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Informativo Rede Gife, 06/12/2004

Em entrevista exclusiva ao Informativo Rede Gife, a coordenadora adjunta da pesquisa, Nathalie Beghin, conversa com a repórter Monica Herculano, sobre a metodologia e os principais resultados da primeira fase da 2a. Edição da Pesquisa, realizada no Sudeste e Nordeste.

redeGIFE - A proporção de empresários da região Nordeste que realiza ações sociais para a comunidade cresceu, proporcionalmente, muito mais que a do sudeste (35% e 6%, respectivamente). Assim, o percentual de empresas atuantes em 2003 chega a superar ligeiramente o observado para o sudeste (74% e 71%, respectivamente). A que podemos atribuir isso?

Nathalie Beghin - Não sabemos a que pode ser atribuído. Mas temos uma constatação estatística de que quando se está mais baixo, é mais fácil subir mais rápido. Então, como o nudeste já tinha uma proporção elevada (67%), fica mais difícil subir mais. Hoje a diferença entre nudeste e nordeste é muito pequena, apenas 3 pontos (no nordeste, atuam 74% das empresas; no sudeste, 71%). É mais difícil subir quando se está num patamar elevado. O nordeste estava lá embaixo, com 55% das empresas fazendo ações sociais. E quando observamos os indicadores sociais, vemos que as distâncias regionais na área social também estão diminuindo, então temos um fenômeno de melhoria das condições de vida proporcionalmente mais rápido no Nordeste. Mas tudo são hipóteses. Seria necessário fazer uma pesquisa específica sobre isso, perguntar para empresas, fundações e institutos do Nordeste por quais motivos elas acham que aconteceu este crescimento.

redeGIFE - Neste ano, a pesquisa explorou as razões pelas quais algumas empresas não realizam qualquer atividade social e o que as levaria a atuar nesse campo. Quais foram os principais resultados?

Nathalie - Quando perguntamos para as que não fazem - 26% das empresas do nordeste e 29% do sudeste - a maior parte delas diz que é porque não tem dinheiro. Se tivessem mais recursos, ou por conta de uma conjuntura econômica ou por uma situação individual mais favoráveis, essas empresas fariam mais. Mas o mais interessante para nós é que é muito baixo - menos de 5% - o número de empresas que respondeu que não é papel da iniciativa privada fazer, que não pensam nesta possibilidade ou que não sabem como fazer. Ou seja, mesmo as que ainda não fazem sabem que poderiam fazer. Achávamos que muitas iriam dizer que não faziam porque nunca ninguém pediu, ou porque não sabia como fazer, ou porque nunca lhe ocorreu, mas não foi isso que verificamos. São muito poucas as que não têm familiaridade com o assunto.

redeGIFE - Também foi questionado especificamente se a empresa fez doações ou realizou ações sociais voltadas para o combate à fome. Qual o motivo desta separação?

Nathalie - Não queríamos perguntar nada sobre o Fome Zero, para não associar a nenhum programa governamental, mas a questão da fome está muito em pauta e, na pesquisa anterior, sempre ouvíamos falar que tudo que as empresas faziam era entendido como combate à fome e à pobreza. Tínhamos uma inquietação de saber se elas separavam pobreza de fome e como era isso. Quando perguntávamos se haviam feito algo especificamente para o combate à fome, a maioria respondia que tudo o que fazem é para combate à fome e à pobreza. Quando insistimos sobre a fome, 1/3 delas disseram que fazem algo especificamente neste sentido, a maioria doando alimentos. Mas são muitas campanhas locais, então é difícil e injusto atribuir essas doações a uma iniciativa ou outra. Não era possível capturarmos todas elas.

redeGIFE - A pesquisa considera "qualquer atividade que as empresas realizam, em caráter voluntário, para o atendimento de comunidades nas áreas de assistência social, alimentação, saúde, educação, entre outras". As ações voltadas para os funcionários não são consideradas?

Nathalie - Não, porque são fenômenos completamente diferentes. Queremos enfatizar o que as empresas fazem para as comunidades. Como somos uma diretoria de políticas sociais de um órgão de governo e a discussão sobre participação e parceria está ganhando cada vez densidade, queremos aos poucos ir conhecendo melhor quem poderia ser um desses potenciais parceiros. O que nos interessa é o quanto o setor privado empresarial contribui para a política social.

redeGIFE - E as empresas já sabem fazer esta divisão?

Nathalie - A gente pergunta separadamente: o que faz somente para os funcionários, o que faz para funcionários e comunidade e o que faz somente para a comunidade, deixando bem claro que a ação social para a comunidade é específica para o público fora dos muros da empresa. Na segunda etapa da pesquisa perguntaremos se as doações são eventuais ou habituais. A primeira etapa, feita por telefone, tem um objetivo muito importante para nós: com ela temos uma elevada cobertura de respostas. Se mandássemos só o questionário, provavelmente muitas delas não responderiam, e não teríamos uma noção correta de quantas fazem e quantas não fazem a ação social. Como fazemos por telefone, tivemos mais de 90% de respostas do universo pesquisado. Os dados de quantas fazem, então, é absolutamente confiável.

redeGIFE - Houve mudança na amostra de empresas pesquisadas nesta edição?

Nathalie - A amostra desta vez foi um pouco maior. O único cadastro no Brasil que dá informação das empresas por porte, setor de atividade econômica e localização é o cadastro do Ministério do Trabalho, a Rais (Relação Anual de Informações Sociais). Nós pegamos o conjunto de empresas, que neste ano foram cerca de duas mil por região. Como nordeste e sudeste abarcam cerca de 70% das empresas do país, podemos dizer que já conseguimos um retrato geral brasileiro. Pretendemos pesquisar as outras regiões em breve, mas tudo depende dos recursos do Ipea.

Fonte: Gife


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