Se na maior parte do território brasileiro, principalmente na zona urbana, a água é um recurso natural que jorra sem pudor desde as torneiras domésticas até os lava-jatos dos postos de gasolina, em outras regiões a população sofre para satisfazer as necessidades básicas, como tomar banho e cozinhar. As imagens dessa realidade que parece distante fazem parte da rotina de milhares de pessoas, apesar de pouco sensibilizar os que dispõem de abastecimento garantido.
No entanto, no que depender do projeto de recuperação de poços, desenvolvido em parceria pelo governo do Rio Grande do Norte, a Petrobrás e os ministérios das Minas e Energia (MME) e do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), até o segundo semestre deste ano, a vida de cerca de dez mil moradores de 21 Municípios do Rio Grande do Norte será mais fácil. As cidades fazem parte do Consórcio de Segurança Alimentar e Desenvolvimento Local (Consad), implementado pelo MDS na região Agreste Potiguar.
O primeiro passo para isso já foi dado. O Sistema de Informações de Águas Subterrâneas (Siagas), do Serviço Geológico do Brasil, identificou 130 poços na região, mas apenas 14 têm condições de beneficiar as comunidades. O Siagas " vinculado ao MME " é responsável pelo mapeamento do território brasileiro e localização desse tipo de perfuração. Hoje, no Brasil, há 118.599 poços, muitos abandonados em regiões desabitadas ou explorados em atividades de lazer, em benefício particular, e não coletivo.
Para serem incluídos na seleção, os poços tinham que atender a três critérios: localização (proximidade com populações num raio de três quilômetros); energia elétrica (também num raio de três quilômetros, para facilitar a instalação do sistema de bombeamento para os moradores); e qualidade da água (que deve ser doce e não salobra, evitando assim elevação de investimentos para tratamento). Os Consads foram usados como referencial em função do perfil voltado ao desenvolvimento regional e a facilidade de mobilização social que representam.
Fonte: Agência Social |