Visão Geral da Conjuntura

Carta de Conjuntura nº 32

Por Paulo Mansur Levy e José Ronaldo de Castro Souza Júnior

A crise econômica brasileira é profunda e sua superação ocorrerá apenas gradualmente. Há três aspectos que devem diferenciar a recuperação da atual recessão em comparação a episódios anteriores:

(i) o fato de que a economia mundial, conforme discutido anteriormente, apesar de não se configurar como “hostil” ao Brasil, tampouco deve ajudar na recuperação, como o fez em 2003/2004 ou, antes disso, em 1984;

(ii) devido ao nosso passado de alta inflação, nunca passamos por uma recessão em que as famílias e empresas estivessem tão endividadas como agora. Esse alto grau de endividamento (no caso das famílias, em particular, o elevado comprometimento de renda para servir a dívida) tende a produzir um fator de arrasto sob a forma de redução do endividamento (desalavancagem) que impacta a demanda mais além dos efeitos associados à queda da renda corrente; e,

(iii) o abuso no recurso a políticas expansionistas no passado recente impede que as políticas fiscal e monetária sejam mobilizadas, como em 2009 e 2011, para reverter a trajetória de desaceleração da atividade econômica. A alavanca do crédito público, fundamental no período pós-crise financeira internacional, também estará inoperante, quando não em reverso, reduzindo os estoques de crédito.

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