários indicadores, como na estrutura a termo da taxa de juros (ETTJ) obtida do mercado secundário de títulos públicos federais, nos contratos de DI Futuro e nos leilões primários do Tesouro Nacional. Por exemplo, entre 27 de novembro e 8 de dezembro, a ETTJ caiu em toda sua extensão, reduzindo-se em 0,6 ponto percentual a partir do vértice de três anos; e, no leilão primário do Tesouro de 3 de dezembro, as taxas também caíram; por exemplo, a taxa da LTN de vencimento em janeiro de 2024 caiu de 6,5% para 6%, e essa queda continuou no dia 10, para 5,8%. Finalmente, mostra-se a elevação da projeção de inflação medida pelo INPC para 2020 (4,2% pela mediana do Focus em 4 de dezembro), dado seu efeito nas despesas indexadas do governo.

2 e 14

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Visão Geral da Conjuntura

Carta de Conjuntura nº 33

Por José Ronaldo de Castro Souza Júnior e Paulo Mansur Levy

A retomada do crescimento da economia brasileira ainda não aconteceu; o país continua em recessão. Os dados disponíveis mostram que a queda da atividade econômica continuou no terceiro trimestre até mais forte que no segundo – ao contrário do que o esperado anteriormente. Os investimentos, que haviam apresentado comportamento positivo no segundo trimestre, voltaram a mostrar queda significativa no terceiro trimestre. A recessão que o país vive é mais longa e profunda que as anteriores, o que dificulta prever como e quando se dará a retomada. A grande ociosidade da capacidade produtiva, no entanto, abre espaço para o crescimento acima do potencial nos próximos anos, numa possível recuperação cíclica. Para permitir que essa recuperação ocorra por meio da melhora do ambiente institucional e das expectativas dos agentes, a combinação de políticas econômicas está sendo substancialmente alterada no momento. A mudança já observada na condução da política monetária permitiu uma rápida redução das expectativas de inflação, que se aproximaram da meta para o ano que vem e se igualaram à meta para os anos seguintes. O desafio mais importante que se coloca no momento é a estruturação de um arcabouço constitucional e infraconstitucional que dê suporte crível a um novo regime fiscal. Os desajustes acumulados ao longo dos anos anteriores impõem uma longa trajetória para reequilibrar as contas públicas e, com isso, reduzir o custo de capital da economia. Concluída esta etapa, será necessário enfrentar as demais questões estruturais que vêm pesando sobre o desenvolvimento econômico brasileiro: melhorar o ambiente de negócios, com ênfase para a questão regulatória; reformar a estrutura tributária, que é excessivamente complexa e cria inúmeras distorções; alterar a legislação trabalhista, que é excessivamente rígida; e aumentar grau de exposição da economia ao comércio internacional.

Acesse o texto completo e veja uma análise cuidadosa sobre os efeitos do novo regime fiscal sobre a economia brasileira e propostas para a retomada do crescimento.

Acesse os textos completos de todas as seções já divulgadas da Carta de Conjuntura Nº 33 no portal do Ipea



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