Atividade econômica: PIB no segundo trimestre de 2020

Por Marco A. F. H. Cavalcanti, José Ronaldo de C. Souza Júnior e Leonardo M. de Carvalho

Conforme esperado, os resultados referentes ao PIB do segundo trimestre de 2020, divulgados pelo IBGE, apresentaram, em decorrência da pandemia do novo coronavírus, a maior retração do nível de atividade econômica da série histórica iniciada em 1996. A queda do PIB foi de 11,4% em relação ao mesmo trimestre de 2019 e de 9,7% em comparação com o primeiro trimestre de 2020, em termos dessazonalizados. Cabe notar que essa forte retração veio em linha com as projeções divulgadas pelo Ipea no início de junho,1 mas revelou-se menos intensa que as previsões medianas iniciais dos analistas de mercado participantes da pesquisa Focus do Banco Central do Brasil (BCB) – que previam, no início de junho, uma queda de 14% do PIB na série com ajuste sazonal, e foram gradualmente revendo suas estimativas para o trimestre até chegarem, no final de agosto, a uma queda esperada de 10,5%, mais próxima do valor observado.

Por terem vindo relativamente próximos das previsões divulgadas pela Dimac do Ipea em junho, os dados do segundo trimestre não deverão implicar alterações substanciais em nossas previsões para o PIB em 2020 e 2021. De fato, o cenário macroeconômico esperado continua sendo, na ausência de novo recrudescimento das condições sanitárias associadas à pandemia, de recuperação forte no segundo semestre de 2020 e de crescimento moderado em 2021. Contudo, alguns indicadores macroeconômicos recentes têm apresentado recuperação mais rápida do que nossos modelos previam no início de junho, o que deve refletir-se nas novas previsões a serem divulgadas no final de setembro.

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