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Site Mobilizadores COEP, 05/12/2004

Anna Peliano coordenou o primeiro levantamento que traçou um perfil do investimento social privado no Brasil. Nesta entrevista ao Mobilizadores COEP, a diretora de Estudos Sociais do Ipea  fala sobre a nova edição da pesquisa, que está sendo realizada nas regiões Sudeste e Nordeste, e analisa as modificações que têm acontecido nos últimos anos no que se refere ao envolvimento das empresas brasileiras com a questão social. 

Reproduzimos, abaixo, alguns trechos da entrevista concedida ao site Mobilizadores COEP.
 

Mobilizadores - Que assuntos a seu ver têm maior relevância nesse momento para aprofundar o debate sobre a questão da responsabilidade social das empresas e organizações?
 
 R. É fundamental estar discutindo o conceito de responsabilidade social, pois, à primeira vista, parece que ele já está bem entendido, mas na verdade não está. Muitas vezes responsabilidade social ainda é confundida com programas sociais. Mas esse é apenas um dos aspectos. Se queremos mesmo melhorar a sociedade, é preciso que se respeite o consumidor, a classe trabalhadora, os acionistas, o meio ambiente, e se ajude a promover a cidadania das comunidades. Mas ao discutirmos o que fazer para a comunidade é muito difícil eleger um tema. É preciso que cada um faça um pouco e que se procure atuar de forma complementar, intersetorialmente.È muito difícil dizer a priori se uma ação de saúde é mais importante que uma ação de comunicação ou do que uma ação de geração de emprego, porque isso vai depender da realidade local. O fundamental é o diálogo com a comunidade. Temos de pensar na integração das políticas, no diálogo e na adequação à realidade local.
 
 
Mobilizadores - O Ipea está lançando uma segunda edição da Pesquisa Ação Social das Empresas. Quais são as expectativas em relação aos resultados a serem obtidos, tendo em vista os Programas Fome Zero e Primeiro Emprego, do Governo Federal?
 
R. A nossa expectativa é de que, mantendo-se a tendência de crescimento dos anos 90 e observando todo esse chamado para que as empresas participem do social, possa haver um crescimento das ações. Mas como a pesquisa tem como base o ano de 2003, que em termos econômicos foi um ano difícil, não sabemos até que ponto isso pode ter repercutido na ação das empresas. Em termos políticos, imaginamos que tenha crescido. Daí, a grande novidade da pesquisa.
 
 
Mobilizadores - A senhora está trabalhando diretamente com o tema da ação social das empresas há cinco anos, não só coordenando a pesquisa, mas também fazendo palestras em todo o Brasil. A partir desse contato estabelecido com diversos tipos de entidades empresariais, o que, na sua avaliação, mudou no comportamento das empresas nesse período? 
 
R.  Esse comportamento mudou muito e se ampliou. Quando começamos a fazer a pesquisa, em 1999, era uma ação muito mais incipiente. O debate da responsabilidade social está crescendo no país e a gente observa um entendimento melhor do tema. Modificou-se também a questão da divulgação do que as empresas fazem. Quando iniciamos o levantamento, divulgar ação social era quase mal visto, hoje as empresas já estão percebendo que a divulgação é importantíssima para que possa se tornar referência, para troca de experiências, pela possibilidade de parcerias. Atualmente, vemos maior cobrança por uma ação mais profissionalizada e cresce o entendimento de que é importante ter foco, saber o que se quer, ter metas claras, ter objetivos, e também buscar dimensionar melhor o que é feito. Cresceu a preocupação das empresas em profissionalizar. Mas essas mudanças acontecem muito mais nas grandes empresas do que nas pequenas, por uma questão de recursos, de acesso à informação, de participação nos debates. Percebemos uma mudança qualitativa, mas que ainda está muito concentrada nas grandes empresas.
 
 
Mobilizadores - Levantamento recente feito pelo Ibase, a partir dos balanços sociais apresentados por 231 empresas no Brasil entre 2000 e 2002, aponta que apesar do discurso, a cultura da Responsabilidade Social ainda não está de fato impregnada nas empresas. O que a seu ver seria necessário para estimular maior compromisso do setor privado em relação ao seu papel social?
 
R.  Nós avançamos muito mais no conceito de responsabilidade social e nas práticas de ações sociais para comunidades do que nas práticas de responsabilidade social na sua amplitude. Mas acho que o fato de as empresas hoje, cada vez mais, virem a público e estarem se propondo a discutir esse conceito, faz parte de um processo - muito mais demorado - de assumirem a responsabilidade social na sua dimensão total como estratégia empresarial. Para mudar esse quadro, falta conhecimento, falta uma pressão da sociedade, pois esse movimento não é uma estratégia isolada das empresas. Os próprios sindicatos dos trabalhadores estão começando a debater a questão da responsabilidade social e a forma como ela repercute no tratamento dado aos trabalhadores. Isso pode ser considerado um avanço. Quanto mais a sociedade se organizar e pressionar, mais veremos mudanças.


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