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Cada vez mais complementares

Muitas expressões hoje presentes no cotidiano de empresas, governos, academia e imprensa não faziam parte de seu vocabulário há 20 anos, como terceiro setor, investimento social privado, responsabilidade social, sustentabilidade, entre outros. O voluntariado, por muito tempo associado à idéia tradicional de caridade e de doação pessoal ao outro, também ganha novas abordagens ao lado de tais fenômenos, resultados do crescimento da sociedade civil organizada.

É possível relembrar alguns marcos destas duas décadas. O próprio GIFE - Grupo de Institutos, Fundações e Empresas, primeira associação na América Latina a reunir investidores sociais, foi criado em 1995. A ABONG - Associação Brasileira de Organizações não Governamentais - é de 1991; o Instituto Ethos de Responsabilidade Social, de 1998. Em 1993, o Brasil se mobilizou para a Campanha Contra a Fome, liderada pelo sociólogo Betinho; já em 2001, a mobilização se deu por conta do Ano Internacional do Voluntariado.

A evolução do campo trouxe desafios comuns às instituições envolvidas. O mais significativo é reduzir a perspectiva assistencialista e caridosa, ainda presente na área social, para fortalecer uma perspectiva de cidadania e de garantia de direitos. Outras questões incluem a profissionalização do setor, a necessidade de ações mais coordenadas, o crescimento de parcerias intersetoriais e, finalmente, desafios ligados à transparência e avaliação.

Em especial, os conceitos e as práticas de investimento social privado e voluntariado empresarial vêm se desenvolvendo com intimidade cada vez maior. O investimento social se beneficia de um voluntariado forte, pois este traz pessoas motivadas e criativas e amplia o impacto de parcerias, além de contribuir na melhoria do relacionamento entre os atores envolvidos.

Já os programas de voluntariado corporativo ganham consistência ao se alinhar a uma estratégia organizada de investimento social, dando mais sentido à prática voluntária e mais segurança de impacto e de continuidade de ações. Os beneficiários atendidos também ganham pelo maior comprometimento e pela complementaridade entre ações planejadas, investimento e doação voluntária.

A análise do último Censo GIFE reforça essa tendência. Nossos 101 associados (**) envolvem milhares de voluntários em suas ações educacionais, ambientais, culturais, de saúde e de assistência social. Tais projetos são cada vez mais planejados, integrados a programas mais completos e contam com monitoramento e avaliação.

Não se quer, porém, fechar os olhos às armadilhas do caminho. Algumas empresas reduziram drasticamente seu investimento social por concentrar suas expectativas em programas de voluntariado, exigindo demais dos voluntários e deixando de lado carências de outros investimentos nas comunidades atendidas. Há também programas "compulsórios" de voluntariado, que traem o conceito em sua essência: trocam a motivação pessoal por recompensas ou mesmo ameaças corporativas. Por último, é comum se encontrar ONGs e comunidades que se desencantaram com a prática do voluntariado há anos. Isso nos lembra da responsabilidade com que tais programas devem ser tratados - não como meros projetos que podem iniciar e acabar sem conseqüências, mas como iniciativas que precisam de acompanhamento, reflexão e aprendizado constante.

Neste sentido, a pesquisa Perfil do Voluntariado Empresarial no Brasil, divulgada pelo RIOVOLUNTÁRIO, é oportuna não só por renovar e atualizar esforços anteriores de registro e análise de experiências exitosas de voluntariado corporativo, mas também por mostrar o refinamento nos mecanismos de gestão de tais programas, como evidenciam os casos aqui detalhados.

O conceito de investimento social privado defendido pelo GIFE se sustenta em três pilares: (1) a doação voluntária de recursos privados, (2) de forma planejada, sistemática e monitorada, (3) com um fim público. O bom voluntariado reúne pessoas com perfil semelhante. Inicialmente, doam, por vontade própria, o que têm de mais precioso - seu tempo e talento. Além disso, dão atenção aos processos em que se envolvem e aos resultados que buscam. Por último, mais do que compromisso, tais voluntários demonstram paixão pelo interesse público, tão necessário em nosso país.

(**) Número de associados em maio de 2007

* Fernando Rossetti é secretário-geral do GIFE - Grupo de Institutos, Fundações e Empresas


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