Arquivos da categoria: Atividade Econômica

Indicador Ipea de consumo aparente de bens industriais – Outubro de 2023

Por Leonardo Mello de Carvalho

O Indicador Ipea Mensal de Consumo Aparente de Bens Industriais registrou queda de 1,0% na comparação entre outubro e setembro na série com ajuste sazonal. O indicador é uma proxy da demanda interna por bens industriais – definido como a parcela da produção industrial doméstica destinada ao mercado interno, acrescida das importações. Esse resultado ocorreu em razão do recuo de 0,9% da produção interna destinada ao mercado nacional (bens nacionais) e da queda de 1,6% das importações de bens industriais, conforme mostra a tabela 1.

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O fraco desempenho em outubro sucedeu um crescimento nulo registrado em setembro, implicando uma queda de 1,2% no trimestre móvel encerrado em outubro, na margem. Já na comparação interanual ocorreram recuos de 2,5% do indicador mensal contra outubro do ano passado e de 2,6% no trimestre móvel em relação ao verificado no mesmo período de 2022. No acumulado em doze meses, a demanda por bens industriais registrou baixa de 2,7%, indicando uma piora em relação ao cenário de estagnação apontado pela Pesquisa Industrial Mensal de Produção Física do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (PIM-PF/IBGE), como visto no gráfico 1.

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Indicador Ipea mensal de FBCF – resultado de setembro de 2023

Por Leonardo Mello de Carvalho

O Indicador Ipea de Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF), que agrega os investimentos em máquinas e equipamentos, na construção civil e em outros ativos fixos, registra uma queda de 1,4% na comparação entre setembro e agosto na série com ajuste sazonal. O resultado representou a quarta queda consecutiva na margem. Com isso, o trimestre móvel encerrado em setembro registrou retração de 2,5% na comparação dessazonalizada – resultado já ajustado de acordo com as contas nacionais trimestrais, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Vale notar que o indicador se situa 21,6% abaixo do máximo atingido na série, verificado em abril de 2013.

Nas comparações com os mesmos períodos de 2022, o indicador mensal apresentou quedas de 9,1% em setembro, e de 6,8% no trimestre móvel. Em relação aos primeiros nove meses de 2022, o resultado também é negativo (-2,5%). No acumulado em doze meses, por sua vez, os investimentos totais apresentaram uma retração de 1,1% em setembro.

 Na comparação com ajuste sazonal, os investimentos em máquinas e equipamentos – medidos segundo o conceito de consumo aparente, que corresponde à produção nacional destinada ao mercado interno acrescida das importações – apresentaram um recuo de 0,3% em setembro, encerrando o trimestre móvel com queda de 1,7%. Quanto a seus componentes, enquanto a produção nacional cresceu 4,9% em setembro, a importação caiu 9,7% no mesmo período, encerrando o trimestre móvel com baixa de 11,3%. Nessa mesma base de comparação, a produção nacional encerrou o período com queda de 0,3%. No acumulado em doze meses, o consumo aparente (ou a demanda interna) de máquinas e equipamentos registrou uma retração de 3,8%.

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Visão Geral da Conjuntura

Por Julia de Medeiros Braga, Mônica Mora Y Araujo e Claudio Roberto Amitrano

Esta Visão Geral da Conjuntura traz uma avaliação sobre o padrão de crescimento da economia brasileira em 2023 e o cenário esperado para 2024. Ainda que resultado do PIB no terceiro trimestre de 2023 tenha revelado um processo de desaceleração, o atual cenário permite delinear um crescimento próxima a 3%.

O ano em geral, e o terceiro trimestre de 2023, em particular, foi marcado pela expansão do mercado interno acompanhada por uma contínua elevação da massa de rendimentos do trabalho ampliada por benefícios sociais, e na elevada contribuição do consumo das famílias ao PIB. O crescimento do consumo interno foi canalizado para serviços,  levando a que o setor contribuísse significativamente para o resultado do PIB.

Notórios também foram o desempenho do setor agropecuário (materializada na supersafra agrícola) e a expansão acima do esperado da produção do petróleo, que criaram as condições necessárias para o Brasil conquistar novos mercados no exterior.

Por outro lado, a indústria de transformação de forma geral apresentou quadro de contínua estagnação. A queda na produção mesmo num cenário de crescimento da demanda pode ser atribuída em parte ao vazamento ao exterior, vislumbrado no aumento da importação de bens duráveis e semi-duráveis.  Esse quadro de deterioração se reflete na dificuldade de retomada dos investimentos

Para 2024, mantivemos nosso cenário de crescimento de 2%. Essa desaceleração em relação à 2023 é justificada principalmente pela queda esperada do valor adicionado da agropecuária (-3,2%), penalizada pela adversidade climática. Porém, outras commodities como petróleo podem ainda mostrar desempenho positivo, dada a competitividade das áreas do pré-sal.

Também importante para manutenção da nossa projeção é nossa expectativa que haverá um contexto de melhora da fragilidade financeira das famílias, com medidas como a continuidade da política de valorização do salário mínimo, o programa de renegociação das dívidas das famílias de baixa renda (o Desenrola Brasil) e a queda da taxa Selic, reverberando sobre o mercado de crédito.

Avaliamos ainda um cenário de reação dos investimentos e do setor industrial. A atuação por parte do BNDES, com elevada aprovação de financiamentos em infraestrutura, os programas do governo federal e locais de obras públicas e de facilitação do crédito, com sistema de garantias, além da trajetória de queda prevista para a taxa de juros Selic e na ponta do crédito, tornam o cenário para o crescimento dos investimentos mais favorável em 2024.

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Projeção do valor adicionado do setor agropecuário para 2023 e 2024 – atualização de dez./2023

Por Pedro Mendes Garcia e José Ronaldo de C. Souza Júnior

Esta Nota revisa as previsões para o valor adicionado (VA) do setor agropecuário em 2023 e 2024. A projeção de crescimento do VA este ano foi elevada de 15,5%, conforme divulgado na Nota de Conjuntura no 29 da Carta de Conjuntura n. 60, para 16,7% com base nas novas estimativas do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA) e nos resultados mais recentes das Pesquisas Trimestrais do Abate de Animais, do Leite e da Produção de Ovos de Galinha – todas do IBGE. Para 2024, a estimativa foi revista de um crescimento de 0,4% para uma queda de 3,2% após a divulgação dos primeiros Prognósticos de Safra do IBGE. 

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Desempenho do PIB no terceiro trimestre de 2023

Por Leonardo Mello de Carvalho e Julia de Medeiros Braga

Segundo o IBGE, o PIB avançou 0,1% no terceiro trimestre de 2023, na comparação com o trimestre imediatamente anterior, já livre de efeitos sazonais. O resultado representou uma desaceleração em relação ao crescimento observado nos dois períodos anteriores, quando o PIB avançou 1,4% e 1%, respectivamente. Este arrefecimento também pode ser visto na comparação interanual, onde a alta de 2% sobre o terceiro trimestre de 2022 sucedeu avanços de 4,2% e 3,5%. Com isso, o PIB acumula um crescimento de 3,1% em quatro trimestres. Com o crescimento do PIB no terceiro trimestre, o carry-over para 2023 ficou em 3% – ou seja, caso permaneça estagnado ao longo do quarto trimestre, o PIB fechará o ano com alta de 3%.

De modo geral, o desempenho no terceiro trimestre voltou a apresentar um grau de difusão elevado entre os componentes do PIB, e sua composição confirmou nossas expectativas. Pelo lado da demanda, as exportações voltaram a se destacar, contribuindo positivamente pelo quinto trimestre consecutivo ao crescimento interanual do PIB. Além da demanda internacional por commodities brasileiras em geral, o bom desempenho das exportações de petróleo e minério de ferro, em particular, ajudam a explicar este bom desempenho. O consumo das famílias, por sua vez, exerceu a maior contribuição, pelo lado da demanda, para o resultado do terceiro trimestre. O crescimento de 3,3% em termos interanuais ficou acima do previsto (2,3%). Ainda estimulado pelo dinamismo do mercado de trabalho e pelas medidas do governo visando sustentar a renda das famílias, seu desempenho ajuda a explicar o crescimento registrado pelo PIB de serviços, cuja alta de 1,8% ficou bastante próxima à previsão, que era de 1,9%.

Por outro lado, os investimentos produtivos contribuíram negativamente ao crescimento interanual do PIB pelo segundo trimestre consecutivo. Enquanto a demanda por máquinas e equipamentos continua enfrentando o pior cenário, o desempenho da construção civil também registrou alguma deterioração no terceiro trimestre. Como reflexo disso, embora o PIB industrial tenha avançado 0,6% na margem e 1% em termos anuais, resultados em linha com as previsões, este desempenho foi pouco disseminado, impulsionado pelas indústrias extrativas e pelo setor de eletricidade e gás, e saneamento.

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Indicador Ipea de consumo aparente de bens industriais – setembro de 2023

Por Leonardo Mello de Carvalho

O Indicador Ipea Mensal de Consumo Aparente de Bens Industriais registrou estabilidade na comparação entre setembro e agosto na série com ajuste sazonal. O indicador é uma proxy da demanda interna por bens industriais – definido como a parcela da produção industrial doméstica destinada ao mercado interno, acrescida das importações. Esse resultado ocorreu em razão do aumento de 0,9% da produção interna destinada ao mercado nacional (bens nacionais) e da queda de 1,7% das importações de bens industriais, conforme mostra a tabela 1.

O desempenho estável em setembro sucedeu à alta de 0,6% registrada em agosto, implicando uma queda de 1,8% no trimestre móvel encerrado em setembro, na margem. Já na comparação interanual ocorreram recuos de 3,1% do indicador mensal contra setembro do ano passado e de 3,7% no trimestre móvel em relação ao verificado no mesmo período de 2022. No acumulado em doze meses, a demanda por bens industriais registrou baixa de 2,4%, indicando uma piora em relação ao cenário de estagnação apontado pela Pesquisa Industrial Mensal de Produção Física do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (PIM-PF/IBGE), como visto no gráfico 1.

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Indicador Ipea mensal de FBCF – resultado de agosto de 2023

Por Leonardo Mello de Carvalho

O Indicador Ipea de Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF), que agrega os investimentos em máquinas e equipamentos na construção civil e em outros ativos fixos, registra uma queda de 0,4% na comparação entre agosto e julho na série com ajuste sazonal. O resultado sucedeu à baixa verificada no mês anterior, quando o indicador recuou 2%. Com isso, o trimestre móvel encerrado em agosto registrou queda de 2,7% na comparação dessazonalizada. Vale notar que o indicador se situa 18,3% abaixo do máximo atingido na série, verificado em abril de 2013.

Nas comparações com os mesmos períodos de 2022, o indicador mensal apresentou quedas de 6,9% em agosto e 5,5% no trimestre móvel. Em relação aos primeiros oito meses de 2022, o resultado é negativo (-2,5%). Já no acumulado em doze meses, os investimentos totais apresentaram uma queda de 0,4% em agosto.

Na comparação com ajuste sazonal, os investimentos em máquinas e equipamentos – medidos segundo o conceito de consumo aparente, que corresponde à produção nacional destinada ao mercado interno acrescida das importações – apresentaram um recuo de 2,4% em agosto, encerrando o trimestre móvel com queda de 2,7%. Quanto a seus componentes, enquanto a produção nacional cresceu 1,4% em agosto, a importação recuou 6,3% no mesmo período, encerrando o trimestre móvel com retração de 2,4%. Nessa mesma base de comparação, a produção nacional encerrou o período com queda de 3,8%. No acumulado em doze meses, o consumo aparente (ou a demanda interna) de máquinas e equipamentos registrou uma retração de 5%.

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Indicador Ipea de consumo aparente de bens industriais – agosto de 2023

Por Leonardo Mello de Carvalho

O Indicador Ipea Mensal de Consumo Aparente de Bens Industriais registrou uma alta de 0,5% na comparação entre agosto e julho na série com ajuste sazonal. O indicador é uma proxy da demanda interna por bens industriais – definido como a parcela da produção industrial doméstica destinada ao mercado interno, acrescida das importações. Este resultado ocorreu em razão do aumento de 0,6% da produção interna destinada ao mercado nacional (bens nacionais) e da queda de 1,1% das importações de bens industriais, conforme mostra a tabela 1.

O desempenho positivo em agosto sucedeu ao recuo registrado em julho, implicando uma queda de 0,2% no trimestre móvel encerrado em agosto, na margem. Já na comparação interanual ocorreram recuos de 3,5% do indicador mensal contra agosto do ano passado e de 2,8% no trimestre móvel em relação ao verificado no mesmo período de 2022. No acumulado em doze meses, a demanda por bens industriais registrou baixa de 1,9%, indicando uma piora em relação ao cenário de estagnação apontado pela Pesquisa Industrial Mensal de Produção Física do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (PIM-PF/IBGE), como visto no gráfico 1.

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Boletim de expectativas- Outubro de 2023

Por Estêvão Kopschitz Xavier Bastos

Este Boletim de Expectativas se baseia nas projeções do Sistema Expectativas de Mercado do Banco Central, também conhecido como Focus, para dar uma visão geral das previsões feitas pelos profissionais que contribuem com a pesquisa, abordando inflação, juros, nível de atividade, finanças públicas e setor externo. Além das médias amostrais, se utiliza também dos desvios-padrão, de maneira a mostrar intervalos de projeção ou a interpretação de três cenários. Para a meta Selic recorre-se também ao mercado de DI Futuro e para a inflação, à estrutura a termo da taxa de juros.

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Indicadores de indústria, comércio e serviços

Por Leonardo Mello de Carvalho

A maioria dos indicadores de atividade setoriais registrou crescimento no acumulado do ano até julho. O desempenho ao longo dos últimos meses, todavia, indica uma desaceleração nas taxas de crescimento na margem. Entre os principais setores, o destaque negativo continua sendo a produção industrial, que, segundo a PIM-PF, foi uma das poucas atividades a encerrar o mês de julho com queda na comparação acumulada no ano (-0,4%). Ao longo desse período, sua produção manteve um ritmo modesto de crescimento, evidenciado por uma trajetória próxima à estagnação na comparação dessazonalizada em médias móveis. O resultado em julho deixa um carry-over negativo de -0,5% para o terceiro trimestre. Já o comércio varejista (conceito ampliado), de acordo com a PMC, registrou um desempenho mais positivo, acumulando, em termos anuais, um crescimento de 4% nos primeiros sete meses de 2023. Porém, após a queda de 0,3% em julho, na comparação dessazonalizada, sua trajetória em médias móveis registrou a quarta desaceleração consecutiva. Com isso, o carry-over para o terceiro trimestre ficou em 0,4%. Por fim, segundo a PMS, a receita real de serviços apresentou um crescimento de 4,5% no acumulado do ano, quando comparado ao mesmo período de 2022. Em contraste com os demais setores produtivos, sua trajetória em médias móveis na margem aponta para uma aceleração. Com o avanço de 0,5% na margem registrado em julho, o setor inicia o terceiro trimestre com um carry-over de 1,1%.  O comportamento dos indicadores que buscam sumariar a atividade econômica brasileira apresentou resultado similar ao longo dos últimos meses. Enquanto o Monitor do PIB encerrou os sete primeiros meses de 2023 com crescimento acumulado de 3,4% em termos interanuais, o IBC-Br registrou alta de 3,2%. Ainda em termos agregados, o desempenho da atividade em julho foi caracterizado por um nível de difusão abaixo de sua média histórica, situada em 51,3%. Na comparação com junho, já excluídos os efeitos sazonais, 50,4% dos segmentos registraram variação positiva, ante 51,3% no período anterior. Com base na análise em médias móveis de três meses, o indicador de difusão atingiu 51,3% em julho, resultado que representou o segundo recuo consecutivo na margem.

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