O tema Responsabilidade Social na Mídia foi debatido durante a Conferência Internacional do Instituto Ethos, no dia 19 de junho. O debate também marcou o lançamento da publicação "Empresas e Imprensa: Pauta de responsabilidade - Uma análise da cobertura jornalística sobre a RSE", parceria entre Rede Ethos de Jornalistas, ANDI - Agência de Notícias dos Direitos da Infância e Fundação Avina.
Em sua explanação inicial, Paulo Itacarambi, diretor executivo do Ethos, ressaltou que a cobertura da mídia também é uma ação de responsabilidade social. Para ele, o tema está crescendo, mas requer maior aprofundamento. Em relação à notícia, como produto das empresas de comunicação, ele destaca a necessidade de se trabalhar a informação com responsabilidade social, levando em consideração o impacto que a informação gera na sociedade.
Geraldinho Vieira, diretor de comunicação da Fundação Avina, chamou a atenção para a necessidade da mídia ser mais crítica, trazer reflexões, abordar o histórico e contextualizar os fatos na cobertura da responsabilidade social empresarial. "Responsabilidade social está no coração da idéia de desenvolvimento sustentável", destaca ele, na avaliação do que é notícia neste segmento.
Logo em seguida, Veet Vivarta, secretário executivo da Andi, apresentou os principais pontos abordados na publicação, que está sendo distribuída aos participantes da Conferência e estará disponível na versão em espanhol nos sites das organizações parceiras. O objetivo central do estudo foi analisar o tratamento dado pela mídia impressa ao tema responsabilidade social empresarial e avaliar quantitativa e qualitativamente os avanços e as principais dificuldades na cobertura desse tema no país. Foram analisados 750 textos publicados entre agosto de 2003 e setembro de 2004, por 54 dos principais jornais do país.
A percepção dos jornalistas
O debate contou também com a participação dos jornalistas Cláudia Vassalo, da revista Exame; Miriam Leitão, da TV Globo; Célia Rosenblum, do jornal Valor Econômico; e Heródoto Barbeiro, da CBN. Sobre o espaço dedicado ao tema nos diferentes tipos de veículos de comunicação (rádio, jornal e TV) o jornalista Heródoto Barbeiro defendeu que "jornalismo é jornalismo em qualquer veículo que seja exercido". Para ele, as pautas devem ser discutidas e elaboradas de acordo com as mudanças que a sociedade sofreu desde a década de 70. Para a editora da revista Exame, Cláudia Vassalo, uma "confusão de conceitos deixa o tema Responsabilidade Social entre nuvens". "A falta de aprofundamento e espaço sobre o assunto se deve ao despreparo dos jornalistas e às empresas que não são transparentes", afirmou. Ela defendeu a idéia de que as empresas precisam amadurecer a forma como tratam os jornalistas. "Não existe empresa perfeita, elas têm qualidade e defeitos e tentar esconder seus pontos fracos é burrice".
Miriam Leitão criticou as empresas pela forma como se utilizam do tema. "Elas não são sinceras quando falam no assunto", avaliou. Para ela o tema envolve uma nova atitude que integra toda a empresa". As empresas têm que ter uma nova atitude do começo ao fim, senão não me venha falar em Responsabilidade Social",disse ela. Opinião que foi apoiada pela editora do jornal Valor Econômico, Célia Rosenblum. "As empresas falam em Responsabilidade Social mas muitas vezes não agem com essa convicção. Temos empresas de cosméticos que trabalham com venda direta. Onde está o vínculo? Ou empresas de café que colocam o rótulo em braile e acham que fizeram sua parte. Mas existe supermercado em braile onde o cego possa encontrar o pacote do produto? Faltam trabalhos
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