Desempenho recente do mercado de crédito

Por Francisco E. de Luna A. Santos

O saldo total de crédito no Sistema Financeiro Nacional (SFN), medido em relação ao produto interno bruto (PIB), foi de 55% na leitura de setembro de 2022. Em relação a setembro de 2021, este indicador acumula alta de 2 pontos percentuais (p.p.), mostrando tendência moderada de crescimento com leves oscilações. Em termos do saldo real, o crédito livre apresentou, em setembro, aumento de 11,1% em relação ao mesmo mês de 2021. Em igual comparação, a carteira de crédito direcionado, cuja variação voltou a ficar positiva somente no início de 2022, cresceu 5,9%. O saldo real da carteira de pessoa física (PF) subiu 12,2%, superior ao crescimento de 4,5% da carteira de pessoa jurídica (PJ).

No período recente, observamos que as condições do mercado de crédito continuam apertadas. De um lado, temos o comprometimento de renda em níveis elevados e a alta persistente dos níveis de inadimplência em recursos livres. Por conseguinte, as concessões para crédito livre apresentam queda moderada nas comparações trimestrais tanto no agregado quanto em modalidades relevantes. De outro lado, o processo de alta de juros parece ter atingido o seu limite e algumas modalidades já apresentam estabilidade ou queda do custo do crédito na margem. Com a expectativa de queda na taxa básica em 2023, o mercado de crédito pode se beneficiar desse fator no ano que vem, contrabalançando o efeito limitador da inadimplência, que merece atenção. Espera-se também que as medidas regulatórias em curso, relacionadas ao fortalecimento das garantias e securitização, comecem a surtir efeito.

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