Indicadores mensais de indústria, comércio e serviços

Por Leonardo Melo de Carvalho e José Ronaldo de C. Souza Jr.

O desempenho recente dos indicadores setoriais de atividade econômica de outubro mostra que, pelo segundo mês seguido, todos os três setores produtivos registraram recuo na margem (tabela 1). Com isso, os dois dos principais indicadores que buscam sintetizar a atividade econômica brasileira recuaram no início do quarto trimestre. O IBC-Br caiu 0,4% na comparação entre os meses de outubro e setembro, na série dessazonalizada. O monitor do PIB, da FGV, por sua vez, também recuou na margem, registrando baixa de 0,7% sobre setembro. Na comparação contra outubro de 2020, o indicador permaneceu estável.

A perda de tração da atividade econômica nos últimos meses tem sido caracterizada por baixos níveis de difusão, indicando que esse arrefecimento tem ocorrido de maneira disseminada. De acordo com o indicador de difusão setorial, a proporção dos segmentos que apresentaram crescimento na margem ao longo dos meses vem apresentando tendência declinante desde junho de 2020. Em outubro, apenas quatorze segmentos avançaram, de um total de cinquenta, reduzindo o índice de 37,3% para 26,9%.

Em relação aos resultados referentes ao mês de novembro, a Dimac/Ipea projeta uma melhora no desempenho da atividade econômica. Se, por um lado, as vendas no varejo devem voltar a recuar na margem, influenciadas, principalmente, pela queda nas vendas de automóveis no período, a produção industrial e o setor de serviços devem interromper a sequência de recuos na comparação dessazonalizada. Esse crescimento previsto, embora não devolva totalmente as perdas acumuladas nos meses anteriores, melhora o carregamento estatístico para o quarto trimestre de 2021.

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