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Empresas precisam envolver equipes com políticas sustentáveis

O futuro dos negócios depende hoje e dependerá cada vez mais da capacidade de os gestores equilibrarem a preocupação com valores socioambientais com ganhos econômicos. A opinião é de Leo Johnson, consultor em gestão sustentável da Sustainable Finance, especializado em gerenciamento de risco ambiental e social para o setor financeiro. Johnson é autor da publicação "Beyond Risk: Sustainability and the Emerging Markets Financial Sector" (em português, "Além do Risco: Sustentabilidade e mercados emergentes do setor financeiro").

O consultor inglês ficou conhecido pelo trabalho de implantação dos Princípios do Equador, de acordo com os quais as instituições financeiras devem avaliar os impactos socioambientais dos projetos para os quais estão emprestando recursos. Ele avalia que o Brasil já atingiu um patamar de destaque no cenário mundial no que se refere à aplicação de critérios socialmente responsáveis.
 
"O Brasil é o melhor laboratório para essas práticas, e os outros mercados emergentes deveriam olhar para o que está sendo feito aqui." Ele destacou que agora já há espaço até para os bancos médios se voltarem para o tema da sustentabilidade. Exemplos internacionais, aponta, mostram que a adoção de princípios sustentáveis em instituições de pequeno porte agrega valor à marca e dão elevado retorno financeiro para os acionistas. O momento em que esses bancos começam a entrar no mercado de capitais - fenômeno que está em pleno desenvolvimento no Brasil, com diversas instituições realizando oferta pública inicial de ações - é propício para implantar práticas sustentáveis.
 
Segundo Jonhson, o sucesso do negócio depende da postura corporativa da companhia. Escândalos como os das empresas Enron (energia elétrica) e da WorldCom (telecomunicações), nos Estados Unidos, consolidaram a compreensão de que sustentabilidade e governança corporativa fazem parte dos resultados financeiros das empresas modernas. O mundo, afirma, está mais vigilante e cobra responsabilidade de todos os setores.
 
Quando uma companhia se envolve, por exemplo, num escândalo de crime ambiental, explica, os efeitos maléficos do evento não recaem apenas sobre os proprietários da instituição. Também atingem o banco responsável pelo financiamento e pelos parceiros - fornecedores e clientes -, para não mencionar os funcionários, da companhia. Isso significa que o papel de "regulador" extrapolou as repartições públicas e chegou à sociedade e ao mercado. Os cuidados com o que acontece na cadeia de produção agora cabem às comunidades, às organizações não-governamentais e aos clientes, além da mídia.
 
Adequação às demandas socioambientais
 
Então, o que fazer para que os conceitos de sustentabilidade se convertam em negócios lucrativos? É preciso ampliar os horizontes na hora de fazer o gerenciamento de risco. Não se trata de rejeitar simplesmente um projeto que não atende às expectativas da sustentabilidade. A lógica dos negócios procura enxergar o potencial de adequação das companhias às demandas socioambientais. Por exemplo, a Votorantim Papel e Celulose (VCP) dialogou com membros do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) quando da implantação do programa Poupança Florestal, no Rio Grande do Sul. A tendência tradicional no ambiente corporativo seria de receio de uma associação com representantes de movimentos sociais como o MST, mas a parceria foi estruturada de forma a capacitar os trabalhadores e incentivá-los na produção de eucalipto associada ao cultivo de grão e criação de animais.
 
A iniciativa levou desenvolvimento a regiões pobres e proporcionou à companhia o estoque de matéria-prima desejado. No Equador, a Favorita Fruit Company, que cultivava bananas com uso de defensivos agrícolas, migrou para o cultivo orgânico voltado para exportação num momento em que precisou buscar crédito. Isso porque o uso de pesticidas era um obstáculo à obtenção do financiamento. "Então, de uma barreira surgiu uma oportunidade."
 
Para seguir o exemplo dessas companhias, o consultor recomenda que as empresas avaliem os potenciais impactos do seu negócio e criem um conjunto de políticas claras, comunicando aos funcionários o que deve e o que não deve ser feito, especialmente em situações envolvendo povos indígenas, ambiente, segurança no trabalho e saúde humana.
 
Além disso, devem exigir certificações de qualidade dos fornecedores, enxergar novos parceiros de negócios, ampliar o financiamento a projetos sustentáveis e sempre avaliar se um risco não pode ser transformado em um diferencial. Para exemplificar a possibilidade de convergência de interesses financeiros com valores sociais, Jonhson citou ainda o economista Muhammad Yunus, de Bangladesh, que no ano passado ganhou o prêmio Nobel da Paz por seus esforços em prol do desenvolvimento econômico e social materializados na aplicação do conceito de microcrédito  - modalidade de empréstimos de valor restrito para empreendedores de baixa renda.
 
 
Fonte
: Canal Rh, com base em matéria de Juliana Garçon.


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