Por Maria Andréia P. Lameiras
O Indicador Ipea de Inflação por Faixa de Renda, calculado com base nas variações de preços de bens e serviços pesquisados pelo Sistema Nacional de Índice de Preços ao Consumidor (SNIPC) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apontou que, em agosto, embora tenha ocorrido uma deflação em todas as classes, a queda da inflação apresentada pelas famílias de renda mais baixa (-0,12%) foi duas vezes maior que a observada na faixa de renda mais alta (-0,06%). Este alívio mais intenso da inflação das famílias mais pobres foi possibilitado, mais uma vez, pela deflação nos preços dos alimentos no domicílio, em especial de itens importantes na cesta de consumo desse segmento, como: tubérculos (-9,7%), carnes (-1,5%), leites e derivados (-1,3%) e aves e ovos (-1,3%). Adicionalmente, a queda no preço do gás de botijão (-1,0%) ajudou a intensificar este processo de deflação. Na outra ponta, a inflação das famílias de renda mais alta também se beneficiou da queda dos preços dos alimentos, porém em menor escala. Apesar do recuo nos preços da gasolina (-1,5%) e das passagens aéreas (-26,1%), a deflação deste segmento de renda foi contrabalançada pela alta das tarifas de gás encanado (1,2%), do plano de saúde (0,8%) e dos cursos diversos (0,5%).
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