Demanda interna por bens industriais avança 0,1% em maio

Por Leonardo Mello de Carvalho

O indicador de consumo aparente (CA) da indústria – definido como produção industrial doméstica, acrescida das importações e diminuída das exportações – registrou alta de 0,1% na comparação entre maio e abril, na série com ajuste sazonal (ver tabela). Na comparação com maio de 2016, a alta de 2,2% reverteu parte da queda verificada no período anterior. Com isso, pelo décimo período consecutivo, a variação acumulada em 12 meses desacelerou seu ritmo de queda, passando de -4,2% para -3,1%. Quando comparado à produção doméstica, medida pela Pesquisa Industrial Mensal de Produção Física (PIM-PF), cuja taxa ficou em -2,4%, este resultado voltou a indicar um escoamento líquido para o setor externo. Esta diferença, no entanto, segue diminuindo. Nessa mesma base de comparação, enquanto as exportações acumularam alta de 0,7% nos 12 meses terminados em maio de 2017, o volume importado de bens industriais aumentou 0,8%, primeira variação positiva após 33 meses.

Tabela 1

Considerando-se o consumo aparente por grandes categorias econômicas, com exceção do setor bens intermediários, todos os demais registraram aumento na comparação entre os meses de maio e abril, na série dessazonalizada. Os destaques positivos ficaram por conta das categorias bens de capital e bens de consumo duráveis, que avançaram 2,9% e 8,9% na margem, respectivamente. Na comparação contra o mesmo período do ano anterior, novamente a categoria intermediários registrou fraco desempenho, com retração de 1% sobre maio de 2016.

Com relação às classes de produção, após duas altas seguidas na comparação com ajuste sazonal, a extrativa mineral recuou em maio, com retração de 2,2%. Já a indústria de transformação mostrou modesta recuperação, com alta de 0,2% na margem. Entre as atividades, verificou-se crescimento em 11 de um total de 22, o que levou o índice de difusão[2] para 50%. Entre as atividades com maior peso, contribuíram positivamente a fabricação de veículos automotores, reboques e carrocerias, com forte alta de 12% na margem, e a fabricação de produtos alimentícios, que registrou expansão de 7%. Já na comparação com o mesmo mês do ano anterior, o crescimento foi mais disseminado, com 16 atividades registrando variação positiva ante maio de 2016 (ver gráficos). Em relação ao resultado acumulado em 12 meses, nove setores já apresentam variação positiva até o mês de maio, com destaque para a fabricação de produtos químicos e veículos automotores, reboques e carrocerias, que registraram crescimento de 2,0% e 1,4%, respectivamente.

Gráficos 1 e 2 X

Acesse os dados do Indicador Ipea de Consumo Aparente



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