A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) lançou, no dia 2 de dezembro, o Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE), indicador que inclui empresas comprometidas com responsabilidade social, ambiental e sócio-econômica, o chamado "triple bottom line" (TBL). A carteira é composta por 34 papéis de 28 companhias, escolhidos entre as 150 ações mais líquidas da Bolsa. Um conselho do qual também participaram Abrapp, Apimec, Anbid, IBGC, IFC (braço financeiro privado do Banco Mundial), Instituto Ethos e o Ministério do Meio Ambiente, que avaliaram as respostas de um questionário elaborado pela Fundação Getulio Vargas (FGV) definiu as eleitas. Além do TBL, as entidades também avaliaram a governança corporativa e a natureza dos produtos produzidos pelas empresas. Este último item adiou pelo menos duas vezes o lançamento do ISE, em meio a uma disputa de bastidores em torno da metodologia do índice. Membro do conselho, o Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas (Ibase), junto com algumas organizações não-governamentais, defendeu barrar a entrada no índice de fabricantes de produtos considerados nocivos, como bebidas alcoólicas e fumo, a exemplo do que ocorre em carteiras similares criadas em países tais como Inglaterra e África do Sul. O debate ganhou força com a intenção declarada da Souza Cruz e da AmBev de se esforçarem para entrar no ISE.
Fonte: Gazeta Mercantil, 02/12/2005 |