Boletim de Expectativas

Por Estêvão Kopschitz Xavier Bastos

Este boletim apresenta uma compilação de expectativas para diversas variáveis econômicas, coletadas de diferentes fontes. As revisões da queda do PIB em 2020 continuam e a média do Focus, do BCB, apontava, em 13 de novembro, para 4,7%, depois de ter chegado a 6,5% em junho. Para 2021, a projeção tem oscilado pouco desde maio, entre 3,3% e 3,5%. Em relação às finanças públicas, a parcela de títulos do Tesouro que vence em até doze meses subiu de 20% em setembro para 26% em novembro. A STN divulgou o Relatório de Projeções da Dívida Pública no 3/2020, e esse boletim apresenta algumas das suas previsões comparadas com as médias de mercado coletadas pelo BCB e pela própria STN. O relatório da STN observa que os impactos fiscais dos gastos realizados este ano para mitigar os efeitos econômicos e sociais da Covid-19 não se limitam a 2020, pois o aumento da dívida por eles causado levará a maior despesa com juros. Para quantificar esse impacto, a STN comparou um cenário que inclui todas as despesas extraordinárias no contexto da Covid-19 com outro em que, hipoteticamente, essas despesas não ocorreriam. Comparando os dois cenários, a diferença seria a despesa extra com juros decorrente do aumento da dívida gerada pelos gastos extraordinários com a Covid-19. A despesa adicional com juros média nos próximos dez anos é de 0,35% do PIB. O relatório nota que “o contexto de taxas de juros baixas atenua o impacto sobre a conta de juros da dívida no curto prazo”. De fato, a crise ensejou redução nas taxas de juros e a despesa com juros da dívida pública deve cair, em relação ao cenário pré-pandemia, 0,91% do PIB na média de 2020 a 2022, com base nas projeções de resultado primário e nominal do Focus/BCB. Um fato que poderá afetar a taxa de câmbio no fim do ano é a mudança de regulação tributária no tratamento dos investimentos no exterior dos bancos e do correspondente hedge feito no mercado nacional de derivativos. A tributação, na forma atual, leva os bancos a fazer uma proteção nos mercados de derivativos superior à que seria necessária sem a diferença de regra; esse hedge adicional é chamado de overhedge. Devido à mudança, os bancos deverão desfazer posições vendidas nos mercados nacionais de derivativos de dólar no fim de dezembro da ordem de US$ 16 bilhões, correspondentes a cerca de 7,5% do volume total de dólar futuro e cupom cambial, o que é significativo. Para o fim deste ano, a média do Focus espera a taxa de câmbio de R$/US$ 5,42, e posterior valorização do real até cerca de R$ 4,90 a partir de 2022. Uma forma de analisar a inclinação da curva de juros é pela diferença entre vencimentos do DI Futuro. Comparando o vencimento de janeiro de 2027 com o de janeiro de 2022, nota-se que, pelo menos em termos de tendência, que a inclinação da curva ao longo de 2020 se deu mais pela redução da taxa do vencimento curto que pelo aumento da taxa do longo.

11 e 18

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