Metodologia para a construção de séries longas de mercado de trabalho

Carta de Conjuntura nº 32

 Por Sandro Sacchet de Carvalho

Em 2012, o IBGE deu início à Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio Contínua (PNADC), que substituiu a Pesquisa Mensal de Emprego, extinta em fevereiro de 2016, como fonte da produção de indicadores de curto prazo sobre o mercado de trabalho. A nova pesquisa traz uma série de vantagens, como a maior cobertura geográfica, mas gera uma dificuldade para a comparação intertemporal dos dados de emprego e renda.

Os indicadores reportados pelas duas pesquisas mostraram-se substancialmente diferentes, mesmo se restringindo a PNADC apenas às seis regiões metropolitanas cobertas pela PME. Para tratar desse tema e explicitar ao leitor regular da Carta de Conjuntura o impacto que a substituição da PME pela PNADC terá na análise conjuntural do mercado de trabalho, são apresentadas aqui as seguintes notas técnicas:

Nota Técnica 1: As diferenças entre a PME e a PNADC como fonte de indicadores de curto prazo sobre trabalho e rendimento

O objetivo é aprofundar a comparação entre as duas pesquisas para tentar compreender o que explica as divergências entre seus resultados. Tal propósito se justifica por duas razões. Primeiro, explicitar o impacto que a substituição da PME pela PNADC terá na análise conjuntural do mercado de trabalho. Segundo, mesmo que se concorde que as duas pesquisas não são comparáveis, uma série longa das principais variáveis do mercado de trabalho são indispensáveis para a aplicação em modelos macroeconométricos. Com isso, alguma compatibilização entre as duas fontes de dados torna-se incontornável para muitos pesquisadores, de modo que a comparação realizada aqui auxiliará na decisão sobre como melhor proceder com essa compatibilização.

Nota Técnica 2: Construção de séries longas de alta frequência de indicadores do mercado de trabalho com a PME e a PNADC

Propõe uma metodologia de construção de séries temporais longas de alta frequência de indicadores do mercado de trabalho, com destaque para a taxa de desemprego e a taxa de atividade, para o período de 1992 a 2014. São propostas séries que atendem a dois critérios básicos, a saber, a cada período do tempo o nível da série esteja o mais próximo possível do valor correto (valor populacional em nível nacional), e que as informações dos ciclos econômicos e das variações de curto prazo do período de setembro de 1992 a 2012 (início da série da PNADC) sejam preservadas da melhor forma possível.

Uma terceira Nota Técnica, que está sendo elaborada pelo Grupo de Estudos de Conjuntura (Gecon) do Ipea e será divulgada em breve, mostrará séries de indicadores de mercado de trabalho, também com início em 1992, mas que sejam encadeadas com a PNADC. O objetivo é ter séries longas que possam ser atualizadas diretamente com os dados que são periodicamente divulgados pela pesquisa do IBGE.

Acesse os textos completos de todas as seções já lançadas da Carta de Conjuntura nº 32 no portal do Ipea



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