Contas externas: saldo recorde da balança comercial e câmbio desvalorizado

Andreza Aparecida Palma

Esta nota de conjuntura apresenta uma análise das principais estatísticas do setor externo, com destaque para os dados das taxas efetivas reais de câmbio (Tercs), calculadas pelo Ipea, e a evolução recente da balança comercial e do balanço de pagamentos. De uma forma geral, o desempenho do setor externo não tem gerado grande preocupação durante a crise do coronavírus, com exceção da evolução da taxa de câmbio.

A balança comercial – cuja metodologia de cálculo foi revisada recentemente – é o destaque positivo. As exportações alcançaram US$ 26,5 bilhões em abril e as importações, US$ 16,1 bilhões, resultando em um saldo da balança comercial superavitário em US$ 10,3 bilhões, o maior saldo positivo mensal de toda a série histórica.

Desde o início da pandemia do novo coronavírus em 2020, há uma tendência geral de diminuição do deficit em transações correntes brasileiro, com expectativa de sucessivos superavit para os próximos meses. Em relação a março, o saldo em transações correntes alcançou um deficit de US$ 3,970 bilhões (3,18% do produto interno bruto – PIB) ante US$ 4,257 (3,44% do PIB) no mesmo período do ano anterior. Cabe notar que o último resultado superavitário havia ocorrido em 2007. Esse resultado esperado é fruto de uma alta no preço das commodities, que favoreceu a balança comercial brasileira. Aliado a uma melhora nos preços, há também aumento da demanda por países que já estão se recuperando da crise provocada pelo novo coronavírus.

Acesse o texto completo



------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

Fale com o autor

O seu endereço de email não será publicado Campos obrigatórios são marcados *