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Surge uma nova economia

A ameaça do aquecimento global está levando a uma ruptura em diversas esferas da vida empresarial e pública em todo o mundo. Nos últimos anos, o assunto deixou o restrito círculo de cientistas dentro das universidades e elevou-se para o centro da estratégia de grandes corporações e do debate político em países como Estados Unidos e Alemanha. Hoje não se discute apenas o impacto do desequilíbrio do clima no meio ambiente, mas também suas possíveis implicações para a economia e para os negócios. Um dos mais recentes prognósticos sobre os efeitos das alterações ambientais no mundo dos negócios acaba de ser divulgado pelo americano Peter Schwartz, consultor e ex-chefe de planejamento de cenários da Shell. (Schwartz tornou-se mundialmente famoso depois de ter feito previsões que ajudaram a Shell a sair como a mais bem-sucedida empresa do setor após a crise do petróleo dos anos 70.) Seu relatório indica um novo contexto global, que exigirá uma maneira diferente de pensar e agir. Mesmo que algumas catástrofes de proporções bíblicas -- como enchentes e secas devastadoras -- não aconteçam, homens e mulheres de negócios de todo o planeta terão de lidar com a perspectiva da escassez de água limpa, a elevação dos custos de energia não-renovável e mesmo a crescente demanda da sociedade por uma atitude mais responsável.

Não se trata, porém, de um cenário apenas de restrições. Os riscos alardeados por embaixadores do aquecimento global, como o ex-vice-presidente americano Al Gore, estão abrindo um novo caminho de oportunidades de negócios. Uma leva de investidores está colocando bilhões de dólares em novas empresas do segmento de energias renováveis em várias partes do mundo -- inclusive no Brasil. Alguns países estão empreendendo esforços para mudar a base energética de suas economias e aumentar o aproveitamento das matérias-primas por meio de programas gigantescos de reciclagem. Grandes corporações em todo o mundo estão economizando outros bilhões de dólares ao mudar a maneira como lidam com recursos como água e energia. Um novo e pujante mercado de créditos de carbono começa a ganhar relevância. O que se vê hoje são sinais de que o cenário do aquecimento global está fazendo emergir uma nova economia -- cujos desdobramentos estão apresentados nas reportagens das próximas páginas.

A RUPTURA MAIS ESTRUTURAL é o esforço de nações inteiras, como a Alemanha, para mudar a base energética de combustíveis fósseis -- que sustentou a expansão da economia mundial desde a Revolução Industrial -- para alternativas renováveis. De acordo com o instituto de pesquisa New Energy Finance, os investimentos mundiais em toda a indústria de energia renovável chegaram a cerca de 60 bilhões de dólares em 2006 -- o dobro do volume aplicado em 2004. Analistas acreditam que os negócios que envolvem energia limpa deverão crescer de 20% a 30% por ano nas próximas décadas em todo o mundo. (Alguns desses dólares estão respingando também no Brasil. Recentemente, o grupo português HLC anunciou que destinaria 2,5 bilhões de reais para a construção de uma usina de energia eólica no Nordeste brasileiro.) O mercado de crédito de carbono também começa a movimentar cifras impressionantes. "A gestão do balanço energético dentro das empresas começa a se tonar tão relevante quanto a gestão do balanço financeiro", disse a EXAME o economista Rafael Marques, vice-presidente da Bolsa do Clima de Chicago, a primeira do mundo a negociar créditos de carbono.

Em recente artigo publicado pela Harvard Business Review, o americano Michael Porter, um dos maiores especialistas em estratégia empresarial da atualidade, mostra que o conceito de sustentabilidade -- que se apóia nos aspectos ambiental, social e econômico-financeiro -- deve ser visto como uma oportunidade de negócio e ser levado ao centro da estratégia das companhias. Algumas empresas já começam a ocupar esses novos espaços. A japonesa Toyota é um dos melhores exemplos. O modelo Prius, lançado em 1997, com motor que funciona com base em um sistema híbrido de eletricidade e gasolina, conseguiu não apenas diminuir a emissão de gases tóxicos como também garantir à montadora uma enorme vantagem competitiva. Segundo ele, a ruptura causada pelo aquecimento global pode representar uma fonte de inovação e de vantagem competitiva. Os ingredientes necessários para a criação de uma nova economia estão todos aí.

  • 2,5 trilhões de dólares
    é a economia anual de países e empresas ao adotar práticas sustentáveis
  • 700 bilhões de dólares
    é a previsão de quanto a indústria de energia renovável vai movimentar em 2010
  • 100 bilhões de dólares
    foram investidos na indústria mundial de energia renovável em 2006
  • 30 bilhões de dólares
    é o total do mercado de créditos de carbono em 2006

Fonte: Instituto Ethos


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