Por Estêvão Kopschitz Xavier Bastos
A estrutura a termo da taxa de juros obtida de títulos públicos embute expectativas para diversas variáveis, como a inflação, os juros reais e a atividade econômica. A intepretação da estrutura a termo da taxa de juros não é simples, especialmente na conjuntura econômica brasileira atual, em que as expectativas estão se reacomodando com frequência. Mas parece possível concluir: i) as quedas nas taxas de juros nominais e reais ocorridas entre 04/10/2016 (antes do início do atual ciclo de redução da Selic) e 12/5/2017 foram apenas parcialmente revertidas pelo choque negativo de meados de maio, sugerindo um otimismo moderado do mercado quanto às perspectivas para a economia brasileira; ii) a curva de juros nominal transitou de negativamente inclinada e plana para um formato normal entre outubro de 2016 e o início de maio de 2017, compatível com expectativa de crescimento do PIB, que não se modificou em junho, apesar da elevação das taxas; iii) embora a curva de juros reais continue negativamente inclinada nos vértices dos primeiros anos, assume um formato normal a partir do segundo ano, indicativo de otimismo quanto ao crescimento futuro, o que não acontecia em outubro de 2016.