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Mais empresas têm ação social, mas volume de recursos não cresce na mesma proporção, Rede Gifeonline, 06/06/2005

Por Mônica Herculano, repórter do redeGIFE

Entre 1998 e 2003, mais empresas brasileiras passaram a atuar no atendimento às questões sociais do país. O crescimento maior aconteceu na região Nordeste, onde o percentual de empresas privadas que declararam fazer algum tipo de ação social para as comunidades aumentou em 35%, entre 1999 e 2003, passando de 55% para 74%. No Sudeste, o aumento foi da ordem de 6% (passando de 67%, em 1998, para 71%, em 2003). No entanto, isso não resultou num aumento proporcional de recursos.

Os dados são da pesquisa Ação Social das Empresas, divulgada pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) na tarde desta segunda-feira (6/6), em Brasília (DF). Em sua segunda edição, o levantamento contou com uma amostra de 4.109 empresas, sendo 2.032 do Sudeste e 2.077 do Nordeste, selecionadas no cadastro do Ministério do Trabalho e Emprego.

Em 2003, os empresários nordestinos destinaram cerca de R$ 505 milhões ao atendimento de comunidades desfavorecidas, valor que corresponde a aproximadamente 0,24% do PIB (Produto Interno Bruto) da região, para o mesmo ano. Em 1999, esta relação era de 0,19%. Em quatro anos, o investimento na área social aumentou em 26%, percentual inferior aos 35% que correspondem ao crescimento, no mesmo período, da proporção de empresas que declaram realizar ações sociais.

No Sudeste, o empresariado destinou cerca de R$ 3,1 bilhões para a área social. Este valor corresponde a aproximadamente 0,35% do PIB da região. Em 1998, esta relação era de 0,61%. "Pode-se supor que este desempenho financeiro mais modesto resulte das dificuldades econômicas pelas quais o país passou em 2003, ano de estagnação da produção nacional. Neste caso, podemos arriscar que, de uma maneira geral, os recursos aplicados pelo setor empresarial para o combate à pobreza acompanham os movimentos da economia: quanto mais prósperos os negócios, mais verbas serão destinadas ao social e vice-versa", afirma Anna Maria Peliano, coordenadora-geral da pesquisa e diretora de estudos sociais do Ipea.

Ela entende que as empresas sabem que há um desgaste em desestruturar projetos, assim, isso não deve ter acarretado o encerramento de atividades já organizadas, mas sim um aumento da porcentagem daquelas que atuam apenas eventualmente, no apoio a ações isoladas.

A pesquisa confirma que a liderança permanece com Minas Gerais (81% das empresas atuam), seguida da Bahia (76%) e dos demais estados do Nordeste (com percentuais que variam entre 73% e 74%). Um dos destaques é para o Rio de Janeiro, onde a proporção de empresas que realizam ação social para fora de seus muros passou de 59%, em 1998, para 69%, em 2003, o que representa um incremento de 17%, bem maior do que o verificado para a região Sudeste (6%). Em São Paulo, 68% das empresas informam atuar voluntariamente na realização de ações sociais.

Anna destaca ainda o crescimento da atuação das empresas cearenses e pernambucanas. O Ceará passou de 45%, em 1999, para 74%, em 2003. Houve um aumento de 64% na participação social do empresariado local, cerca de duas vezes maior do que o observado para a região Nordeste como um todo, que foi de 35%. Em Pernambuco, este crescimento foi de 55%.

Áreas de atuação 

O Ipea considera ação social qualquer atividade que as empresas realizam, em caráter voluntário, para o atendimento de comunidades nas áreas de assistência social, alimentação, saúde, educação, entre outras. Tanto no Sudeste quanto no Nordeste, tem sido prioritárias as ações nas áreas de alimentação e assistência social.

Atividades voltadas à questão da alimentação obtiveram, em 2003, 49% dos recursos destinados para a área social pelos empresários do Sudeste e 45% do Nordeste. Já as ações de assistência social tiveram apoio de 39% do empresariado do Sudeste e 38% do nordestino. "Isso reflete, por um lado, o caráter de atendimento emergencial às demandas mais imediatas da população. O crescimento na área da alimentação pode ter acontecido devido à mobilização em torno do tema, não necessariamente uma mobilização de apoio ao programa Fome Zero. O governo Lula trouxe novamente para os debates a questão da fome", explica Anna.

Prova disso pode ser o aumento do número de empresas que passaram a atuar atendendo a apelos de campanhas públicas. No Nordeste, este índice passou de 1% em 1999, para 23% em 2003. Já no Sudeste, apesar de mais modesto, também houve crescimento: de 14% em 1998, para 16% em 2003.

Verificou-se também um crescimento do índice de ações nas áreas de educação e saúde. A atuação das empresas em educação no Nordeste passou de 13%, em 1999, para 28%, em 2003, e no Sudeste, de 14% para 18% no mesmo período. Tanto no Nordeste (7% em 1999) quanto no Sudeste (13% em 1998), as ações em saúde passaram a envolver 21% das empresas, em 2003.

Anna conta que, apesar de não ser possível identificar se as ações estão sendo planejadas e monitoradas - até pelo fato de que a maior parte das empresas abrangidas é composta por micro e pequenas -, houve uma diversificação maior no tipo de atividade desenvolvida. "Como tivemos um bom crescimento do apoio a outras organizações, pode-se dizer que as empresas estão passando a apoiar outras áreas por meio do investimento numa maior variedade de instituições."

O número de empresas que atuam no apoio a outras organizações, governamentais ou comunitárias, passou de 34% para 52%, no Sudeste; e de 7% para 33%, no Nordeste. A questão humanitária, no entanto, continua sendo o principal motivo que leva as corporações a investir em projetos sociais (55% no Sudeste e 51% no Nordeste). Ainda com relação às razões que levam à atuação social, destaca-se a diminuição daquelas que afirmam fazer para melhorar a imagem da empresa: de 15% para 11%, no Sudeste; e de 64% para 19%, no Nordeste.

No que diz respeito à população atendida, mais da metade da empresas, tanto no Nordeste (55%) quanto no Sudeste (61%), dá prioridade às crianças. Os idosos nordestinos compõem o segundo grupo mais atendido (33%), seguidos de jovens (27%), portadores de doenças graves (23%) e pessoas com deficiência (21%). No Sudeste, a ordem é quase a mesma: idosos (44%), jovens (32%), comunidade em geral (26%) e portadores de doenças graves (20%).

Incentivos 

Nesta edição, a pesquisa explorou, em caráter inédito, as razões que impediram as empresas de realizar alguma atividade social voluntariamente em prol das comunidades e o que as levaria a atuar nesse campo. Tanto no Nordeste (41%) quanto no Sudeste (45%), a maior parte dos empresários respondeu que necessitaria de mais recursos nas empresas. Mesmo entre os que já realizam ações sociais, isso é destacado: 72% dos empresários nordestinos e 58% do Sudeste informaram que a principal dificuldade diz respeito à insuficiência de recursos.

Em ambas as regiões, uma proporção menor cobra mais incentivos governamentais (Nordeste 33%; Sudeste 26%). "Geralmente elas dizem que o valor dos incentivos fiscais é pequeno (55% no Sudeste e 30% no Nordeste), que não sabiam que a legislação autorizava essas deduções (19% no Sudeste e 22% no Nordeste), ou que sua ação não era coberta pelos incentivos (14% no Sudeste e 12% no Nordeste)", conta Anna. No Nordeste, a porcentagem de empresas que utilizam incentivos fiscais passou de 1% em 1999 para 7% em 2003. Já no Sudeste, o movimento foi inverso: de 8% em 1999, para 1% em 2003.

Fonte: Rede Gifeonline

 


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