As micro e pequenas empresas paulistas estão preocupadas com a sociedade e com seu entorno, se sentem responsáveis e realizam ações de responsabilidade social. Pesquisa realizada pelo Sebrae-SP identificou que 74% dessas empresas realizou ações espontâneas no período de doze meses que antecederam o estudo. E essas ações são realizadas especialmente pelo desejo de colaborar com a sociedade - razão que motiva 78% dos empresários.
"As pequenas empresas têm de fazer ações de responsabilidade social", afirmou na solenidade de abertura o diretor financeiro do Sebrae-SP, Carlos Eduardo Uchoa Fagundes. "O que não sabemos é que muitas vezes já praticamos essas ações e precisamos é nos organizar."
Mais da metade dos empresários que praticam essas ações o faz depois de ser solicitado diretamente por entidades. E os principais beneficiários são instituições de caridade e comunidades, vizinhas ou não. Segundo o estudo, entre as 26% que não praticam ações desse tipo, a maioria não o faz por falta de recurso e por "nunca ter pensado no assunto".
Na relações com os empregados, metade das empresas pesquisadas afirmaram ter realizado ações espontâneas, além das obrigações legais, em relação a seus funcionários. São ações na maioria referentes à alimentação, segurança no trabalho e saúde.
A pesquisa detectou ainda quais os valores considerados importantes pelos donos das micro e pequenas empresas em relação às ações de responsabilidade social. A maioria deles (79%) aposta no relacionamento com os clientes como o mais importante. E para isso essas práticas são eficazes, pois têm efeito direto sobre a imagem da empresa.
Recomendações
O perfil dessas práticas de responsabilidade social entre as pequenas empresas, no entanto, ainda é de filantropia. De fato, até pouco tempo essas ações tinham forte caráter assistencialista, com grande destaque para doações. Mas, mais recentemente, elas têm se transformado e - especialmente entre as grandes empresas - adotado um caráter de desenvolvimento social, com foco em resultados e envolvendo cada vez mais colaboradores.
Com base nisso foram elaboradas também, como parte do estudo, recomendações que têm o objetivo de potencializar essas práticas. Uma delas diz respeito à possibilidade de ações de responsabilidade social sem grandes investimentos, mas realizadas por meio de trabalho voluntário ou participação em ações comunitárias. Outra recomendação é sobre o acompanhamento de forma sistemática dos resultados para melhorar a eficácia do gasto e a construção da imagem da empresa.
"Uma empresa tem de pensar que fazer responsabilidade social dá lucro", afirma o presidente do Conselho Deliberativo do Sebrae-SP, Alencar Burti. "Só assim ela persiste e é sustentável, dando lucro ao empresário."
A pesquisa de opinião foi realizada por meio de entrevistas pessoais realizadas entre os dias 5 e 16 de julho de 2004, com uma amostra aleatória de 425 MPEs. O objetivo foi identificar a proporção de pequenos negócios que realiza ações sociais e identificar qual o tipo de investimento destinado pelas empresas a esta área, além de apresentar proposições para aperfeiçoar os resultados obtidos.
Fonte: Agência Sebrae
Informações: (11) 3177-4662
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