Crédito

Carta de Conjuntura nº 37

Por Estêvão Kopschitz Xavier Bastos

A redução do endividamento tem ocorrido de forma bastante clara na economia brasileira no período recente. O crédito como proporção do PIB caiu de 54% em dezembro de 2015, quando atingiu seu máximo, para 47% em outubro de 2017, de acordo com os dados do Banco Central do Brasil (BCB). Este foi um fenômeno marcadamente empresarial, ao menos em termos agregados. Na mesma comparação, entre dezembro de 2015 e outubro último, o saldo de créditos às pessoas jurídicas (PJ) caiu de 28% do PIB (também o pico da série) para 22% do PIB; enquanto o de pessoas físicas (PF) ficou aproximadamente estável em 25% do PIB. A diferença de comportamento entre PF e PJ também se expressa nos dados de novas concessões de crédito. O dado de outubro corroborou a tendência de crescimento em PF e de estabilidade, em patamar baixo, de PJ. O processo de desalavancagem também aparece nos dados de endividamento das famílias com o Sistema Financeiro Nacional em relação à renda acumulada dos últimos doze meses, calculados também pelo BCB. Uma característica desse processo é a diferença na evolução do endividamento com crédito habitacional e os demais. O endividamento com crédito habitacional cresceu até setembro de 2015, quando atingiu 19,1% da renda das famílias e, depois, apresentou apenas uma pequena redução, registrando 18,4% em setembro de 2017; já o endividamento com os demais tipos de crédito atingiu o máximo de 31,4% da renda em outubro de 2011 para depois cair até 23% no último mês de setembro. Essa evolução implicou uma reestruturação da carteira de crédito das famílias. Até 2008, aproximadamente 85% do saldo do endividamento das famílias correspondia a crédito não habitacional. Atualmente, esse percentual caiu para 55%, isto é, o crédito habitacional se aproximou da metade da carteira de endividamento das famílias.

CC37_Crédito

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