Empresários do mundo inteiro encerraram nesta sexta-feira a segunda cúpula trienal do Pacto Global (Global Compact) da ONU com uma declaração conjunta na qual se comprometeram a melhorar as práticas de responsabilidade social e ambiental e pediram que os Governos tomem iniciativas mais concretas neste sentido. Pediram, ainda, que os dirigentes dos países apóiem um sistema aberto de comércio internacional, que se oponham ao protecionismo e implementem os instrumentos internacionais em direitos trabalhistas e contra a corrupção.
Os diretores de algumas das maiores multinacionais do mundo, entre elas empresas nacionais, chamaram o texto de "Declaração de Genebra", no qual se comprometem a promover e continuar cumprindo os dez princípios do Pacto Global. Os princípios estabelecem que as empresas devem respeitar e promover os direitos humanos, que não serão cúmplices de violações dos direitos fundamentais, que permitirão a liberdade de associação e de negociação coletiva de seus trabalhadores e que combaterão o trabalho infantil.
Os empresários se comprometem ainda a combater toda forma de corrupção, incluindo extorsão e suborno, a eliminar a discriminação em todas as suas práticas internas, a combater qualquer efeito nocivo de sua atividade para o meio ambiente e a promover medidas e avanços tecnológicos que ajudem na preservação ambiental.
Em seu discurso de encerramento, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, pediu aos executivos que, além de implementar estes princípios em suas empresas, fomentem a adoção destes entre todos os seus fornecedores e parceiros.
Segundo a declaração,"a globalização tem capacidade de melhorar o mundo e fornecer benefícios econômicos e sociais ao povo, às comunidades e aos mercados".
Ao mesmo tempo, o documento indica que "a pobreza, a distribuição desigual da riqueza, o protecionismo e a ausência de oportunidades para o trabalho digno representam uma séria ameaça para a paz no mundo e para os mercados".
"As empresas, como agentes fundamentais da globalização, podem ser uma grande fonte de benefício e, se comprometendo com a responsabilidade social corporativa, podem criar valor no sentido mais amplo da palavra", acrescenta o texto.
Sobre isso, Ban disse que os empresários "deixaram muito claro que a liderança empresarial e sustentável está em suas mãos.
Por isso, o secretário-geral da ONU pediu à sociedade civil e aos líderes sindicais que fiquem atentos e comprometidos para exigir responsabilidade das empresas, ao mesmo tempo em que pediu aos Governos para apoiar as iniciativas do Pacto Global como "uma iniciativa público-privada única".
"Por meio da Declaração de Genebra, aprofundamos o compromisso coletivo de implantar valores universais no mundo econômico e empresarial", disse o sul-coreano.
Durante a cúpula de dois dias, diretores de 153 empresas de todo o mundo também aprovaram uma declaração na qual se comprometem a agilizar as ações para combater a mudança climática e avançar em direção a uma economia menos dependente dos combustíveis fósseis.
No texto, os empresários afirmam que adotarão "ações práticas em favor da eficiência energética", que estabelecerão "voluntariamente" novas metas neste sentido e que divulgarão periodicamente seus progressos neste âmbito.
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