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Responsabilidade Social das Empresas
 

*Por Luciana Horta

Em uma época - 1900, na Revolução Industrial, o lema era Relações IndustriaisAções Industriais, onde se importava a produção acima de qualquer coisa, inclusive das pessoas. O foco era a tradição, o passado.

Passados alguns anos, final da 2ª Guerra Mundial, com muita mudança e transição, chegou a Era da Informação - década de 90, com culturas organizacionais focadas no futuro, valorizando o conhecimento, lidando com as pessoas como seres humanos pró-ativos, dotados de inteligência e habilidades.

Tecnologias cada vez mais avançadas, máquinas e robôs substituindo e ajudando no trabalho das pessoas, produção cada vez mais acelerada. Gestão da Qualidade, Gestão do Meio Ambiente, Gestão da Segurança no Trabalho, Qualidade de Vida no Trabalho, tudo para padronizar processos, aumentar a satisfação dos funcionários no trabalho, diminuir o turnover, reter talentos e atrair outros, fidelizar clientes e captar outros e, por aí vai.

O lema hoje é Responsabilidade Social das empresas. Nunca ouvi falar tanto disso! Mas, lembro-me bem, que recentemente - 2002, quando era gerente de Recursos Humanos de uma grande empresa, já nos ocupávamos com isso. Oferecíamos apoio à comunidade, em escolas da região através de investimentos em livros para os alunos, contribuição com cestas básicas para os professores, cuidados com os jardins da escola, palestras educativas, entre outras atividades. No entanto, isso não era tratado como um Marketing Empresarial e, sim, como uma ocupação em retribuir à região, a qual provia de mão-de-obra a empresa, pois a maior parte do quadro de funcionários ali residia. Era uma maneira de beneficiar os funcionários indiretamente, melhorando a educação escolar de seus filhos, netos ou familiares.

Hoje escuto falar que empresas têm Responsabilidade Social, porque contratam portadores de deficiência ou porque são éticas e cumprem seus deveres legais e morais. Mas isto não é responsabilidade social! É uma OBRIGAÇÃO das empresas!

Será que vamos começar a confundir obrigações lícitas com cuidados sociais?

Ao meu entender, Responsabilidade Social não vem de fora para dentro e, sim, ao contrário. Começa com o respeito aos que trabalham na organização, aos seus valores, às culturas e às crenças. Com o respeito às condições de trabalho oferecidas pela organização. Continua com a ocupação em atender seus clientes e fornecedores externos com qualidade - pontualidade e conformidade.

Depois disso, pode ser possível pensar em Responsabilidade Social no seu conceito mais amplo, onde as empresas possam identificar formas inovadoras e eficazes de atuar em parceria com os públicos afetados por suas atividades. Uma pesquisa realizada pela Market Analysis revelou que 76% dos consumidores brasileiros acreditam que podem influenciar a atitude das empresas por meio do poder de compra. Ao preferir produtos e serviços sustentáveis, o consumidor valoriza as empresas que pautam suas operações pelos princípios da Responsabilidade Social: conservação do meio ambiente, respeito aos funcionários, envolvimento em ações na comunidade. E a preocupação é tanta que está em fase de elaboração, a ISO 26.000, que fala da Responsabilidade Social das empresas, com previsão de lançamento em 2008.

Essa ISO está sendo encabeçada por dois países, um desenvolvido que é a Suécia e outro em desenvolvimento que é o Brasil, que participa pela 1ª vez da elaboração de uma ISO. O papel dessa ISO é tentar difundir de uma forma sistematizada, o que as empresas podem fazer, e apresentará diretrizes de Responsabilidade Social e orientações a organizações de diferentes portes.

Então, antes da ISO 26.000, ainda temos algum tempo para fazer algo... Vamos começar a fazer nossa parte, de dentro para fora, buscando a humanidade que está lá dentro de cada um esperando para ser tocada e começar a agir! Eu posso, você pode e, juntos, faremos a diferença.

*Por Luciana Horta é psicóloga, professora universitária e consultora em gestão de pessoas

Fonte: Portal RH


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