Retrato dos rendimentos e horas trabalhadas durante a pandemia – resultados da PNAD Contínua do primeiro trimestre de 2021

Por Sandro Sacchet de Carvalho

Os impactos imediatos da pandemia sobre os rendimentos, bem como a importância do Auxílio Emergencial, foram analisados com os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Covid-19, que mostraram um descolamento da renda efetiva do trabalho da renda habitual. Tal descolamento também é observado na PNAD Contínua, levando a que se deva considerar com mais atenção a renda efetiva para se avaliar a conjuntura dos rendimentos ao longo dos anos de 2020 e 2021. Em 2020, de acordo com a PNAD Contínua, os rendimentos habituais apresentaram um crescimento acelerado, atingindo um crescimento interanual de 8,6% no trimestre móvel entre maio e julho, tendo desacelerado após o terceiro trimestre. No primeiro trimestre de 2021, o crescimento da renda habitual foi de apenas 0,8%.

Em contraste, a partir do trimestre móvel iniciado em abril do ano passado, a renda efetiva apresentou consecutivas quedas na comparação interanual, apenas se recuperando após setembro. Entretanto, nos trimestres móveis terminados em dezembro e janeiro, a renda efetiva voltou a apresentar uma queda de 1% e 2,4% respectivamente. Os resultados mais recentes da PNAD Contínua confirmaram o impacto sobre a renda efetiva do recrudescimento da pandemia, visto que o primeiro trimestre de 2021 apresentou uma queda de 2,2% dos rendimentos efetivos. Esse padrão se repetiu para trabalhadores com diferentes grupos demográficos, tendo apenas as mulheres e trabalhadores com mais de 60 anos não apresentado uma queda da renda efetiva. No entanto, analisando por tipo de vínculo, revela-se que o impacto da segunda onda da pandemia nos rendimentos foi concentrado nos trabalhadores privados com carteira. Os trabalhadores por conta própria, que de modo geral haviam sido os mais atingidos pela pandemia, mostraram um crescimento de 3,9% da renda efetiva.

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