Carta de Conjuntura nº 33
Por Leonardo Mello de Carvalho
Embora o quadro recessivo tenha sofrido um arrefecimento ao longo do primeiro semestre de 2016, o desempenho recente dos indicadores de atividade econômica apontam para um cenário ainda marcado pela instabilidade. Conforme foi destacado em edições anteriores da Carta de Conjuntura, algumas atividades industriais haviam apresentado melhora no decorrer dos primeiros seis meses do ano, notadamente àquelas mais voltadas para o comércio exterior. No entanto, a trajetória recente da produção industrial se deteriorou, revertendo grande parte do ganho acumulado no primeiro semestre. Nos próximos meses, o desempenho da produção industrial deverá permanecer instável. Os indicadores coincidentes já disponíveis apontam para uma melhora em novembro, traduzida numa estimativa de 1,7% de crescimento sobre o período anterior de acordo com o Indicador Ipea de Produção Industrial (prévia do indicador de produção industrial mensal do IBGE – PIM-PF). Além disso, também como reflexo da recessão, a demanda interna por bens segue caindo num ritmo acima daquele observado na produção doméstica medida pela PIM-PF. É o que mostram os resultados do indicador Ipea de consumo aparente de bens industriais (detalhados nesta seção).