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Comércio Exterior do Agronegócio

Por Ana Cecília Kreter, Rafael Pastree e José Ronaldo de C. Souza Júnior

A balança comercial do agronegócio fechou julho com superavit de US$ 10,1 bilhões. No mês, manteve-se a tendência de alta nos preços médios transacionados das principais commodities. Em julho, os produtos com maior destaque nas exportações, além da soja, foram os grãos, as carnes, o açúcar e o café. No entanto, os produtos que bateram recorde em volume exportado ao longo do primeiro semestre de 2021 foram o café, o açúcar, o algodão e a carne suína. Problemas climáticos, que já atrasaram o plantio da soja e comprometeram parte da segunda safra de milho, podem também prejudicar a produção do café e do açúcar. A comercialização de todas essas commodities conta com uma participação significativa do Brasil, e o menor volume das exportações do país pode impactar diretamente os preços futuros desses produtos, como será apresentado no caso do café. Outros produtos, como as carnes suína e de frango, têm apresentado crescimento nas exportações em decorrência de problemas sanitários nos países de destino. No caso do frango, houve também uma diversificação dos países importadores dos produtos brasileiros. Já os suinicultores continuaram se beneficiando da redução do rebanho na China e da necessidade do país de importar proteína animal. O mercado de carne suína também tem sido favorecido pelo aumento da demanda de carne bovina. Nossos vizinhos – Argentina e Uruguai – priorizaram as exportações desse produto e compensaram a demanda doméstica por proteína animal com carne suína brasileira.

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Contas externas: saldo recorde da balança comercial e câmbio desvalorizado

Andreza Aparecida Palma

Esta nota de conjuntura apresenta uma análise das principais estatísticas do setor externo, com destaque para os dados das taxas efetivas reais de câmbio (Tercs), calculadas pelo Ipea, e a evolução recente da balança comercial e do balanço de pagamentos. De uma forma geral, o desempenho do setor externo não tem gerado grande preocupação durante a crise do coronavírus, com exceção da evolução da taxa de câmbio.

A balança comercial – cuja metodologia de cálculo foi revisada recentemente – é o destaque positivo. As exportações alcançaram US$ 26,5 bilhões em abril e as importações, US$ 16,1 bilhões, resultando em um saldo da balança comercial superavitário em US$ 10,3 bilhões, o maior saldo positivo mensal de toda a série histórica.

Desde o início da pandemia do novo coronavírus em 2020, há uma tendência geral de diminuição do deficit em transações correntes brasileiro, com expectativa de sucessivos superavit para os próximos meses. Em relação a março, o saldo em transações correntes alcançou um deficit de US$ 3,970 bilhões (3,18% do produto interno bruto – PIB) ante US$ 4,257 (3,44% do PIB) no mesmo período do ano anterior. Cabe notar que o último resultado superavitário havia ocorrido em 2007. Esse resultado esperado é fruto de uma alta no preço das commodities, que favoreceu a balança comercial brasileira. Aliado a uma melhora nos preços, há também aumento da demanda por países que já estão se recuperando da crise provocada pelo novo coronavírus.

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Comércio exterior de produtos do agronegócio: Balanço de 2020 e perspectivas para 2021

Por Ana Cecília Kreter, Rafael Pastre e Guilherme S. Bastos Filho

Nesta nota apresentamos o fechamento da balança comercial de produtos do agronegócio para 2020, destacamos os principais fatores que contribuíram para este resultado e apontamos algumas tendências para 2021. Mesmo com queda no preço médio de quase todos os principais produtos de exportação, o Brasil conseguiu se manter como um dos principais fornecedores de commodities agropecuárias no mercado mundial em 2020, com destaque para a soja, as carnes – bovina, suína e de frango –, o açúcar, o café e o algodão. O país foi favorecido pela desvalorização do real frente ao dólar, que tornou os preços brasileiros ainda mais competitivos, pela guerra comercial entre os Estados Unidos e a China, que favoreceu o setor sojicultor, pela quebra de safra nos países concorrentes, como no caso do açúcar, pelo aumento da demanda internacional, como no comércio do algodão, ou sim- plesmente por condições climáticas favoráveis, como a bienalidade positiva do café. Paralelo a isso, a balança comercial do agronegócio contou ainda com excelentes resultados do setor triticultor que, sendo o trigo o principal produto importado pelo Brasil, impactou positivamente o saldo final.

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Contas externas e taxa efetiva real de câmbio

Por Marcelo José Braga Nonnenberg

Observa-se que a desvalorização da taxa real/dólar entre janeiro de 2020 e janeiro de 2021 foi de 29,1%, muito próxima da obtida pela taxa efetiva real de câm- bio (TERC), calculada com base no Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), de 29,9%. No entanto, quando se calcula a TERC usando o Índice de Preços no Atacado (IPA), verifica-se uma valorização de 1,7%, em ambos os casos para as exportações totais. Considerando-se ainda o IPA, há também uma grande distância por fator agregado. Enquanto, no caso dos básicos, houve uma valoriza- ção de 14%, no caso dos manufaturados a desvalorização foi de 8,8%.

As exportações alcançaram US$ 16,2 bilhões em fevereiro, acumulando US$ 31,0 bilhões no ano, ao mesmo tempo que as importações registraram US$ 15,0 bilhões em fevereiro e US$ 31 bilhões nos dois primeiros meses do ano. Dessa forma, o saldo comercial, em fevereiro, foi de US$ 1,2 bilhão e praticamente zero no acu- mulado do ano. Tomando por base as médias diárias dessazonalizadas, é possível observar que as exportações tiveram um crescimento expressivo de 13,5% em feve- reiro, na comparação com o mês anterior. Simultaneamente, as importações, após caírem em janeiro, apresentaram crescimento de 9,6%.

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Setor Externo

Por Marcelo José Braga Nonnenberg

A taxa de câmbio desvalorizou-se ligeiramente nos últimos meses, acompanhando as incertezas do processo de tramitação da proposta de reforma da previdência. Mas deve-se notar também que, quando se mede a taxa de câmbio pela taxa efetiva real, para o conjunto das exportações e importações, nos últimos anos, a variação foi bem inferior ao da taxa real/dólar.

As exportações e importações estão apresentando claramente uma tendência de­clinante nos primeiros quatro meses do ano, tanto em comparação com os meses anteriores como com o mesmo período do ano anterior, ainda que o saldo comer­cial venha se mantendo relativamente constante desde setembro do ano passado. Em abril, as exportações cresceram 3% com relação ao mês anterior, ao mesmo tempo que as importações tiveram queda de apenas 0,3%. Ambas as variáveis, entretanto, caíram quando comparadas com os valores atingidos no segundo se­mestre do ano passado. No acumulado do ano até abril, as exportações sofre­ram queda de 2,7%, apesar da elevação de 5,8% dos básicos. Em compensação, os manufaturados tiveram queda de 7,3% e os semimanufaturados, redução de 1,1%. A recessão na Argentina vem cobrando um preço alto especialmente no que concerne à queda das exportações de produtos manufaturados. As importações nos primeiros quatro meses do ano caíram 0,8%, devido a reduções de bens de consumo semiduráveis e não duráveis (-1%), bens de consumo duráveis (-16%) e combustíveis e lubrificantes (-10%). Em compensação, as de bens de capital (2%) e bens intermediários (1,6%) experimentaram elevação.

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Setor Externo

Por Marcelo José Braga Nonnenberg

A taxa de câmbio vem se mantendo razoavelmente constante desde o início de novembro, graças à redução dos riscos associados ao cenário político e também ao movimento dos fundamentos econômicos. Enquanto a taxa DI manteve-se constante, o spread do credit default swap (CDS) caiu recentemente, compensando a elevação das taxas de alto rendimento dos Estados Unidos (high yield) entre o início de outubro e o final de dezembro.

Nos últimos anos, a desvalorização das taxas efetivas de câmbio real tem sido bem inferior à da taxa real/dólar. Apenas entre dezembro de 2017 e dezembro de 2018, enquanto a taxa real/dólar mostrou desvalorização de 18%, as taxas efetivas deflacionadas pelo índice de preços por atacado (IPA), tanto com base nas exportações como nas importações, mostraram desvalorização de 7,3%.

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Esta seção analisa também a trajetória recente das contas externas brasileiras.

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Setor Externo

Por Marcelo José Braga Nonnenberg

Os indicadores Ipea de taxa efetiva real de câmbio (TERC) seguiram o movimento de desvalorização da taxa de câmbio nominal real/dólar, que se desvalorizou em mais de 20% no ano. As TERCs ponderadas pelas exportações, no período de julho de 2017 a julho de 2018, apresentam uma grande diferença de acordo com as categorias de produtos. Para o total das exportações, utilizando-se os índices de preços ao consumidor, a desvalorização foi de 18,2%, quase a mesma observada para os manufaturados. No entanto, no caso dos básicos, a desvalorização foi de apenas 7,7%, e de 9,4% no caso dos semimanufaturados. No mesmo período, taxas ponderadas pelas importações com base no Índice de Preços por Atacado (IPA) sofreram desvalorização de 10%, ao passo que se usando como deflator o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), essa desvalorização é de 17,5%.

O saldo da balança comercial atingiu US$ 37,8 bilhões no acumulado do ano em agosto, abaixo dos US$ 48,1 bilhões alcançados no mesmo período de 2017. O superavit comercial, medido pelas médias diárias dessazonalizadas, vem caindo sistematicamente desde maio deste ano, na medida em que as importações crescem mais do que as exportações. Boa parte dessa queda (US$ 7,3 bilhões), no entanto, deve-se à nova forma de contabilização de plataformas de petróleo, iniciada neste ano em função de mudanças na legislação tributária.

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Setor Externo

Carta de Conjuntura nº 39

Por Marcelo José Braga Nonnenberg

A taxa de câmbio vem se desvalorizando com relação ao dólar desde o início do ano. Esse movimento vem sendo provocado, principalmente, pelo aumento do risco-país, pela redução do diferencial entre as taxas de juros domésticas e dos Estados Unidos, e também com relação aos principais países emergentes. Esses movimentos, por sua vez, refletem, em parte, a piora do cenário externo, com aceleração prevista do crescimento dos Estados Unidos e aumento das expectativas inflacionárias, além do agravamento das tensões geopolíticas internacionais, em especial no Oriente Médio. Entre março de 2017 e março de 2018, a taxa efetiva real de câmbio ponderada pelas exportações (veja na seção os dados detalhados desse indicador), com base no Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), sofreu desvalorização de 13,2% e, com base no Índice de Preços por Atacado (IPA), de 15,7%. Mas essa taxa varia entre 0,3% e 47,9%, quando calculada entre os diversos setores da economia.

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Além da análise sobre as taxas de câmbio, esta seção analisa também os resultados acumulados no ano da balança comercial e do balanço de pagamentos.



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Setor Externo – Balança Comercial

Carta de Conjuntura nº 38

Por Marcelo José Braga Nonnenberg

A partir desta edição da Carta de Conjuntura, a análise do setor externo será desmembrada em duas seções: a primeira com os dados relativos à balança comercial, aí incluídos os dados de preços e quantidades, e a segunda com a análise relativa ao balanço de pagamentos.

O saldo comercial em dezembro de 2017 atingiu um recorde histórico, com superavit de US$ 67 bilhões, resultado de exportações de US$ 217,7 bilhões e importações de US$ 150,7 bilhões no ano. Em janeiro, as exportações alcançaram US$ 17 bilhões e as importações US$ 14,2 bilhões, com um superavit comercial de US$ 2,8 bilhões. Com base em dados da média diária dessazonalizada, tanto as exportações quanto as importações têm crescido a um ritmo acelerado nos últimos meses, sendo que as importações vêm mostrando um ritmo de crescimento superior ao das exportações, à exceção de janeiro. O crescimento das exportações, de 3,1% ao mês, na média dos últimos três meses, tem sido impulsionado pelos bens básicos e manufaturados, ao mesmo tempo em que as maiores taxas de crescimento das importações, de 4,4% na mesma base de comparação, são de bens intermediários e de bens de capital. O crescimento recente das exportações vem sendo provocado principalmente pelos aumentos de preços, ao passo que o das importações vem sendo estimulado basicamente pelas quantidades.

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Setor Externo

Carta de Conjuntura nº 35

 Por Marcelo José Nonnenberg

Os dados positivos do setor externo ajudam a manter a estabilidade da economia brasileira diante de um cenário interno de incertezas. O saldo comercial atingiu níveis elevados que ajudaram a reduzir o deficit em transações correntes para patamares bem confortáveis.

O comércio exterior brasileiro parece dar sinais de arrefecimento nos meses recentes, após um período de recuperação tanto das exportações quanto das importações. Pelo critério das médias diárias dessazonalizadas, as exportações voltaram a cair em maio, ao mesmo tempo que as importações demonstram tendência de queda nos três últimos meses. Porém, no acumulado do ano, ainda se nota bastante vigor nas exportações, com aumento de 19,6%, impulsionadas pelos básicos, sobretudo, e das importações, que cresceram 9,4% principalmente em razão do forte crescimento dos produtos intermediários.

Após um período de mais de um ano se recuperando, os preços de exportação parecem ter se estabilizado. Como os preços de commodities nos mercados internacionais estão em queda desde fevereiro, é bastante provável que ao menos os preços de básicos e semimanufaturados também caiam nos próximos meses. As quantidades exportadas também tiveram um comportamento ruim em abril, fortemente influenciadas pelos produtos básicos. Contudo, boa parte dessa queda é explicada pela redução das exportações de petróleo, ao passo que o volume exportado de produtos agrícolas e pecuários continua em alta. As quantidades importadas de bens intermediários voltaram a cair em abril pelo terceiro mês consecutivo, constituindo a principal causa da queda do quantum importado total. Mas as demais categorias também vêm apresentando um comportamento oscilante nos últimos meses.

O deficit em Transações Correntes reduziu-se consideravelmente nos meses recentes, caindo de US$ 7,2 bilhões nos primeiros quatro meses de 2016 para US$ 3,5 bilhões em igual período deste ano. Esta queda foi provocada exclusivamente pelo aumento do superavit comercial, que passou de US$ 12,4 bilhões para US$ 20,6 bilhões.

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