Resposta das Exportações Brasileiras a Choques de Commodities

Carta de Conjuntura nº 30

Por Francisco Santos

A desaceleração do crescimento chinês e seu efeito sobre o mercado de commodities têm suscitado diversas questões a respeito do impacto na economia brasileira de um choque no preço de commodities. Esse impacto se manifesta tanto no presente, com efeitos sobre o mercado financeiro por meio da intensa volatilidade dos mercados, quanto no futuro, ao afetar a capacidade de a economia crescer no longo prazo. Sabendo das várias dimensões que tal efeito se faz presente, o que se pretende no texto é abordar uma questão particular, mais especificamente, o efeito de choques de commodities sobre as exportações brasileiras.

A participação predominante de produtos básicos em sua pauta exportadora a partir de 2011, aliada à comparação internacional em termos de exportações líquidas, não deixam dúvidas quanto à importância desse conjunto de bens, o que nos permite classificar o Brasil como exportador de commodities. É bem verdade que, mesmo no período em que os manufaturados ainda predominavam, até 2010, eventuais choques no mercado de commodities afetavam significativamente a balança comercial brasileira. No entanto, a crescente importância desse item faz com que se projete uma magnitude maior de tal efeito, o que justifica a importância do tema e os desafios em termos de políticas públicas.

O objetivo desta nota é avaliar a efeito de preços de commodities nas exportações brasileiras. Para tanto, analisaremos o volume exportado para as seguintes categorias de produtos relacionados a commodities: “Minérios, escórias e cinzas”, “Combustíveis, óleos e ceras minerais”, “Carnes” “Sementes, frutos e grãos”, “Alumínio e suas obras” e “Cereais”. Esse conjunto de produtos cobriu 38,7% da pauta exportadora em 2014, ou 85,4% quando separamos somente os produtos básicos. Para isso, depois desta breve introdução, a segunda seção apresenta a evolução dos preços de commodities entre 1997 e 2015 e sua divisão em ciclos de reversão e expansão. Em seguida, na terceira seção, são discutidos os resultados de um modelo econométrico tendo como base as exportações divididas por categoria. Por último, as considerações finais deste estudo são apresentadas na quarta seção.

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