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Ensino fundamental é foco de investimento social privado

Os investimentos em educação realizados pelos institutos, fundações e empresas associadas ao GIFE estão focados em crianças e jovens dos ensinos fundamental e médio (7 a 24 anos) da rede pública de ensino. Dentro dessa proposta, as linhas de ação prioritárias se voltam para a capacitação dos professores, oficinas de arte-educação e complementação escolar.

As conclusões fazem parte do "Censo GIFE Educação 2005 - 2006", apresentado no dia 5 de dezembro, que traça um mapa sobre o destino dos recursos aplicados na área pela Rede. Patrocinada pelo Instituto Unibanco e sob a responsabilidade técnica de Simon Schwartzman, presidente do Instituto de Estudos do Trabalho e Sociedade (Iets), a publicação buscou analisar as múltiplas dimensões da atuação de empresas na melhoria da qualidade do ensino.

A importância das informações se dá no volume dos investimentos realizados pelos associados ao Gife, que, em 2006, chegou a aproximadamente 1 bilhão de reais. Segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), o setor privado destina cerca de 4,7 bilhões para a área de social. "A Rede Gife é responsável por mais de 20% de todo os recursos de origem privada encaminhados ao bem público no país", argumenta o secretário-geral do Gife Fernando Rossetti.

O fato de esse montante ser prioritariamente voltado para a educação, mais precisamente para estudantes jovens de escola pública e para seus professores, levou a uma necessidade de demonstrar como esse dinheiro é gasto. "O Censo objetiva identificar quem investe, quanto e onde, e que sua divulgação facilite parcerias ou que mostre áreas que são importantes, mas que recebem pouco interesse, podendo se tornar oportunidades interessantes de apoio", esclarece o presidente do Instituto Unibanco Tomas Zinner.

Segundo o levantamento, a cobertura dos investimentos em ensino é ampla, abarcando desde a população infantil até a alfabetização dos adultos e permite diversos tipos de atuação, incluindo atividades educativas propriamente ditas, atividades complementares e apoio a pessoas, instituições e sistemas escolares. Em todas essas áreas de atuação, os associados ao Gife beneficiam, diretamente e indiretamente, 2 milhões de pessoas.


Não é só dinheiro

No ranking das ações, a capacitação de professores aparece como prioridade para 74% dos associados questionados (55 ao total), seguida por oficinas de arte-educação (54%) e complementação/reforço escolar (50%). Por outro lado, no grupo preferencial das ações educacionais se destacam ensino fundamental (7 a 14 anos) com 94%, ensino médio (15 a 17 anos), com 83%, e ensino infantil (3 a 6 anos), com 43%.

"É provável que a preferência pela ação direta, capacitando professores e preparando estudantes, em vez de simples doações de equipamentos e recursos, reflita a percepção, por parte dos associados, de que os problemas da educação não se limitam à falta de recursos, e que os recursos adicionais nem sempre produzem resultados positivos esperados", conclui o presidente do Iets Simon Schwartzman.

Rossetti coloca a questão como polêmica, principalmente entre docentes. "O que se percebe nos projetos de investimento social privado é que existem escolas com bons resultados, mas a variável recurso não faz uma diferença tão importante. Isso pode ser percebido quando duas escolas com as mesmas condições financeiras e na mesma região mostram diferentes resultados educativos", reflete.

No entanto, o secretário-geral do Gife, ao comentar os dados, afirma que ainda é preciso ampliar mais o espectro dos níveis educacionais beneficiados pelos investimentos . Segundo ele, embora seja positivo que a juventude seja o foco, creches e pré-escolas também são áreas estratégicas para o investimento social, tal como o ensino técnico, "prioridade dos anos 70", que na lista aparece em nono lugar (17%)


Recomendações

As conclusões do Censo também apontam para uma dificuldade em avaliar os impactos das ações desenvolvidas em educação. Segundo o presidente do Instituto Unibanco Tomas Zinner, ainda não há sistemas regulares e eficientes de análise. "Essa talvez seja uma das mais importantes percepções da pesquisa, já que nos leva a repensar modelos e estratégias para assegurar a consolidação de nossas metas comuns", afirma.

O professor da Fundação Getúlio Vargas Fernando Abrucio diz que o Censo é, na verdade, um primeiro passo. "É uma pesquisa de produto e não de impacto, pois não há uma análise sobre a efetividade dessas atividades. No entanto, as pesquisas de produtos são fundamentais para realizar as de impacto".

Ele, no entanto, adverte para que o Gife e seus associados não cometam os mesmos erros "comuns" quando se fala de análise de impactos. "Se nós quisermos melhorar, é preciso criar diagnósticos inter-setoriais, que agrupe diferentes áreas (saúde, educação, etc) para um trabalho socialmente orgânico. Falar que o problema é unicamente a educação é um engodo", critica.

A coordenadora de programas da ONG Ação Educativa Vera Masagão argumenta sobre a necessidade de se ter uma visão sistêmica de educação. "Uma ação sistemática deve saber representar o ator social, quem ele é. Para entender o que eles precisam e o que eles acham que precisam", acredita.

O trabalho comunitário do setor privado deve também ter esse viés orgânico na gestão de seus projetos. A especialista dá como exemplo a juventude, cujas necessidades vão além do que se oferece na escola. Para ela, a questão da educação do jovem também tem um foco prioritário em sua inserção no mundo produtivo.

"As ações devem definir qual o sentido para alongar a escolaridade? O jovem de baixa renda não percebe porque passar todo o ensino médio, já que não vê viabilidade para universidade. A classe média agüenta, ao contrário, pois sabe que é um meio para o ensino superior e um salário melhor".


Censo

O Censo GIFE Educação 2005 - 2006 faz parte do Censo GIFE 2005-2006, apresentado em maio deste ano, durante o 4° Congresso sobre Investimento Social Privado, realizado em Curitiba. O levantamento revelou que em 2005 o grupo atendeu a mais de 5 milhões de pessoas, por meio 2.210 projetos sociais, culturais e ambientais.

Fonte: Rede Gife, com base em matéria de Rodrigo Zavala


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